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Decreto nº 5042 de 21/12/1939 / PE - Poder Executivo Federal
(D.O.U. 31/12/1939)

Aprova o Regulamento para os Exercícios e o Combate da Cavalaria

DECRETO N. 5.042 - DE 21 DE DEZEMBRO DE 1939

Aprova o Regulamento para os Exercícios e o Combate da Cavalaria

O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere a Constituição,

decreta:

Art. 1º Fica aprovado em carater provisório o Regulamento para os Exercícios e o Combate da Cavalaria - 1ª parte - 2º volume, "Instrução Técnica das Unidades Hipomóveis", o qual com este baixa, assinado pelo General de Divisão Eurico Gaspar Dutra, Ministro de Estado da Guerra.

Art. 2º Revogam-se as disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1939; 118º da Independência e 51º da República.

Getulio Vargas.

Eurico G. Dutra.

Regulamento para os Exercícios e o Combate da Cavalaria
1ª PARTE - 2º VOLUME

Instrução Técnica das Unidades Hipomóveis

TÍTULO I

Instrução individual

CAPÍTULO I

ESCOLA DO CAVALEIRO A CAVALO

ARTIGO 1

Objeto e divisão

1. A escola do cavaleiro a cavalo tem por objeto fazer do soldado um cavaleiro vigoroso e ardente, tendo gôsto pelo cavalo e capaz de lhe impôr a sua vontade em qualquer situação de serviço.

Tal objetivo só é atingido quando o cavaleiro, tendo um assento flexível e firme, goza de completa liberdade de espírito e de movimento, e emprega eficientemente os meios de ação de que dispõe: as rédeas e as pernas.

2. A escola do cavaleiro a cavalo compreende cinco partes:

- Aquisição da confiança;

- Coleção na sela;

- Escola das ajudas;

- Exercícios de aplicação;

- Trabalho com armas.

Estas cinco partes são estreitamente ligadas. Combinam-se mesmo de um certo modo, desde os primeiros dias. Cada uma, porém, corresponde a um fim determinado e comporta uma forma particular de instrução.

A aquisição da confiança tem por fim eliminar a apreensão inicial, causa de numerosas contrações, que paralisam o instruendo e o impedem de progredir. Os cavaleiros são conduzidos ao exterior, pelas estradas, o mais cedo possível. em coluna por 2 ou por 3, utilizando o bridão de remonta e os estribos.

A colocação na sela dá boa posição ao cavaleiro, firma seu assento e lhe permite adquirir a liberdade de movimentos, sem qual seria impossível empregar bem ajudas. O trabalho realiza-se no picadeiro ou no exterior, utilizando o bridão de remonta e os estribos (flexionamentos) .

A escola das ajudas tem por fim ensinar ao cavaleiro o mecanismo respectivo e fazê-lo compreender seus efeitos. Os cavaleiros montam, em princípio, no picadeiro, com ou sem estribos, utilizando o bridão ou o freio (trabalho individual).

Os exercícios de aplicação têm por fim habilitar o cavaleiro ao emprego das ajudas preparando-o para o desempenho de sua funções no serviço em campanha, manobras ou combate. Realizam-se nos campos de exercícios ou em terreno variado, com estribos e com freio (trabalho individual e coletivo, trabalho à vontade).

Finalmente, o trabalho com armas exercita o cavaleiro no manejo e emprego das armas a cavalo. Realiza-se geralmente no exterior, com freio, estribos, armamento e algumas vezes com equipamento e aumento progressivo de carga.

Em resumo, nas duas primeiras partes o recruta prepara-se para a escola das ajudas; na terceira, estuda-as e, nas duas últimas, as aplica.

A instrução eqüestre é ministrada no decurso de todos os exercícios a cavalo e prossegue durante todo o tempo do serviço militar.

O cavaleiro aperfeiçoa diariamente o assento e o tato por uma prática constante e metódica da equitação, pela aplicação consciente dos ensinamentos adquiridos e por um domínio constante sobre si mesmo em todas as situações em que se encontre.

3. Uma turma compõe-se de um certo número de cavaleiros, cuja instrução é confiada a um oficial. A turma é dividida em várias frações, chamadas escolas, de acordo com recursos em graduados, cada uma delas dirigida por um monitor.

A instrução pode comportar vários exercícios no decurso de uma mesma sessão, como por exemplo:

- no picadeiro: 10 minutos de colocação na sela; 20 minutos de escola das ajudas;

- no exterior: 30 minutos de exercícios de aplicação;

- na ida e na volta: manejo e emprego da espada.

Quando o próprio instrutor não pode dirigir o trabalho, dá ao substituto indicações precisas sobre o tempo que deverá ser consagrado a cada parte da instrução e sobre os exercícios que deverão ser executados.

O instrutor escolhe para as primeiras lições cavalos calmos obedientes. No começo os cavaleiros montam todos os dias os mesmos cavalos; mais tarde, os trocam, mesmo muitas vezes, no percorrer de cada, trabalho. O instrutor toma precauções para que essa mudanças de cavalo não diminuam a confiança adquirida aproveita a oportunidade para despertar o estímulo entre os cavaleiros mais ousados.

A instrução não deve ser conduzida com precipitação, embora preocupação de não perder tempo; qualquer exercício que interesse diretamente ao objetivo visado. deve ser abandonado

O instrutor fará variar os movimentos e as andaduras de modo fatigar os cavaleiros nem os cavalos. O comando: Retomar deve preceder sempre qualquer ordem de execução de um movimento, para que o cavaleiro tome boa posição e ajuste as rédeas.

Para repousar a atenção dos cavaleiros o instrutor comanda:

Escola, descansar! - os cavaleiros alongam as rédeas e colocam-se a vontade, sem, entretanto tomar posições defeituosas e modificar a andadura.

O instrutor concede freqüentes descansos, principalmente no começo, e os aproveita para interrogar os cavaleiros a respeito da instrução que receberam.

4. A instrução é tão individual quanto possível. Qualquer movimento novo é objeto de uma lição particular.

O instrutor, depois de algumas explicações muito simples e executa o movimento; certifica-se si foi bem compreendido interrogando os cavaleiros e fazendo-os repetir o movimento ensinando. Os próprios cavaleiros se exercitam por si mesmos em seguida sob a vigilância do instrutor. que os observa, zelando para não tomem atitudes defeituosas.

Durante o trabalho o instrutor evita fazer observações gerais; corrige os erros sem rispidez, interpelando nominalmente os cavaleiros que os cometerem.

O trabalho começa e termina ao passo.

A maior parte da instrução é realizada no exterior.

As sessões de picadeiro devem ser curtas; em principio não devem exceder de 45 minutos, cada minuto, porém, deve ser bem aproveitado.

O trabalho deve ser intenso, variado e entrecortado de numerosos descansos de pequena duração.

Todas as vezes que a temperatura o permita, a sessão de picadeiro é precedida ou seguida de um percurso no exterior, que início terá mais a forma de um passeio que de uma sessão de instrução. Esse trabalho no exterior, longo e lento, desenvolve a confiança e dá desembaraço ao cavaleiro novo. O instrutor esforçar-se-á por variar o teatro desses exercícios, para torná-los interessantes e instrutivos, aproveitando-os para ministrar os primeiros elementos do serviço em campanha, o estudo do terreno e orientação. Procurará, desde o início incutir nos homens o e o interesse pelo cavalo.

A partir do terceiro mês o trabalho no exterior toma importância cada vez maior; os cavaleiros vão para o picadeiro somente quando o tempo não permitir o trabalho fora. Os exercícios de aplicação constituem, então, a principal instrução, transformando-se, insensivelmente, em serviço de campanha que é o exercício mais completo e o mais produtivo, visto como aperfeiçoa a instrução eqüestres num sentido prático. Ele prepara os cavaleiros para o desempenho das missões que deverão executar e os coloca em face problemas eqüestres sempre diferentes, que exigem iniciativa e desenvolvem o julgamento.

ARTIGO II

Aquisição de confiança

- Prescrições gerais.

- Conduzir o cavalo a mão.

- Montar e apear por salto.

- Montar a cavalo e apear.

- Os estribos.

- Tomar as rédeas numa só mão e separá-las.

- Marchar à mão direita ou à esquerda.

- Flexionamentos recreativos.

- O trote elevado.

- Volteio.

Prescrições gerais

5. A confiança é o primeiro resultado que se deve alcançar. A apreensão, natural nos cavaleiros novos, provoca contrações múltiplas a região dos rins, as espáduas e os joelhos endurecem; o cavaleiro é descolocado ao menor movimento do cavalo; suas ações são incertas e desordenadas.

Desde que a apreensão cessa, os músculos se distendem, o cavaleiro descontrai-se, deixa cair os braços e as pernas, encontra um equilíbrio natural que lhe permite receber com proveito as lições seguintes. A rigidez do cavaleiro aumenta ou diminue, conforme predisposição moral. É, então, sobre o moral que o instrutor deve atuar. Desde os primeiros dias de instrução ele se esforça para conseguir que os cavaleiros sintam prazer em montar a cavalo. O instrutor manda os cavaleiros tomarem os estribos desde o início, procura distraí-los por meio de passeios no exterior ou flexionamentos recreativos. Dirige o trabalho evitando tudo que possa impressionar mal, principalmente as quedas. Aproveita as oportunidades para dirigir-lhes palavras de encorajamento. Condiciona suas exigências às possibilidades de cada instruendo.

Desenvolve a emulação e rapidamente ganha a simpatia de seus soldados por uma linguagem simples e cordial, por seu entusiasmo comunicativo.

O volteio que desenvolve a flexibilidade, a agilidade e a ousadia cavaleiros, constitue o complemento deste trabalho.

6. As duas ou três primeiras lições são realizadas no picadeiro. Os homens são repartidos em dois grupos que montam alternadamente os mesmos cavalos: os que ficam a pé auxiliam os que estão a cavalo.

Para pôr a escola em movimento, o instrutor designa um cavaleiro instruído para servir de guia; fá-lo tomar a pista e determina individualmente a cada cavaleiro que se coloque atrás de precedente e o acompanhe de perto. Limita as explicações aos princípios de conduta indispensáveis para fazer o cavalo marchar parar; os cavaleiros deixam suas montadas seguir as que os precedem. O instrutor manda de vez em quando abandonar as rédeas no pescoço do cavalos, afim de evitar que os recrutas se habituem a se servir delas como meio de segurança ou apôio. Desde as primeiras lições ensina a tomar um leve contacto com a boca do cavalo e a manter suavemente este contacto, relaxando as articulações dos braços e das espáduas.

7. A partir do terceiro dia os recrutas devem estar em condições de ser levados para o exterior; alguns cavaleiros antigos são designados para enquadrá-los. Este passeio aumenta a confiança do cavaleiro e dá-lhe assento sem fatigá-lo, porque interessa e distrai, levando-o naturalmente a descontrair-se; é para ele o melhor momento da jornada, quando bem dirigido. Marchando ao passo pela estrada e conversando familiarmente ao lado dos camaradas, o recruta esquece que está a cavalo e perde, pouco a pouco, as contrações musculares. O uso dos estribos contribue para resultado, dando-lhe a impressão de firmeza, o que é ainda mais importante, pelo que estes só devem ser abandonados para o trabalho de colocação na sela, primeiramente ao passo e depois nas armaduras vivas, quando o cavaleiro demonstra, pela sua atitude, não tem mais apreensões.

Os homens particularmente nervosos são objeto de cuidados especiais. O instrutor deve, por exemplo, fazê-los montar, animais dóceis e seguros à guia. São confiados a um monitor escolhido entre os mais calmos pacientes, afim de não diminuir o rendimento do trabalho em escola.

Conduzir o cavalo a mão

8. O cavaleiro conduz o cavalo a mão segurando as rédeas do bridão, com a mão direita a meio palmo da boca do cavalo, as unhas para baixo, o indicador entre as duas rédeas, a mão levantada e firme o cavalo é inquieto. A mão esquerda segura a extremidades rédeas do bridão.

Entrando no picadeiro, o instrutor dispõe os cavaleiros na linha do centro, intervalados de três metros (cerca de um corpo de cavalo) ao comando: Testa à direita (esquerda)! Escola (ou turma) apanha pela direita (esquerda) ! Alto! Cada cavaleiro passa as rédeas o pescoço do seu cavalo e se coloca do lado de montar, na altura da ganacha, na posição de sentido, mão direita como se disse no precedente.

O instrutor exige que os cavalos sejam colocados direitos, perpendicularmente à fileira e alinhados.

Um cavalo parado está colocado direito quando, aprumado nos quatro membros, tem a cabeça e o pescoço na mesma direção.

Montar e apear por solto

9. Ao comando - Por salto, a cavalo! - o cavaleiro faz direita volver, segura a rédea esquerda com a mão esquerda, unhas abaixo, dá um passo à direita para se colocar na altura da espádua cavalo, deslizando a mão direita ao longo da rédea esquerda até meio das rédeas e a esquerda até ao cepilho segurando-o juntamente com as rédeas ligeiramente tensas; a mão direita abandona rédeas e segura a patilha; o cavaleiro eleva-se vivamente apoiando-se nos punhos, demora um instante assim, e monta sem choque. segura em cada mão, em cheio, uma rédea do bridão; com o polegar prende-as de chapa contra o indicador; os punhos baixos, exatamente no prolongamento dos ante-braços, cerca de 20 cms. (um palmo) de afastamento (no máximo), unhas defrontando-se: as rédeas entrando por baixo do dedo mínimo e saindo pelo lado do polegar, ficam ajustadas.

As rédeas estão ajustadas quando o cavaleiro sente ligeiramente a boca do cavalo. O instrutor zela para que o cavaleiro, ao ajustar; rédeas, não provoque nenhum movimento e não desarranje a posição da cabeça do cavalo. Nos primeiros dias não se manda montar por salto. É preciso dar tempo para que o recruta se desembarace pela ginástica, no cavalo de pau.

10. Ao comando - Por salto, a pé! - o cavaleiro junta as rédeas na mão esquerda e coloca a mão direita no cepilho; eleva-se nos punhos; passa a perna direita por cima da garupa, fica um instante nesta posição e salta suavemente em terra na ponta pés, os calcanhares unidos e com leve flexão dos pés.

Retoma a posição de sentido (8).

Para fazer os dois exercícios sem pausa o instrutor comanda - Por salto, a pé e a cavalo! - os cavaleiros devem praticar freqüentemente estes exercícios de ambos os lados do cavalo, sempre a pé firme.

Montar a cavalo e apear

11. O cavaleiro, estando a pé, na posição de sentido ao comando - Preparar para montar! - faz direita volver, dá um passo à direita para se colocar na altura da espádua do cavalo face ao estribo e procede com a mão esquerda como para montar por salto; enfia o pé esquerdo a fundo no estribo, com o auxilio da mão direita, si for preciso, e aproxima-se do cavalo, de maneira que o joelho esquerdo se apoie contra a sela, colocando ao mesmo tempo a mão direita sobre a patilha; ao comando - A cavalo - eleva-se por um impulso da perna direita, ajudando o movimento pela tração de ambos os braços apoiados na cernelha na patilha; o joelho esquerdo continua aplicado à sela, o busto fica um pouco inclinado para a frente afim de evitar que a sela role e mantém o pé direito ao lado do esquerdo; muda a mão direita para o cepilho passa a perna direita por cima da garupa, senta-se suavemente na sela, toma uma rédea em cada mão e enfia o pé direito no estribo.

O instrutor recomenda aos cavaleiros que evitem tocar com a ponta do pé esquerdo o codilho ou as costelas do cavalo ao se erguerem no estribo; esta falta ocasiona quasi todas as defesas do animal ao ser montado.

12. Ao comando: Preparar para apear! - O cavaleiro passa a rédea direita para a mão esquerda, coloca esta mão na cernelha, descalça o estribo direito e apoia a mão direita no cepilho; comando - A pé - eleva-se no estribo esquerdo, passa a perna direita por cima da garupa sem tocar o cavalo, dobrando-a um pouco; junta o pé direito ao esquerdo, o joelho esquerdo aplicado à sela, o busto um pouco inclinado para a frente; desce suavemente, unindo os calcanhares e, sem abandonar a rédea esquerda, retoma a posição de sentido (8).

Os cavaleiros são exercitados em montar e apear também pelo lado direito, procedendo de modo análogo.

Os estribos

13. Os estribos estão bem ajustados quando o cavaleiro estando em boa posição, as pernas caem naturalmente e a soleira do estribo fica mais ou menos um centímetro acima do salto do calçado.

Os estribos devem suportar apenas o peso das pernas e ser enfiados até o terço do pé, o calcanhar um pouco mais baixo que a ponta do pé, sem rijeza. Enfiado o pé no estribo, o ramo anterior deste deve ficar para fora; assim o lóro fica de chapa, de encontro à perna.

O apoio excessivo nos estribos prejudica o assento e a flexibilidade do joelho, restringindo a liberdade de ação da perna.

Si o cavaleiro não enfia o pé no estribo suficientemente, arrisca perdê-lo; si enfia demais, tem menos facilidade para o trote elevado.

Os estribos são sempre calçados a fundo para o galope largo a carga, o salto e o emprego das armas.

O instrutor exercita os cavaleiros em abandonar e retomar estribos, primeiramente ao passo e depois progressivamente em todas as andaduras. Ensina-lhes também a ajustá-los, a pé, marcando com o braço o comprimento do lóro.

Tomar as rédeas numa só mão e separá-las
14. Ao comando - Rédeas na mão esquerda! - colocar esta mão em frente ao meio do corpo, passar para ela a rédea direita, separando-a da rédea esquerda pelo dedo mínimo, unhas para a direita; deixar cair a mão direita ao lado do corpo.

O cavaleiro toma as rédeas na mão direita pelo processo inverso.

15. Ao comando - Separar rédeas! - segurar com a mão direita a rédea direita e retomar o afastamento de 20 centímetros entre os punhos (9)

Para ajustar as rédeas o cavaleiro aproxima os punhos e segura numa das mãos, acima e perto do polegar da outra, a rédea que quer encurtar.

16. O instrutor manda abandonar e retomar as rédeas, quando julga a propósito, aos comandos - Abandonar rédeas e retomar rédeas! - No primeiro caso, o cavaleiro larga as rédeas atrás do cepilho e deixa cair as mãos aos lados.

O manejo das rédeas é um dos melhores exercícios de flexionamento. O instrutor o faz executar muito frequentemente desde os primeiros dias e liga uma importância particular à maneira pela qual o cavaleiro alonga e encurta as rédeas.

Deve tomar todas as precauções para evitar acidentes, ao comandar o abandono das rédeas.

Marchas à mão direita (ou esquerda)
17. O cavaleiro marcha à mão direita (ou esquerda), quando seu lado direito (ou esquerdo) está voltado para o interior do picadeiro.

Ao comando - Pista à mão direita (ou à mão esquerda) Marche!

- o cavaleiro impele o cavalo para frente até chegar à pista, onde volta para o lado indicado.

Flexionamentos recreativos
18. Os flexionamentos recreativos, sob a forma de jogos, têm por fim combater o constrangimento físico e moral do cavaleiro.

É bom todo o movimento que prende a atenção do cavaleiro, o distrai e provoca assim a descontração muscular.

Os flexionamentos recreativos podem ser variados indefinidamente, mas sob a condição de serem sabiamente graduados, para evitar acidentes. Os flexionamentos não são prescritos a esmo, mas sempre com um objetivo preciso; só têm valor quando apropriados ao cavaleiro, executados corretamente e repetidos muitas vezes.

Trote elevado
19. O trote elevado é empregado, desde que os cavaleiros começam a fazer uso dos estribos.

Os princípios em que se baseia são os seguintes:

O cavalo estando ao trote, o cavaleiro inclina ligeiramente o tronco para a frente, toma apôio nos estribos, conservando os joelhos aderentes à sela e se deixa elevar pela reação do movimento do cavalo mantendo o assento afastado da sela enquanto a reação seguinte se produz; continua assim, evitando sempre uma reação sobre duas. No começo, facilita-se ao cavaleiro aprender o mecanismo do trote elevado, fazendo-o acariciar o pescoço do animal, o que determina a inclinação do corpo para diante.

A boa execução do trote elevado exige que o assento se afaste da sela moderadamente e retome seu contacto de modo suave, com apôio leve sobre os estribos, a articulação do pé flexível e o calcanhar mais baixo que a ponta do pé.

Volteio
20. O volteio é a ginástica especial do cavaleiro, que, desenvolvendo e conservando flexibilidade, confiança e energia, proporciona-lhe meios para sair-se bem de certas situações difíceis.

Trabalho a pé firme
21. Este trabalho executa-se primeiramente sem impulsão e depois com impulsão, e pode ser feito em pelo, ou com a sela de volteio ou regulamentar.

Tomam-se as precauções necessárias para evitar acidentes, quando os cavalos isso exigirem, devendo ser colocados auxiliares já na frente, já no lado oposto àquele em que se faz o movimento, já nos dois lados quando o trabalho é executado pela garupa, caso em que se deve levantar um dos membros anteriores do animal.

Trabalho sem impulsão
22. Montar e apear por salto:

Este movimento se executa como o prescrito no n. 9; o cavaleiro coloca a mão direita no garrote, se o cavalo estiver em pelo.

23. Estando o cavaleiro montado, passar a perna direita para fazer frente à esquerda (ou retaguarda).

Estando assentado frente à esquerda, girar, passando a perna esquerda por cima da garupa, com ou sem auxílio das mãos, para fazer frente à retaguarda.

24. Montar com o balanço da perna direita:

Colocar-se atrás e próximo à espádua esquerda do cavalo e com a mesma frente, tomar um punhado de crina com a mão esquerda, e colocar a direita no garrote, si em pelo, ou colocar as duas mãos ao cepilho, si com a sela regulamentar, afastar a perna direita para a retaguarda, balançar esta perna e lançar-se energicamente para cima, elevando-se nos pulsos, baixando a cabeça e passando a perna direita por cima da garupa.

25. Montar de lado, por salto:

Como para montar por salto, assentando, porém, de lado.

26. Estando assentado de lado, cavalgar ou transpor o cavalo:

Colocar a mão direita no garrote, si o cavalo estiver em pelo, ou cepilho, si estiver com a sela regulamentar; tomar um punhado de crina com a mão esquerda, elevar-se nos pulsos, baixando a cabeça e a parte superior do corpo; estender as pernas juntas por cima da garupa para cavalgar ou saltar em terra à direita.

27. Transpôr o cavalo:

Colocar-se como para montar por salto, elevar-se nos pulsos, inclinando o corpo para o pescoço do cavalo, lançar as pernas unidas e estendidas por cima da garupa, o corpo sustentado nos braços bem tesos; tocar o solo junto à espádua direita, calcanhares unidos, flexionando as pernas.

28. Montar com uma só mão:

Tomar um punhado de crina com a mão esquerda, colocar-se adiante da espádua esquerda do cavalo, o ante-braço esquerdo ligado ao pescoço, a espádua direita voltada ligeiramente para o lado direito; lançar-se energicamente avançando a espádua direita e separando a perna direita para cavalgar.

29. Montar, frente à retaguarda:

Colocar a mão esquerda no cepilho e a direita na patilha, si o cavalo estiver com a sela, ou a mão esquerda no garrote e a direita do dorso, a distância conveniente, si o cavalo estiver em pelo, lançar-se energicamente para cima, elevando-se nos pulsos; abandonar o cepilho ou garrote e girar em torno do ante-braço direito, a espádua esquerda, dando-lhe impulso, para a retaguarda, estender a perna esquerda para fazê-la passar por cima do pescoço, e cavalgar frente à retaguarda. Este Movimento, como os precedentes, deve ser executado também pelo lado direito, fazendo-se as modificações correspondentes.

30. Tesouras:

Estando o cavaleiro montado, colocar as mãos direita esquerda à direita e esquerda do garrote si o cavalo estiver em pelo, do cepilho, si estiver com a sela; elevar-se nos pulsos balançando as pernas, baixando a cabeça e inclinando a parte superior do corpo para a frente e flexionando os braços; cruzar as pernas, girando, de modo que cavalgue com a frente para a retaguarda.

Para voltar à frente primitiva, desfazer o movimento do mesmo modo, colocando as mãos separadas na garupa, si o cavalo em pelo, da partilha, si estiver encilhado.

Trabalho com impulsão
31. Montar de lado por salto ou saltar no cavalo de lado:

Tomar impulso, dar uma batida para elevar-se, a mão esquerda do lado esquerdo do garrote, si em pelo, ou do cepilho, si com a sela, a mão direita do lado direito; assentar-se de lado.

32. Transpôr o cavalo:

O mesmo movimento precedente, observando que o cavaleiro passe as pernas para o lado direito e toque o solo junto à espádua do cavalo.

Este movimento, como o anterior, deve ser executado pelo lado direito, fazendo-se as correspondentes modificações.

33. Montar pela garupa:

Tomar impulso, dar uma batida, colocar as mãos na parte alta da garupa, elevar-se e montar.

34. Saltar na garupa e em terra:

Saltar como no caso precedente, passando a perna direita (esquerda) por cima da garupa para juntá-la à outra, e tocar o chão do lado esquerdo (direito).

35. Saltar de joelho (ou de pé na garupa):

O mesmo movimento anterior, elevando as mãos e perna de modo que possa ficar de joelho ou de pé sobre o animal.

Trabalho ao galope
36. Este trabalho executa-se com a sela de volteio, ou com a regulamentar, não equipada. Com a sela equipada, os cavaleiros armados e equipados devem fazer os movimentos de montar por salto e apear.

37. Montar e apear por salto:

Supondo que se empregue a cilha de volteio e que o cavalo galopa em círculo mantido pela guia, proceder destarte: segurar uma alça em cada mão sem deixar a espádua esquerda afastar-se para a retaguarda; acompanhar o cavalo bem unido a ele, junto à cilha, marchando com a perna correspondente à mão com que marcha o cavalo, cavalgar dando a batida, com os pés unidos, o mais adiante possível. Elevar-se nos pulsos e saltar em terra à altura da espádua.

Devem-se exercitar os cavaleiros em cavalgar aproveitando a mesma batida do salto.

Empregando a sela regulamentar, e com um cavalo calmo como testa para dar a direção, segurar o cepilho com as duas mãos, a direita do lado direito e a esquerda do lado esquerdo, e o mais como foi dito acima.

38. Estando montado, saltar em terra passando a perna exterior por cima do pescoço, e montar novamente aproveitando a mesma batida do salto.

O emprego da sela de volteio ou da sela regulamentar deve ser feito como precedentemente; abandonar as alças ou o cepilho para passar a perna; segurá-las de novo, saltar em terra e montar.

Deve-se fazer saltar em terra e assentar frente à direita e frente à esquerda.

39. Tesouras:

Empregam-se os mesmos meios indicados precedentemente.

40. Montar com frente à retaguarda:

Empregar a sela de volteio, ou a regulamentar como em (38); segurar as alças da sela, ou o cepilho com as duas mãos, e colocar-se, como foi dito precedentemente; elevar-se energicamente nos pulsos, girar em torno da perna para montar, fazendo frente à retaguarda, ocasião em que a mão esquerda abandona a alça ou cepilho.

41. Podem exercitar-se outros movimentos, tendo por objetivo o desenvolvimento do cavaleiro, como: montar por salto com a perna direita pela frente; montar em oitavo à esquerda; montar em espiral; montar em oitavo à frente; transpôr sem dar a batida, montar com a perna esquerda; montar com o balanço da perna direita frente à retaguarda, com ou sem abandono das mãos; montar com o auxílio da lança.

ARTIGO III
Colocação na sela
- Posição do cavaleiro a cavalo.

- Sentido.

- Trabalho sem estribos.

- Flexionamentos:

movimento dos braços;

flexionamentos dos rins;

movimento das coxas;

flexão das pernas;

rotação dos pés;

trabalho a galope em círculo.

Prescrições gerais
42. O cavaleiro, durante o trabalho para a procura da confiança, adquire um equilíbrio, geralmente muito instavel, assim como um assento bastante imperfeito; mesmo depois de perder a apreensão, algumas articulações permanecem contraídas ou se contraem nas andaduras vivas. Essa falta de flexibilidade priva o cavaleiro de uma parte de seus meios, tornando difícil qualquer ação precisa sobre o cavalo.

A colocação na sela tem por objetivo dar ao cavaleiro uma posição flexível, firme e aderente, com uma completa liberdade de movimentos. É obtida por meio do trabalho sem estribos, dos flexionamentos e do galope (sem estribos). Estes exercícios começam desde que a confiança e o desembaraço se manifestam, e prosseguem durante toda a duração do serviço militar; diariamente o cavaleiro deve executar flexionamentos e trabalho sem estribos.

As primeiras lições são ministradas no picadeiro, sem prejuízo do trabalho no exterior que prossegue sem interrupção. Sua duração contribue para colocar o cavaleiro na sela, devendo ser tão prolongada quanto possível, sob a condição de não prejudicar o bom estado dos cavalos.

Cedo os cavaleiros são exercitados em terreno variado e em subir e descer rampas fortes. Mais tarde a colocação na sela aperfeiçoada pela passagem de pequenos obstáculos, aumentados progressivamente.

Posição do cavaleiro a cavalo
43. A posição do cavaleiro a cavalo varia com as andaduras, a forma do terreno em que trabalha e a natureza do exercício que executa. Entretanto, as diversas atitudes que as circunstâncias podem impôr ao cavaleiro devem, todas, derivar da posição descrita abaixo, que corresponde às condições mais favoráveis de equilíbrio e emprego das ajudas.

O cavaleiro deve estar sentado e aprumado, o mais adiante possível:

- os rins e os quadris flexíveis;

- as coxas voltadas sem esforço, de chapa e fixas;

- os joelhos ligeiramente dobrados, sem rijeza:

- as pernas caindo normalmente;

- o tronco desembaraçado, livre e ereto;

- as espáduas, igualmente direitas e não recuadas;

- os braços livres, os cotovelos meio dobrados, naturalmente caidos ;

- o punho na altura do cotuvelo e no prolongamento do antebraço, o polegar para cima;

- a cabeça direita, livre e desembaraçada dos ombros, o olhar para frente.

44. Esta posição não exige nenhuma contração muscular e pode ser conservada muito tempo, sem fadiga. Exige três qualidades que o cavaleiro deve adquirir sucessivamente e sem as quais o emprego das ajudas fica incerto: a flexibilidade, a fixidez e o desembaraço.

A flexibilidade é o relachamento das articulações.

A fixidez é a ausência de movimentos involuntários ou inúteis.

O desembaraço é a liberdade de corpo e de espirito que permite ao cavaleiro atuar com justeza, com medida e oportunidade.

Para que o cavaleiro tenha desembaraço é necessário que esteja fixo na sela; por sua vez, esta fixidez é condicionada a um certo grau de flexibilidade.

Por isso o instrutor se preocupa em primeiro lugar com a flexibilidade, porque dela dependem a fixidez e o desembaraço.

45. Um cavaleiro está assentado quando tem as nádegas impelidas o mais possível para a frente, o peso do corpo caído inteiro sobre a sela, guardando com esta um contacto suave e ligado aos movimentos do cavalo.

O cavaleiro que se apoia fortemente nos joelhos ou nos estribos, afasta-se do cavalo e perde a estabilidade. Esta, ao contrário, aumenta quando o cavaleiro está assentado, por se multiplicarem os pontos de contacto.

Um cavaleiro está aprumado quando seu busto estando na vertical as espáduas, os braços, e as pernas caem naturalmente. Esta posição equilibrada é a que dá maior desembaraço. O cavaleiro que tem o busto para a frente não é senhor de seu equilíbrio e não tem por conseguinte nenhuma independência de movimentos. Aquele que recua as espáduas, fica com os rins cavados e endurecido.

A flexibilidade dos rins e dos quadris é a condição principal de um bom assento. Amortecendo as reações, permite ao cavaleiro guardar um contacto suave com o cavalo e conservar sempre o aprumo. Assentando-se o mais para a frente possível, o cavaleiro facilita o jogo dos rins.

As coxas, abarcando o cavalo igualmente e não se alongando senão pelo próprio peso acrescido do das pernas, devem estar de chapa, para tomar um contacto mais íntimo com a sela e permitir a ação das pernas. A aderência das coxas, que se obtem por uma adaptação progressiva, contribue para firmar o assento; porém, este depende mais da flexibilidade e do equilíbrio do que da força dos joelhos.

A perna deve estar colocada perto da cilha e fixa para atuar oportunamente; o balanço da perna, além de desordenar o cavalo, tira a justeza às ações do cavaleiro; sem deixar de ser fixa, a perna deve permanecer livre. Este duplo resultado é atingido quando ela cai e fica na vertical, o joelho dobrado ligeiramente e sem rijidez.

O cavaleiro só emprega as pernas como meio de segurança, quando o cavalo faz um movimento brusco ou violento. Para saltar, entretanto, é necessário ajustá-las ao cavalo e guardar com ele um contacto mais estreito. Sem estribos, as pernas ficam completamente abandonadas e a ponta do pé cai naturalmente.

Finalmente, o cavaleiro só poderá empregar as rédeas com oportunidade e com o grau de tensão conveniente, quando o custo estiver desembaraçado, as articulações da espádua e dos braços flexíveis e os punhos no prolongamento dos ante-braços.

Em resumo, um assento, aderente, firme e capaz de assegurar a independência de movimentos, assim como uma completa liberdade de espirito, é caracterizado do seguinte modo:

- aprumo do busto;

- flexibilidade dos rins;

- aderência das coxas;

- fixidez das pernas;

- desembaraço da cabeça, das espáduas e dos braços.

Sentido
46. Ao comando - Sentido ! - o cavaleiro ajusta as rédeas na mão esquerda, o punho a 10 centímetros do cepilho e bem desembaraçado do corpo, retifica a posição aprumando o busto, deixa o braço direito cair ao lado e fica imovel, a cabeça levantada e direita, os olhos fixos para a frente.

Ao comando - Descansar! - o cavaleiro não é mais obrigado a manter a imobilidade.

Trabalho sem estribos
47. Os estribos dão confiança ao cavaleiro; permitem-lhe equilibrar-se mais facilmente e assegurar às suas ações um certo grau de justeza. No começo, porém, falseiam muitas vezes a posição: os joelhos tendem a se elevar e a se abrir o assento é lançado para trás e as espáduas para a frente.

Sem estribos, ao contrário, o cavaleiro desce para o fundo da sela as coxas e as pernas caem pelo seu próprio peso; os pontos de contacto aumentam e, com eles, a estabilidade.

O trabalho sem estribos constitue uma sólida base para a instituição equestre. Como, porém, seus resultados definitivo: exigem um longo tempo - de que não dispõem os instrutores - os exercícios de conduta são executados simultaneamente, porem com estribos.

48. O trabalho sem estribos realiza-se normalmente no picadeiro. O instrutor faz os cavaleiros marcharem em escola, atrás do monitor, afim de libertá-los de qualquer preocupação de conduta. Manda muitas vezes abandonar as rédeas no pescoço do cavalo, para evitar que os homens sejam levados a procurar apoio na embocadura.

A escola deve ser o menos numerosa possível. O monitor coloca-se na mesma situação dos recrutas e marcha numa andadura calma e reguar, evitando as modificações bruscas. O trote é mantido muito tempo em uma cadência lenta e só atinge a velocidade regulamentar, progressivamente.

O instrutor procura uma posição flexivel, desembaraçada e livre, não permitindo as atitudes forçada. Regula o trabalho de modo a evitar o cansaço e principalmente as escoriações que retardam muitas vezes detém a marcha da instrução.

No exterior, o instrutor alterna os trabalhos com e sem estribos, de acordo com o desenvolvimento dos cavaleiros. Os estribos são abandonados ao passo, nos primeiros meses e depois ao trote, devendo esta andadura ser sempre muito lenta.

De qualquer forma, deverão ser evitados os tempos exagerados de trote sem, estribos.

Flexionamentos
49. Os flexionamentos têm por fim:

1º) eliminar as contrações;

2º) combater os defeitos de posição resultantes de falta de flexibilidade;

3º) obter completa independência das diferentes partes do corpo.

São executados primeiramente com os cavalos parados, em circulo, em volta do instrutor, depois ao passo, em seguida ao trote lento e, finalmente, nas andaduras regulamentares.

O instrutor começa por colocar o assento dos cavaleiros, fazendo-os sentar o mais possível para a frente da sela. Passa depois a flexionar os rins, a colocar as coxas e os joelhos de chapa e a fazer cair verticalmente as pernas e os braços; procura finalmente o desembaraço do busto e a independência dos gestos.

50. Os flexionamentos não devem ser prescritos a esmo, mas sempre com objetivo preciso; só têm valor quando apropriados ao cavaleiro, executados corretamente e repetidos muitas vezes.

Ao cavaleiro que senta muito atrás e que fica com os rins endurecidos e cavados e as espáduas recuadas, o instrutor recomenda que amoleça e dobre os rins e sente o mais à frente possível, pela execução da elevação das coxas e flexão e rotação dos rins.

Ao cavaleiro que tem o peito encolhido, as espáduas endurecidas e muito para a frente, o instrutor prescreve firmar os rins e executar movimentos dos braços, olhando alto e longe.

O cavaleiro que monta em forquilha deve executar a elevação alternada das coxas.

A subida dos joelhos é corrigida pela rotação das coxas. Se estas estiverem voltadas para fora, os joelhos abertos ou endurecidos, as pernas esticadas para a frente, a correção é feita pela rotação das coxas e flexão das pernas.

Se os braços estiverem estendidos para frente, as espáduas e os cotovelos contraídos, o cavaleiro deve executar a flexão dos braços, e ser exercitado particularmente no manejo das rédeas.

Os movimentos acima são recomendados como os mais úteis, porém, não são os únicos que o cavaleiro pode executar. O instrutor tem a faculdade de acrescentar todo exercício capaz de variar e dar vida ao trabalho. Quaisquer que eles sejam devem ser alternados, de modo a evitar a contração que resultaria de um movimento prolongado. Esta parte da instrução exige do instrutor um esforço continuo de observação e um justo conhecimento de medida e de oportunidade.

51. No começo os flexionamentos são executados lentamente; mais tarde a cadência pode ser mais viva. Para obter a independência dos gestos, o instrutor cuida que o movimento da parte do corpo designada não afete as que devem ficar imóveis ou prontas para atuar em um sentido diferente.

Por exemplo, um exercício do braço direito não deve perturbar nem o braço esquerdo, nem o aprumo do busto, nem a posição das pernas. Os flexionamentos são executados quer a comando do instrutor, quer à vontade.

Enunciada a espécie de flexionamento, e ao comando - Começar - o cavaleiro executa o movimento e o repete até ao comando - Cessar! Conforme a necessidade, os cavaleiros juntam, separam, abandonam e retomam as rédeas sem comando.

Ao comando - Flexionamentos à vontade! - cada cavaleiro executa sucessivamente os movimentos que lhe foram especialmente recomendados.

Movimento dos braços
52. Executam-se como a pé:

Os melhores são:

- A rotação dos braços (direito ou esquerdo);

- A flexão dos braços (direito ou esquerdo);

- A rotação alternada dos braços;

- Os exercicios assimétricos, por exemplo: rotação do braço direito (esquerdo) com flexão do braço esquerdo (direito) .

Flexionamento dos rins
53. Consegue-se o flexionamento dos rins:

a) Pela flexão do tronco.

Ao comando - Acariciar o cavalo na espádua direita (esquerda) ou no flanco direito (esquerdo) - o cavaleiro afunda-se na sela, impelindo as nádegas para frente, depois desce a mão direita (esquerda) seja ao longo da espádua direita, ou seja ao longo do flanco do cavalo, o mais baixo possível, sem se deitar para trás.

b) pela rotação do tronco.

Estender o braço horizontalmente para o interior do picadeiro e dar uma torção lenta da região renal levar o punho na direção ao cavaleiro que vem imediatamente atrás, deixando a espádua e a cabeça acompanhar o movimento do braço.

Movimento das coxas
54. 1º Elevação das coxas:

Elevar os joelhos, aproximando-os do cepilho, conservar os rins posição normal ou flexionados ligeiramente para a frente. Aproveitar esta posição para levar a assento para frente, o mais possível, segurando o cepilho com as duas mãos.

Reduzir depois as coxas à posição primitiva.

2º Elevação alternada das coxas:

Elevar os joelhos alternadamente, sem inclinar e corpo para trás. O movimento pode ser executado, no começo, segurando o cepilho.

Este flexionamento coloca as nádegas e os rins e habitua o cavaleiro a segurar-se pela flexibilidade e equilíbrio.

3º Rotação da coxa:

Afastar o joelho, levá-lo para trás estendendo a perna, torcer o joelho para dentro o mais possivel e recolocar a coxa, de chapa, na cela. O fato de estender a perna força o cavaleiro a levantar o busto, esticando-o, e, por conseguinte, a flexionar os rins.

Flexão da perna
55. Dobrar lentamente o joelho, sem perturbar a posição das coxas nem a do corpo.

Rotação dos pés
56. Fazer cada pé descrever, por um movimento lento e uniforme, um circulo de baixo para cima e de fora para dentro, ou inversamente, sem perturbar a posição da perna.

57. O instrutor faz executar tambem os movimentos prescritos para o volteio sem impulso mas, somente parado, fará o saltar a cavalo e em terra.

Trabalho a galope, em círculo
58. Nenhum exercício dá tanta segurança e flexibilidade ao cavaleiro como tempos prolongados de galope, em um cavalo calmo e distendido. O galope deve ser empregado cedo, sem abandonar todavia o trote curto, sentado, que desenvolve a flexibilidade dos rins e deve ser considerado como a andadura de instrução por excelência A variedade nas andaduras e em seu rítmo, forçando o cavaleiro a equilíbrios diferentes, favorece, aliás, a colocação na sela.

O trabalho a galope se executa, primeiramente, em um grande círculo. De começo, o instrutor não explica aos cavaleiros nem o mecanismo do galope nem os meios de assegurar sua justeza. Permite o uso dos estribos aos que não adquiriram completa confiança.

59. Estando os cavaleiros em escola, ao comando - Em... círculo - o monitor descreve um grande circulo entre as duas pistas.

Ao comando - ga...lo...pe - o monitor toma a andadura indicada; os cavaleiros o acompanham, impulsionando os cavalos com as pernas, até que tomem o galope. Obtido o galope, cessam as ações de perna e procuram conservar um contacto suave com a sela, ligando se aos movimentos do cavalo.

O instrutor manda frequentemente agarrar à patilha com uma e outra mão, afim de assegurar esse contacto. Comanda os flexionamentos mais apropriados para desembaraçar o cavaleiro.

Determina principalmente, de vez em quando, a inclinação sobre o pescoço ou para o flanco, acariciando o cavalo, em cadência com o rítmo do galope.

Para retomar o trote o instrutor comanda:

Tro...te - o monitor diminue o diâmetro do círculo, tomando a andadura indicada. Os cavaleiros firmam o assento e aumentam a tensão das rédeas, firmando tambem os punhos.

Ao comando - Todo o picadeiro! - o monitor retoma a pista, na mão em que marchava.

60. O galope é iniciado em círculo pelos seguintes motivos:

1º) o cavalo está naturalmente preparado a partir no pé certo;

2º ) estando curvado, tem menos tendência a forçar a mão do cavaleiro;

3º) habitua-se, muito rapidamente, a se cadenciar numa andadura lenta, cujo rítmo o cavaleiro segue facilmente.

4º ) o cavaleiro não sofre as mudanças de equilíbrio, consequentes da passagem pelos cantos.

ARTIGO IV
Escola das ajudas
- Prescrições gerais.

- Mudanças de andadura ou de velocidade;

a) Mecanismo das ajudas;

b) Efeito das ajudas;

c) Trabalho com distâncias determinadas.

- Mudanças de direção:

a) Mecanismo das ajudas;

b) Efeito das ajudas;

c) Trabalho com distâncias indeterminadas.

Exercícios de conduta:

a) Mudança de pista;

b) Mudança de mão;

c) Linha quebrada;

d) Frente à direita, à esquerda ou à retaguarda;

e) Cortar o picadeiro;

f ) Meia volta;

g) Volta;

h) Meia volta invertida.

- Modo de segurar e manejar as rédeas do bridão.

- Uso e efeito do freio e do bridão.

- Trabalho em duas pistas.

- Partidas a galope.

- Trabalho em escola.

Prescrições gerais
61. A escola das ajudas tem por fim preparar o cavaleiro para o emprego das pernas e das rédeas.

Essa instrução começa desde que o recruta, habituado aos movimentos do cavalo em todas as andaduras, possue suficiente desembaraço.

O instrutor, dirigindo-a, não perde de vista, entretanto, que é preciso aperfeiçoar sempre o assento do cavaleiro.

As primeiras lições são ministradas com os cavalos de bridão, e o freio é empregado o mais cedo possível. Em princípio os cavaleiros utilizam os estribos.

O trabalho se executa de preferência no picadeiro, excepcionalmente no exterior, em grandes retângulos, cujas dimensões sejam cientes para que os cavaleiros trabalhem à vontade, mas sempre as vistas do instrutor e ao alcance de sua voz.

62. Toda a conduta do cavalo se reduz a mudanças de andadura de velocidade e a mudança de direção.

O estudo da conduta do cavalo compreende uma sucessão de lições que importa distinguir nitidamente:

a) o instrutor começa por fazer o cavaleiro executar mudanças andadura e da velocidade: emprego das duas pernas para impulcionar o cavalo para a frente ou provocar uma aceleração de velodade emprego das duas rédeas para diminuir a velocidade ou parar;

b) o mecanismo das mudanças de andadura permite ao cavaleiro regular as andaduras, isto é, manter seu cavalo numa andadura e para velocidade determinadas;

c) quando o cavalaleiro sabe fazer atuar as duas pernas e as duas rédeas o instrutor ensina a mudar de direção. Começa por uma volta para emprego de uma rédea isolada (rédea de abertura ou rédea contrária):

d) o instrutor ensina a fazer a volta estando parado (mudar de direção parado), quando o cavaleiro sabe se servir perfeitamente da rédea de abertura e da rédea contrária: emprego da perna isolada;

e) o instrutor ensina, finalmente, a associar a ação da perna à ação de uma rédea isolada: volta fechada (mudar de direção sobre um arco de círculo pequeno);

f) o mecanismo das mudanças de direção permite ao cavaleìro por o cavalo direito e marchar direito, isto é, colocar e manter seu cavalo na direção desejada.

63. O instrutor se limita a motivar ao cavaleiro as ajudas que ele deve empregar. Esta parte da instrução deve ser o menos verbal possível.

Tendo o cavaleiro adquirido uma certa prática das ajudas que constituem o assunto da lição. O instrutor lhe explica e faz sentir os diversos efeitos que elas podem produzir.

Comanda frequentemente - trabalho à vontade. O cavaleiro, circulando no interior da pista, exercita-se, por sua própria iniciativa, no movimento que acabou de aprender.

Mudanças de andadura ou de velocidade
64. Mecanismo das ajudas;

- para passar do alto ao passo;

- para alargar o passo;

- para passar do alto ou do passo ao trote;

- para alargar o trote;

- para passar do trote ao galope;

- para alargar o galope.

Fazer atuar as pernas com maior ou menor energia, conforme o resultado que se deseja obter e de acordo com a sensibilidade do cavalo; baixar as mãos para permitir que a aceleração se produza.

Estes movimentos são executados aos comandos:

- mar...che !

- alargar !

- tro...te !

- alargar!

- ga...lo...pe !

- alargar !

As pernas atuam por pressão, na medida necessária, e se essa pressão não basta, por uma batida mantendo os joelhos ligados a sela. Essas ações devem se produzir atrás e próximo da cilha. A espora é destinada a reforçar, quando necessário, a ação das pernas.

65. Para encurtar o galope:

- para passar do galope ao trote;

- para diminuir o trote;

- para passar do trote ao passo;

- para diminuir o passo;

- para fazer alto;

- para recuar;

aumentar a tensão das rédeas, levantando o busto.

Estes movimentos executam-se aos comandados:

- encurtar !

- tro...te !

- encurtar !

- pa...sso !

- encurtar !

- al...to !

- recuar !

A tenção das rédeas é aumentada por uma elevação firme dos punhos (ou do punho), os dedos cerrados sobre as rédeas ajustadas. O cavaleiro começa por encurtar as rédeas, si estiverem muito longas; depois cerra os dedos; finalmente, eleva progressivamente os punhos até obter o resultado que deseja.

66. Efeitos das ajudas:

A ação simultânea das pernas tem por efeito: produzir o movimento para a frente, conservá-lo e acelerá-lo.

A ação simultânea das rédeas tem por efeito: encurtar, parar e recuar.

O instrutor faz notar que estas duas ações produzem efeitos contrários as pernas e as mãos não devem atuar simultâneamente. As mãos cedem quando as pernas atuam. As pernas cedem quando as mãos atuam.

Esta parte da instrução é uma das mais importantes. E pelos alongamentos e encurtamentos sucessivos que o cavaleiro adquire o domínio de seu cavalo.

As ações das ajudas, quaisquer que sejam, devem diminuir de intensidade logo que o cavalo começa a obedecer e cessar completamente, desde que o resultado tenha sido alcançado.

67. Trabalho com distâncias determinadas:

As primeiras lições de conduta são sempre ministradas no picadeiro, ao passo e ao trote. O instrutor distribue os cavaleiros na pista, prescrevendo-lhes distâncias a conservar rigorosamente. Cada cavaleiro vê-se, assim, na necessidade imediata de impor a própria vontade ao cavalo, impulsionando se ele se retarda, retendo-o se ele avança demais.

Este exercício exige uma atenção que não pode ser mantida muito tempo. E empregado durante alguns minutos por dia, mas nesses minutos, o instrutor, que aliás não deve pedir senão movimentos simples, exige o máximo da atenção dos cavaleiros e a conservação exata das distâncias.

O instrutor empresta uma importância particular aos movimentos Marche ! - estando parado, e Alto! - estante ao trote.

Nas paradas, ele cuida que o cavaleiro termine o movimento com cavalo direito e que só recomece a marcha após alguns instantes de imobilidade.

Mudanças de direção
68. Mecanismo das ajudas:

Ha três maneiras de mudar de direção :

- A mudança de direção avançando e sobre um arco de círculo grande é a empregada normalmente no exterior. Muda-se de direção direita, deslocando-se o punho direito para a frente e à esquerda; tretem-se a andadura, sendo preciso, por uma pressão das pernas.

- A mudança de direção no mesmo lugar é empregada quando o cavaleiro quer mudar de direção sem avançar.

Para fazer frente à direita, manter as espáduas no lugar, firmando os punhos, e impelir a garupa à esquerda por uma pressão de perna direita atrás da cilha.

Se o cavalo resiste à ação da perna, aumentar a tensão da rédea do mesmo lado, sem deixar que o mesmo recue.

- A mudança de direção sobre um pequeno arco de círculo executa-se quando o cavaleiro, em marcha, queira mudar de direção rapidamente. É muitas vezes empregado na instrução, a título de flexionamento, principalmente no picadeiro.

Para fazer a volta à direita, desloca-se o punho esquerdo ou direito para a direita, aumentando a tensão da rédea em razão da diminuição do arco de círculo descrito e impele-se a garupa à esquerda por uma pressão da perna direita.

Em resumo: - o cavaleiro faz a mudança de direção larga, colocando as espáduas do cavalo na direção que quer tomar;

- muda de direção parado, deslocando a garupa para o lado oposto;

- faz a mudança de direção curta agindo simultaneamente sobre as espáduas e sobre a garupa.

69. Efeitos das ajudas:

Nas mudanças de direção, as rédeas atuam diretamente sobre o ante-mão e indiretamente sobre o post-mão; as pernas, ao contrário, atuam diretamente sobre o post-mão e indiretamente sobre a ante-mão.

A ação da mão para modificar a direção pode ser de duas formas:

1º - Quando o cavaleiro afasta a rédea direita, a cabeça e o pescoço são levados para a direita e o cavalo volta-se para este lado; então se diz que o cavaleiro atua pela rédea de abertura.

Esta ação deve fazer-se levando francamente a mão à direita, o punho conservado no prolongamento do ante-braço, as unhas voltadas para cima e evitando toda tração de diante para trás;

2º - Quando o cavaleiro apoia a rédea esquerda contra o pescoço do cavalo, a cabeça pode inclinar-se para a esquerda, mas o pescoço é forçado para a direita e o cavalo volta-se para este lado: então se diz que o cavaleiro atua pela rédea contrária ou de apoio.

É a ação, normal do cavaleiro militar, que geralmente só dispõe de uma das mãos para governar seu cavalo.

A rédea contrária deve atuar sem tração de diante para trás, e, como a rédea direta, intermitente.

70. A rédea direita de abertura e a rédea esquerda de apoio produzem o mesmo efeito fazem o cavalo voltar à direita. Empregadas porém, simultaneamente, neutralizam-se dentro de certos limites em vez de somarem seus efeitos: cada uma tende a encurvar a cabeça do cavalo para seu lado e, por consequência, a impedi-lo de obedecer á outra rédea.

O cavaleiro deve evitar o emprego simultâneo das duas rédeas afim de conseguir a maior nitidez possível em suas ações; a mão esquerda ceder quando a direita atua.

Entretanto, muitas vezes ha conveniência para o cavaleiro e empregar sucessivamente a rédea de abertura e a rédea de apoio.

Estando as rédeas separadas, o cavaleiro pode escolher uma ou outra rédea; mas quando ambas estão na mesma mão só pode atuar pela rédea de apoio.

Encontrando-se o cavaleiro em dificuldade deve separar as rédeas e empregar a de abertura, cuja ação é muito mais facilmente compreendida pelo cavalo.

71. A pressão de uma perna isolada tem por efeito, no cavalo adestrado, impelir a garupa para o lado oposto. Essa ação se combina perfeitamente com a da rédea de abertura do mesmo com lado ou com a da rédea de apoio do lado oposto.

72. O instrutor faz executar mudanças de direção tanto por meio da rédea de abertura como da de apoio, podendo neste último caso estar as rédeas ou em uma só mão. Exercita os cavaleiros em marchar direito para um ponto de direção determinado e para o cavalo direito. Inspira-se nas considerações desenvolvidas no Regulamento de Equitação para dar ao cavaleiro as explicações complementares que julgar necessária. Tais explicações são sempre ministrada individualmente.

73. Trabalho com distâncias indeterminadas:

Ensina-se o cavaleiro a mudar de direção por meio dos exercícios descritos abaixo. Para este trabalho, são distribuído na pista exterior ou em uma pista interior a três metros daquela, com distâncias indeterminadas.

A indicação - Trabalho com distâncias indeterminadas à mão direita (esquerda) os cavaleiros tomam a pista na mão indicada mantêm a direção e andadura do seu cavalo e conservam uma distância suficiente entre si e o cavaleiro que o procede.

Estando um cavaleiro muito próximo do precedente, o instrutor manda-o - Cortar o picadeiro em ocasião oportuna e de modo que passe para a pista do lado oposto, onde havia espaço suficiente.

Os cavaleiros podem executar esse movimento por iniciativa própria sempre que se torne necessário, mas devem evitar essa necessidade.

74. Os cavaleiros executam as mudanças de direção, ao comando "Fulano, tal movimento", ou por iniciativa própria depois da ordem: "Tal movimento à vontade". Neste último caso o cavaleiro executa livremente o movimento prescrito até o comando - Todo o picadeiro!

Entre duas mudanças de direção o cavaleiro preocupa-se em marchar em uma mesma linha reta, conservando uma andadura uniforme e franca.

O instrutor exige que os cavaleiros passem regularmente os cantos, ao passo e ao trote, mas permite-lhes arredondá-los quando ao galope.

Passar regularmente os cantos quer dizer que o cavaleiro não deve abandonar o ângulo formado pelos lados maior e menor do picadeiro.

75. Para formar a escola o instrutor comanda: Testa Fulano ! Em escola ! O cavaleiro designado continua a seguir a pista na andadura em que marchava, ou na que for indicada, e os demais vão, na mesma andadura e pelo caminho mais curto, formar atrás dele a um grupo de cavalo, no caso de não ser determinada a distância.

76. O instrutor reune os cavaleiros em torno de si ao comando - Comigo ! - (andadura, se quizer outra diferente daquela em que encontra a escola). Os cavaleiros vêm se grupar em torno dele, caminho mais curto e na andadura em que marchavam ou na que foi comandada.

Exercícios de conduta
77. Os exercícios de conduta constituem uma espécie de ginastica que dá aos cavaleiros oportunidade de variar suas ações e permite ao instrutor verificá-las de modo imediato.

Não devem ser considerados como um fim, mas sim como meio. Podem ser multiplicados ou reduzidos sem inconveniente.

Não substituem, absolutamente os exercícios de aplicação suscitam e desenvolvem, de modo mais eficiente, o julgamento e a iniciativa do cavaleiro.

A) Mudança de pista (1)

78. A mudança de pista faz-se por um movimento oblíquo à direita ou à esquerda que permite ao cavaleiro passar da pista exterior à pista interior, ou vice-versa.

Este movimento se executa ao comando: Escola - Mudar de Pista !

Pista externa ou normal é a que o cavaleiro percorre marchando junto ao guarda-flanco.

Pista interna é a paralela à anterior, dela distanciada três metros.

B) Mudança de mão

79. O cavaleiro, depois de ter passado o canto e marchado três metros no lado maior, dirige-se pela diagonal do picadeiro à pista, de modo a tomá-la na nova mão, a seis metros ao canto. Os cavaleiros que não começaram o movimento quando os outros estão atingir a pista, deixam-na livre, ocupando uma pista interior.

Este movimento se executa ao comando: Testa - Mudar de mão.

Anexo Figura (1)

C) Linha quebrada (Fig. 2)

80. A linha quebrada compõe-se de oblíquas sucessivas, alternadas e repetidas, traçadas um certo número de vezes no sentido do lado maior do picadeiro.

(1) Ver Trabalho em duas pistas (98).

À indicação: Testa - Linha quebrada ! (uma, duas, três) vezes a escola trabalhando à mão direita (esquerda), os cavaleiros obliquam á direita (esquerda), até atingirem a distância desejada; então oblíquam à esquerda (direita), e percorrem a mesma distância e assim sucessivamente ao longo dos lados maiores.

Anexo Figura (2)

Este movimento se executa até a pista interior ou até a linha do centro, conforme a indicação do instrutor.

Ao comando: Testa - Todo picadeiro ! - o cavaleiro da testa, retoma a pista e os demais o acompanham.

D) Frente à direita ou á esquerda e à retaguarda

81. O cavaleiro, estando parado, faz deslocar a garupa do cavalo, para a esquerda ou para a direita, até colocá-lo na direção indicada, sem recuar.

Este movimento executa-se ao comando: Frente à direita (esquerda) - Mar...che !

82. Frente à retaguarda - A frente à retaguarda compõ-se de dois à direita (ou à esquerda) sucessivos. No picadeiro os cavalos que executaram o movimento ficam em sentido inverso ao dos que permaneceram na pista.

Podem retomar a pista no sentido anterior, repetindo o movimento. O movimento se executa ao comando: Pela direita (esquerda) frente à retaguarda !

E) Cortar o picadeiro

83. Este movimento compõe-se de dois à direita ou à esquerda ligados por uma linha reta, indo de uma a outra pista.

Executa-se, somente no sentido de largura, simultaneamente ou pela testa, aos comandos: Escola (ou testa) - Cortar o picadeiro!

Ao comando: Escola (ou testa) - Cortar o picadeiro e mudar de mão ! - os cavaleiros fazem a segunda conversão em sentido contrário à primeira para tomarem a pista na mão oposta.

F) Meia volta.

84. A meia volta se define por um semi-círculo seguido de uma reta oblíqua sobre a pista. O cavaleiro descreve um semi-círculo do diâmetro da volta e segue uma direção paralela à diagonal do picadeiro para retomar a pista, mudando de mão.

O movimento executa-se ao comando: Meia volta ! (Fig. 3).

Anexar Figura (3)

G) Volta

85. A volta é um círculo tangente à pista.

Ao comando - Voltar ! - o cavaleiro descreve um círculo de diâmetro sensivelmente igual à metade do lado menor do picadeiro e retorna a pista no ponto em que a havia deixado. Mantém o cavalo no círculo fazendo uso constante dos meios prescritos para à direita (esquerda) (Fig. 4). O instrutor pode prescrever a execução de uma volta mais cerrada indicando-a em seu comando.

Anexo Figura (4)

H) Meia volta invertida

86. A meia volta invertida se define por uma oblíqua seguida de um semi-círculo.

O cavaleiro, marchando à mão esquerda, obliqua o cavalo à esquerda, segundo uma paralela à diagonal do picadeiro, e, depois de haver marchado direito até às proximidades da linha do centro do picadeiro, percorre um semi-círculo para retomar a pista na mão contrária.

O instrutor pode determinar um raio de círculo menor que o anterior para execução da meia volta.

A mão direita, o movimento executa-se de modo inverso.

Esse movimento realiza-se ao comando - Meio volta invertida !

Anexo Figura (5)

87. O cavaleiro executa os diversos movimentos indicados nos parágrafos precedentes, empregando os meios prescritos para as mudanças de direção.

De acordo com as dimensões do arco de círculo que o cavalo deve descrever, executa uma volta mais ou menos cerrada.

Para o movimento de frente à direita (esquerda), emprega os meios prescritos para mudança de direção parado.

O cavaleiro marcha sempre diretamente para um ponto determinado, entre duas mudanças de direção. Na mudança de mão o ponto de direção é obrigatório e pode ser marcado por um sinal visível. Esse ponto fica à escolha do cavaleiro nos demais exercícios, mas é obrigatório para cada um. A andadura deve permanecer uniforme e franca durante todo o movimento.

88. Na execução das meias voltas e das meias voltas invertidas, o instrutor pode utilizar as diagonais para ensinar ao cavaleiro a deslocar a garupa do cavalo.

Por exemplo, na meia volta à mão direita, no momento de terminar o percurso da diagonal, o cavaleiro faz atuar a perna esquerda para impelir a garupa para a direita, de modo que o cavalo avance cruzando ligeiramente as pernas, paralelamente à pista, durante alguns passos.

Uso do freio e do bridão
Modo de segurar e manejar as rédeas
89. O trabalho de freio começa quando os cavaleiros já tem noção prática suficiente do mecanismo das ajudas. O cavaleiro conduz o cavalo à mão, segurando as rédeas do bridão, como já foi prescrito para o caso do bridão de remonta; as do freio devem ficar sobre o pescoço do cavalo.

O cavaleiro monta e apeia, aplicando às rédeas do freio e do bridão as mesmas regras já indicadas para as rédeas do bridão de remonta.

Depois de apear e antes de conduzir o cavalo a baia, solta a barbela. Os cavaleiros são exercitados frequentemente nos diferentes modos de segurar as rédeas, primeiramente parado e depois em todas as andaduras; deverão manejá-las desembaraçadamente.

Há quatro modos diferentes de segurar as rédeas .
90. As quatro rédeas na mão esquerda:

- rédea esquerda do bridão sob o quinto dedo (mínimo);

- rédea esquerda do freio entre o dedo mínimo e anular;

- rédea direita do freio entre o anular e terceiro dedo (médio);

- rédea direita do bridão entre o médio e o indicador.

As quatro rédeas saem entre o indicador e o polegar, apertadas por este dedo contra a segunda junta do indicador para impedir que deslizem; as extremidade das rédeas caem ao lado direito do pescoço do cavalo; o braço flexionado, o punho e a mão em frente ao meio do corpo, no prolongamento do antebraço, os dedos unidos costas da mão para a esquerda.

91. As quatro rédeas na mão direita:

- rédea direita do bridão sob o quinto dedo (minimo);

- rédea direita do freio entre o mínimo e o anular;

- rédea esquerda do freio entre o anular e o terceiro dedo (médio);

- rédea esquerda do bridão entre o médio e o indicador.

As quatro rédeas saem entre o indicador a o polegar, apertadas por este dedo contra a segunda junta do indicador para sempre que deslizem; as extremidades das rédeas caem ao lado esquerdo do pescoço do cavalo; o braço flexionado, o punho e a mão em frente ao meio do corpo, no prolongamento do antebraço os dedos unidos, costas da mão para a direita.

92. As rédeas nas duas mão:

Estando as quatro rédeas na mão esquerda, a mão direita coloca-se um pouco à frente desta e segura as duas rédeas direitas separadas pelo quinto dedo (mínimo), deixando-as sair sob o polegar; alongam-se as rédeas da quantidade suficiente para assegurar a independência de ação de cada uma das mãos; a extremidade livre das rédeas cai à direita do pescoço passando sob a mão direita.

O cavaleiro pode, em alguns casos, tomar na mão direita, apenas a rédea direita do bridão, que fica sob o quinto dedo e sai do lado do polegar, ou a rédea direita do freio que passa entre o terceiro e o quarto dedo.

93. As rédeas separadas:

Duas em cada mão: as duas rédeas direitas na mão direita separadas pelo quinto dedo (mínimo), a rédea do bridão no exterior; as duas rédeas esquerdas na mão esquerda, separadas pelo dedo mínimo, a rédea do bridão no exterior. As rédeas saem sob o polegar de cada mão; as extremidades livres passam entre as rédeas tensas e caem à direita ou à esquerda do pescoço do cavalo.

94. O modo normal de segurar rédea é com as duas mão. O cavaleiro deve estar, entretanto, habituado a segurar em uma só mão, para se servir das armas, ou para conduzir um cavalo de mão.

Quando as quatro rédeas estão em uma só mão e o efeito da rédea contrária não basta para obter uma mudança de direção, o cavaleiro separa imediatamente as rédeas por sua própria iniciativa e utiliza o efeito direto.

Em repouso e nas estradas o cavaleiro pode segurar as rédeas tanto na mão direita, como na esquerda, ou, ainda, nas duas mãos.

Evita-se assim um defeito de posição, que leve o cavalo a curvar o pescoço como defesa.

95. O cavaleiro, tendo as rédeas na mão esquerda, para ajustá-las ou encurtá-las, segura-as com o polegar e o indicador da mão direita, acima do polegar esquerdo, entre-abre os dedos desta, levanta a mão direita, até sentar um leve contacto com a boca do cavalo, e firma a esquerda.

Para alongar as rédeas, segura-as entre o polegar e o indicador da mão direita, abaixo da mão esquerda, escorregando-as entre os dedos que as mantinham.

Estes movimentos devem ser executados deslocando-se as mãos o menos possível.

O cavaleiro, com a espada na mão, pode utilizar a mão direita para ajustar as rédeas ou separá-las momentaneamente, tendo o cuidado de manter a ponta da arma levantada, afim de evitar ferir os vizinhos.

Estando o cavaleiro ao passo ou parado, para repousar seu cavalo, pode abrir os dedos sem mover a mão, de modo que pemita a distenção completa do pescoço.

Efeitos do freio e do bridão
96. O instrutor faz ver aos cavaleiros que podem:

1º) conduzir o cavalo com o freio, afrouxando as rédeas do bridão; (2)

2º) conduzir o cavalo com o bridão, afrouxando as rédeas do freio;

3º) conduzir o cavalo com as quatro rédeas, sentindo apoio no freio e no bridão.

Os efeitos das rédeas do freio são análogos aos das rédeas do bridão, porém mais acentuados, ainda que produzidos por ações mais leves da mão.

O freio atua sobre as barras leve em grande parte sua energia ao ponto de apoio que lhe dá a barbela, enquanto que o bridão atua diretamente sobre a comissura dos lábios do cavalo.

Servindo-se alternativamente do freio e do bridão, o cavaleiro poupa a boca do cavalo, pois assim atua ora sobre as barras, ora sobre a comissura dos lábios.

Para demonstrar tais efeitos o instrutor manda segurar, primeiramente, as rédea do bridão e executar assim alguns movimentos simples; em seguida as do freio, e executar os mesmos movimentos. Assinala, então, a diferença entre os dois meios de conduta.

(2) Nas revistas e desfiles, as rédeas do bridão devem ficar completamente frouxas.

Depois faz os cavaleiros manejarem só com a mão esquerda as rédeas do freio e termina essa parte da instrução pelo emprego das quatro rédeas, seguras como ficou determinado no n. 90.

Em todos os movimentos o cavaleiro conserva o braço flexionado e as articulações do punho, do cotovelo é da espádua flexiveis para suavizar o efeito da mão através das rédeas

Uso do freio

97. O cavaleiro conduz o cavalo à e segura as rédeas, conforme está prescrito para o bridão no art. Il, ns. 8, 9, 11, 14, 15 e 16.

O emprego das rédeas do freio é o mesmo das do bridão, salvo a rédea de abertura que é somente aplicada neste.

Trabalho em duas pistas

98. O instrutor, com o objetivo de exercitar e desenvolver a iniciativa dos cavaleiros, determina muitas vezes que uma parto da escola trabalhe em uma pista interior. Para isso designa os cavaleiros que devem mudar de pista.

Os cavaleiros distribuem-se nas duas pistas, na mesma mão, ao comando - Cavaleiros F..... F..... mudar de pista - à vontade

Os cavaleiros estando disposto em toda a extensão das duas pistas, executam todos os exercícios da Escola das Ajudas. O instrutor pode fazer executar movimentos diferentes em cada escola como por exemplo : Para a pista interior somente, alto! para a pista exterior, ao trote!

Para repor os cavaleiros na pista exterior, o instrutor comanda : Todo o picadeiro! A este comando, os cavaleiros que marcham na pista interior alcançam a pista exterior por uma oblíqua si estão na mesma mão ou por meia volta si marcham em sentido contrário.

Partida a galope

99. O cavaleiro aprende a partir a galope por aceleração de andadura. É conveniente ensinar-lhe tambem a partir diretamente do trote ordinário e do passo.

Um cavalo galopa à direita ou galopa à esquerda. À direita, quando o pé anterior direito assenta na frente do anterior esquerdo e o posterior direito na frente do posterior esquerdo; à esquerda, quando isso se dá em sentido inverso.

Um cavalo galopa certo quando galopa à direita voltando á direita, ou à esquerda voltando à esquerda; galopa falso quando galopa à direita voltando à esquerda ou inversamente.

Um cavalo galopa desunido quando galopa à direita com os anteriores e à esquerda com os posteriores ou vice-versa.

100. Para ensinar a partida a galope o instrutor observa o seguinte modo :

O cavaleiro marchando à mão direita, à indicação: Galope à direita - marchel - atravessa primeiramente o cavalo, deslocando ligeiramente a garupa à direita por uma pressão da perna esquerda e firmando o punho esquerdo; depois, por uma pressão igual das duas pernas, provoca, em alguns tempos de' passo ou de trote, uma aceleração que corresponde à velocidade do galope. O cavaleiro deixa, seu cavalo endireitar-se na pista desde que este toma o galope.

Esta série de ações assegura ao cavaleiro o meio de partir certo, pois o cavalo fica naturalmente disposto a partir galopando à direita, porque quando toma esta andadura o bípede lateral direito está, ligeiramente adiante do bípede lateral esquerdo.

Para partir ao galope à esquerda procede-se analogamente (com ajudas adequadas).

E mistér que o instrutor coíba, com o máximo zelo, a tendência que têm certos cavaleiros recem iniciados a inclinarem o busto para a frente, quando impulsionam o cavalo para tomar o galope.

101. O cavaleiro, tendo as rédeas em uma só mão, para partir ao galope à, direita, atravessa ligeiramente o cavalo na pista pela ação da perna esquerda; leva o punho atrás e à direita; depois, por uma ação simultânea das duas pernas, desenvolve a aceleração da andadura até que o cavalo tome o galope.

Uma vez compreendido o mecanismo das partidas a galope, o Cavaleiro deixa pouco a pouco de atravessar seu cavalo na pista e toma o galope mantendo o cavalo tão direito quanto possivel; mas procede sempre, no emprego das ajudas, primeiro como se quizesse atravessar o cavalo e depois, como se quisesse acelerar a andadura; aumenta, assim, a pressão de pernas para obter o galope, no momento em que sente o cavalo disposto (para a partida à, direita) a ceder a ação da rédea e da perna esquerda.

Quando o cavalo galopa falso ou desunido, o instrutor faz passar ao passo ou ao trote e em seguida retomar o galope.

O instrutor manda sempre passar ao trote ou ao passo para mudar de mão.

Trabalho em escola

102. No trabalho em escola ou com distancias fixas a principal preocupação é ordem e disciplina.

Habituando os cavaleiros a se regularem uns pelos outros, prepara-se para o trabalho em conjunto. Exigindo, na execução dos movimentos, regularidade e correção que requerem uma atenção constante e um emprego das ajudas tão preciso quanto possivel, este trabalho constitue para o instrutor um meio de verificar os resultados obtidos.

Os cavaleiros seguem o guia ou cavaleiro testa conservando entre si distâncias de 1m,50. O instrutor pode formar uma ou duas escolas.

No caso de duas escolas, o instrutor designa o guia sobre o qual o outro se deve regular.

Os movimentos são executados :

quer sucessivamente, todos os cavaleiros seguindo o testa;
- quer individual e simultaneamente por todos os cavaleiros.

Podem tambem ser executados em sentido inverso partindo da linha do centro.

O trabalho em escola só deve ocupar uma pequena parte do tempo consagrado à sessão.

ARTIGO V

Aplicação da Escola das Ajudas

- Preserições gerais.

- As andaduras.

- Trabalho em grandes linhas.

- Trabalho em quincôncio.

- Sair da fileira.

- Trabalho à vontade.

- Exercício de flexibilidade da esquadra e do grupo.

- Trabalho em terreno variado.

- Passagem e salto de obstáculos,

Prescrições Gerais

103. O mecanismo das ajudas é muito simples: todo cavaleiro compreende facilmente que deve atuar com as pernas para andar mais depressa, aumentar a tensão das rédeas para diminuir a andadura e desiocar a mão para a direita ou para a esquerda, conforme a direção que quer tomar. Mas, a aplicação destas regras apresenta certas dificuldades.

O cavaleiro só adquire pleno conhecimento de seus recursos depois de uma prática demorada e sempre refletida. Montando cavalos diferentes, em situações e em terrenos diversos, é que adquire o sentimento do cavalo e aprende a intervir oportunamente, a atuar no justo lugar, a medir a intensidade e a coordenar suas ações.

104. Nesta parte da instrução devem-se evitar dois inconvenientes:

1º Retardar a escola das ajudas mantendo cavaleiros muito tempo sob observação constante;

2º Entregá-los cedo demais à própria iniciativa, com risco de adquirirem maus hábitos.

O período de aplicação tem por fim colocar progressivamente o cavaleiro diante das dificuldades de conduta que terá de enfrentar nos exercícios de ordem dispersa, no desempenho das diversas missões no serviço em campanha e em combate.

Para desempenhar estas missões, o cavaleiro deve estar em condições de :

- manter-se na fileira em todas as andaduras, com a cabeça erguida e olhar livre;

- destacar-se francamente da fileira e marchar direito através do campo, para pontos de direção afastados;

- estando isolado, como explorador, balizador ou estafeta, regular as andaduras e muda-las no momento oportuno,

- transpor os pequenos obstaculos que encontrar;

- finalmente, lançar-se resolutamente contra o inimigo e abordá-lo com arrojo.

O instrutor dirige esta parte do instrução tendo sempre em vista a noção clara do resultado a alcançar.

Observando atentamente o cavaleiro, a respeito do seu espírito de iniciativa. o instrutor o auxilia todas as vezes que o vê em dificuldades. corrige suas faltas, principalmente as que haja cometido sem perceber; estimula-o, enfim, sempre que der provas de destreza, de energia e de audácia.

105. Os exercícios de aplicação, compreendem:

- o trabalho em grandes linhas;

- o trabalho em quincôncio;

- o exercícios de flexibilidade da esquadra e do grupo;

- o trabalho à vontade;

- o trabalho em terreno variado;

- o salto.

Executam-se sempre no exterior. Os cavalos vão de freio e os cavaleiros vão armados desde cedo.

As andaduras

106. O passo ( a andadura em que os pés se levantam sucessivamente e assentam na mesma ordem em que se levantaram. No caso do pé anterior direito romper a andadura, os demais se levantam na seguinte ordem posterior esquerdo, anterior esquerdo, posterior direito; e assentam na mesma ordem.

O passo deve ser franco; sua velocidade regulamentar é de 100 metros por minutos O cavalo percorre assim um quilômetro em 10 minutos.

O passo é a andadura que o cavalo pode conservar mais tempo, sem fadiga, Ha, entretanto, interesse em intercalar pequenos tempos de trote nos longos percursos ao passo.

O passo, em vista do apoio constante da sela no dorso do cavalo, em função de seu ritmo, é uma andadura que provoca escoriações nesta região, quando mantida por muito tempo.

O trote é a andadura em que o cavalo faz batidas igualmente espaçadas por bípedes diagonais.

Sua velocidade regulamentar é de 220 metros por minuto. Percorre assim, um quilômetro em 4 minutos e 1/2.

Mantido em cadência lenta e alternada com tempos de passo, cuja frequência e duração variam de acordo com as condições do cavalo e a missão a desempenhar, o trote é a andadura mais própria aos percursos demorados e longos.

107. O galope é a andadura mais rápida. O cavaleiro não deve empregá-lo sem necessidade nos grandes percursos. principalmente em estradas duras ou quando o cavalo estiver carregado.

Não sendo. porém; suficiente a velocidade regulamentar do trote, o cavaleiro isolado deve passar ao galope de preferência a alargar aquela andadura.

Ha três espécies de galope :

- O galope ordinário, cuja velocidade é de 320 metros por minuto; o cavalo percorre um quilômetro em 3 minutos e 7 segundos;

- O galope de picadeiro. cuja velocidade é menor;

- O galope largo, cuja velocidade é de 420 metros por minuto o cavalo percorre um quilômetro em 2 minutos e 23 segundos.

A batida do galope se faz em três tempos e cada uma é separada da seguinte por um tampo de suspensão.

O cavalo. galopando à direita o primeiro tempo é marcado pelo assentar do posterior esquerdo, o segundo pelo pousar e simultâneo do anterior esquerdo e do posterior direito (diagonal esquerda) e o terceiro pelo assentar do anterior direito.

No galope à esquerda os tempos são marcados pelo posterior direito, diagonal direita, anterior esquerdo.

108. A velocidade das andaduras deve ser regulada pelos dados do seguinte quadro:


Andaduras Passo Trote Galope Galope
Largo

Metros percorridos em um minuto....................... 100 220 320 420
Minutos e segundos empregados em
Percorrer um quilometro aproximadamente; ...... 10'0" 4'33" 3'07" 2'23"



Marchando ao passo. o cavaleiro percorre 6 quilômetros por hora, ao trote 13 e ao galope 19.

Os cavaleiros devem praticar desde o começo a resolução de problemas simples sobre aplicação das andaduras, executando percursos em condições prefixadas.

Trabalho em grandes linhas

109. O trabalho em grandes linhas tem por fim:

- preparar o cavaleiro para conduzir o cavalo no exterior;

- ensinar-Ihe a regular as andaduras e marchar direito para pontos de direção afastados;

- familiarizá-lo com o galope ordinário e o galope largo;

- prepará-lo para o trabalho na tropa e habituá-lo à regular-se por um chefe.

Executa-se em um retângulo de grandes dimensões, cujos vértices são marcados por bandeirolas altas e bem visiveis. As dimensões do retângulo são geralmente fixadas em 220 metros para os lados maiores e 100 para os menores, afim de permitir que o instrutor regule as andaduras.

Estas duas dimensões representam respectivamente as distâncias que o cavalo percorre ao trote e ao passo em um minuto. As duas reunidas representam a distância a percorrer em um minuto de galope. É bastante juntar o outro lado menor para ter a distância a percorrer ao galope largo.

Os cavaleiros são distribuídos a grandes distâncias por toda a pista do retângulo. Os movimentos ficam limitados aos aumentos e diminuições de andaduras, ao cortar o picadeiro e às mudanças de mão.

110. O instrutor zela para que os cavaleiros marchem direito e conservem uma andadura igual e franca.

A igualdade da andadura garante a boa ordem dos movimentos na tropa a poupa o cavalo. A linha reta obriga o cavaleiro a empregar constantemente as ajudas e força o cavalo a uma submissão permanente; é a maior garantia de um trabalho util.

Estando os cavaleiros distribuídos em grupos. um em cada grupa é designado para servir de guia. pelo qual os demais se regulam. O instrutor limita-se a dar indicações da andadura ou de um movimento qualquer ao cavaleiro ou ao grupo que passa perto dele; os outros homens ou grupos imitam-no. Aproveita-se este trabalho para habituar os cavaleiros a obedecer aos sinais de apito e de clarim,

111. É também o momento de ensinar ao cavaleiro a trotar tanto numa diagonal como na outra. O cavaleiro trota no bípede diagonal direito, quando. depois de se haver alçado, cai na sela no momento em que o anterior direito do cavalo, pousa no terreno. O instrutor ensina a conhecer a diagonal em que está trotando.

Ensina depois a mudar de diagonal, o que se faz diminuindo o apoio nos estribos e deixando que o assento receba duas reações consecutivas sobre a sela, em vez de uma só; o cavaleiro achar-se-á, assim, sobre a diagonal oposta à que trotava precedentemente.

112. No trabalho a galope todos os esforços do instrutor devam convergir para obter uma andadura calma e regulada, o que exige exercícios prolongados.

O galope largo só começa quando os cavalos se conservam calmos no galope ordinário.

113. Preparam-se finalmente os homens para a carga, mediante exercícios de galope a toda a velocidade, numa extensão de 60 a 80 metros.

O movimento é executado individualmente. À voz ou indicação do instrutor, cada cavaleiro inclina o busto para a frente, calça os estribos a fundo. alarga a andadura, progressivamente, até o galope de maior velocidade e empregando a espora, si necessário, continua a marchar direito na direção dada, gritando - Carga!

A princípio o exercício é facilitado grupando-se os homens por dois.

O cavaleiro emprega os meios já prescritos para encurtar, afim de retomar uma andadura menos viva.

Os exercícios de carga individual devem ser repartidos pelas diversas sessões de instrução e executados sempre numa pista ou parte do terreno para isso especialmente preparada e conservada, afim de não fatigar os cavalos em cargas amiudadas ou executadas em terreno duro.

Trabalho em quincôncio

114. O trabalho em grandes linhas é utilmente completado pelos trabalhos em quincôncio.

Nesses exercícios, os cavaleiros formam em várias fileiras sucessivas, guardando entre si intervalos regulares. No dispositivo em quincôncio os cavaleiros ficam em correspondência com o meio das intervalos existentes entre eles.

O instrutor faz a tropa marchar por toda a extensão do terreno, executando as mudanças de andadura e de direção prescritas na Escola das Ajudas.

Exige que os movimentos sejam executados com uniformidade e correção e que cada cavaleiro conserve exatamente seu lugar em relação aos vizinhos.

Sair de forma

115. O instrutor aproveita o trabalho em quincôncio para exercitar os cavaleiros a sairem de forma.

Escolhe um cavalheiro e designa-lhe um ponto de direção. O Cavaleiro fixa o ponto e marcha direito a ele na andadura indicada; chegando ao limite do terreno ou ao ponto determinado, para ou muda de direção.

Este exercício pode ser executado em todas as andaduras. O cavaleiro parte sempre ao passo quando a escola está parada; a andadura superior só poderá ser tomada (se for o caso), depois que o cavalo estiver francamente destacado da fileira.

Para aumentar gradativamente a dificuldade, diminuem-se progressivamente os intervalos entre os cavaleiros.

Os cavaleiros devem habituar-se também a atravessar as fileiras no sentido da marcha e em sentido contrário a ela.

Estes exercícios desenvolvem a franqueza e a docilidade dos cavalos e a destreza dos cavaleiros e devem ser executados com muita frequência.

Trabalho à vontade

116. O instrutor deve ordenar com frequência o trabalho à vontade, tanto no exterior como no picadeiro. Os cavaleiros circulam a seu arbítrio nos limites fixados, empregando as andaduras regulamentares e marchando sempre para pontos determinados. Este exercício começa tão cedo quanto possível e continua durante todo o período de instrução.

O instrutor, para reunir a escola, comanda - Reunir! ou Comigo! Os cavaleiros executam o movimento prescrito para a escola do pelotão ou o indicado no n. 76.

Exercícios de flexibilidade da esquadra e do grupo

117. Os movimentos prescritos para a esquadra ou para o grupo (Título lII) constituem excelentes exercícios de flexibilidade.

São executados em qualquer terreno ou no de exercícios e o mais cedo possível em terreno variado.

A instrução individual está intimamente ligada à instrução da esquadra e do grupo e prossegue durante o período deste último.

Trabalho em terreno variado

118. Este trabalho tem por fim :

- habituar os cavaleiros a conduzirem os cavalos em todos os terrenos :

- familiarizá-los com os obstáculos que podem encontrar em campanha;

- ensinar-lhes a regular a marcha quando isolados.

Começa muito cedo e as dificuldades que apresenta, assim como as do salto de obstáculos são graduadas de acordo com o desenvolvimento dos cavaleiros; o objetivo é sempre aumentar o entusiasmo e o raciocínio.

O instrutor conduz a escola pelas estradas, por caminhos existentes nos terrenos cultivados. através dos campos. bosques e matas. e finalmente aos terrenos mais variados que possa dispor. O instrutor deve conhecer todos os terrenos variados de possível utilização. pertencentes à guarnição onde serve. Distribue os cavaleiros em pequenos grupos comandados por graduados que. segundo a natureza do terreno. vão dando a cada grupo os conselhos que a experiência indicar-lhes.

119. As prescrições seguintes visam a maioria dos casos que se podem apresentar.

- Para subir uma rampa forte. ceder a mão depois de haver dado ao cavalo a direção; inclinar o busto para frente e apoiar a mão no pescoço do cavalo. Se a inclinação for muito forte, colocar a mão na parte inferior do pescoço.

- Para descer uma rampa a da mesma natureza, deixar as rédeas se estenderem afim de dar ao cavalo toda a liberdade: inclinar ligeiramente o corpo para a frente mantendo as pernas bem fixas.

- As subidas fortes devem ser vencidas com toda a calma, principalmente se forem longas, É necessário evitar-se subir ou descer obliquamente sobretudo quando o solo é escorregadio.

- Nos terrenos desiguais convém dar a iniciativa ao próprio cavalo; seu instinto é muitas vezes guia mais seguro do que as ajudas do cavaleiro.

- Para transpor um terreno alagadiço, marchar lentamente e evitar colorar a escola em fila. Si o cavalo se atola, fica inquieto e procura desembaraçar-se aos saltos, o cavaleiro deve apear e conduzí-lo à mão.

- O cavaleiro deve empregar todos os meios para poupar seu cavalo principalmente quando este está equipado. Convém assim, passar a maior parte dos obstáculos naturais em vez de saltá-los.

Nos lugares particularmente difíceis o homem apeia Todos os cavalos devem estar habituados a passar, conduzidos à mão, toda sorte de obstáculos

120. O instrutor ensina aos cavaleiros os princípios relativos à conduta do cavalo, que eles deverão observar quando se acharem isolados. Tais regras são as seguintes :

- Ao sair das baias, marchar a passo durante um tempo mais ou menos longo. para que o cavalo se firme sobre as pernas.

- Variar as andaduras, sem, jamais abandonar a cadência regulamentar para cada uma.

- Escolher, para as andaduras vivas, os terrenos mais ou menos horizontais, porque as subidas exigem maior esforço do cavalo e as descidas o expôem a ferimentos produzidos pelos arreios.

- Seguir uma progressão crescente na duração dos tempos de trote é de galope,

- Subordinar a duração dos tempos intermediários de passo ao grau de rapidez com que o cavaleiro deve realizar o percurso total.

- Procurar, em todas as circunstancias, as partes menos duras do terreno, para poupar os membros do cavalo e mantê-lo, consequentemente, nos lados das estradas, de preferência ao meio do calçamento.

- Preferir, entretanto, um terreno duro, porém plano e uniforme, a um terreno muito pesado e irregular.

- Terminar, por um tempo de passo, que deve ser tanto mais prolongado quanto maior e mais rigoroso tenha sido o percurso, pois o cavalo deve evitar à baia sempre com o pêlo seco e a respiração normal.

- Nas marchas longas ou em andaduras rápidas, apear algumas vezes e continuar marchando ao lado do cavalo, seja para que ele tome fôlego, depois de uma subida ingrime, seja para descer uma rampa forte ou ainda para que chegue calmo no fim da marcha. Por este meio, sem perder tempo durante a marcha, obtem-se descanso para o cavalo e também para o cavaleiro

121. A instrução do serviço em campanha combina-se utilmente com o trabalho em terreno variado.

O cavaleiro aprende a orientar-se e a conhecer o terreno desde as primeiras saídas. Aprende a dirigir-se e a utilizar o terreno quando já se acha suficientemente prático para poder ficar entregue a si próprio.

As marchas do explorador, do balizador e do estafeta são os melhores exercícios de aplicação.

O instrutor para tais exercícios não deixa passar uma oportunidade de corrigir um defeito de posição e retificar um êrro de conduta.

O próprio cavaleiro esforça-se em praticar os princípios que lhe forem ensinados. Aumentam-se. assim, cada dia, o desembaraço, o raciocínio e o entusiasmo dos cavaleiros. E são estas qualidades individuais que dão coesão, mobilidade e valor à tropa.

Passagem saltos de obstáculos

122. O salto é um exercício completo;

- aperfeiçoa o assento;

- dá ao cavaleiro oportunidade de aplicar a lição das ajudas em um sentido prático e esportivo;

- torna-o, enfim, perspicaz e arrojado.

Os cavaleiros só começam a saltar depois que adquirem alguma flexibilidade e equilíbrio. Passam então a praticar regularmente esse exercício, em princípio com estribos.

A progressão deve ser regulada com muito método, pois qualquer precipitação pode comprometer a confiança do cavaleiro e a franqueza do cavalo.

Considerando, realmente, muito importante o papel do salto na instrução do cavaleiro. o instrutor não deve todavia dedicar-se exclusivamente ao seu emprego, desprezando os outros exercícios de aplicação.

123. Como exercício para dar assento o salto é praticado no picadeiro. Os cavalos devem estar de bridão de remonta. O instrutor manda colocar na pista, primeiramente, uma barra no chão, depois pequenos obstáculos, um feixe de lenha. uma sebe baixa e enfim uma barra a pequena altura. Os cavaleiros são adestrados em passar esses obstáculos sem nenhuma preocupação de conduta.

O cavaleiro, ao chegar perto do obstáculo, une as pernas e inclina ligeiramente o corpo para a frente e sem deixar o fundo da sela, amolece os rins; as espaduas bem desembaraçadas, as mãos baixas e os estribos calçados a fundo.

No momento do salto procura ligar-se ao movimento do cavalo, fixar, ao as pernas e as coxas, cedendo suavemente os braços e as espaduas; preocupa-se em conservar as mãos baixas quando o cavalo tocar o solo.

O cavaleiro deve "estar com o cavalo", antes, durante e depois do salto, isto é, acompanha-lo, permanecer em união intima e em completo acordo com ele.

124. O instrutor ensina o cavaleiro a conduzir o cavalo ao obstáculo, quando já executa aquele trabalho com desembaraço.

Como exercício de conduta o salto é praticado de preferência no exterior. Os cavaleiros Saltam primeiramente em coluna por um ou por dois, a 10 e 15 metros de distância, atrás de um monitor adestrado. o qual, antes de enfrentar o obstáculo, executa algumas voltas de uma larga serpentina, em um galope calmo e desembaraçado.

As distâncias, entre os cavaleiros são progressivamente aumentadas, devendo cada um enfrentar o obstáculo em um ponto previamente visado e que não deve ser absolutamente o mesmo em que saltou o cavaleiro anterior.

Os homens passam, finalmente, a saltar individualmente.

O cavaleiro, para enfrentar o obstáculo, fixa o ponto que escolheu : e marcha direito a ele. Assegura a direção com as rédeas justamente tensas para manter a cabeça do cavalo sem o perturbar. Conserva a impulsão agindo com as pernas, desde que o cavalo procure diminuir a velocidade.

Se o cavaleiro percebe que o cavalo hesita ao chegar ao obstáculo, mantem o movimento para a frente, estimulando o animal energicamente com as pernas.

Se o cavalo para diante do obstáculo, o cavaleiro, fazendo uma volta, leva-o novamente ao movimento para a frente, coloca-o diante dele e por uma pressão enérgica das pernas, vence as suas hesitações.Tratando-se de um obstáculo que possa ser saltado. mesmo parado, o cavaleiro mantem o cavalo no lugar e o impulsiona vigorosamente.

Deve-se parar o cavalo depois de um desvio e trazê-lo novamente direito diante do obstáculo, sustentando melhor a cabeça sem entretanto diminuir-lhe a impulsão.

Ao cavalo que dispara para o obstáculo, o cavaleiro detem sem contrariá-lo, entretanto, no momento em que toma o impulso natural para o salto.

Todo cavalo que não esteja bastante franco e calmo deve ser readestrado.

125. O salto é o exercício de franqueza por excelência.

A passagem de pequenos obstáculos com toda a segurança aumenta a confiança e o entusiasmo, permitindo ao recruta julgar do seu próprio progresso e esforçar-se por melhorar dia a dia.

O instrutor cultiva esses sentimentos, conservando e desenvolvendo nos seus homens este espírito de desprendimento que, unido ao do cumprimento do dever, completa a alma do cavaleiro.

O fim almejado é tanto mais seguro e facilmente obtido, quanto melhor sabe o instrutor evitar as lutas e os acidentes. graduar as dificuldades, regular as exigências de acordo com os recursos do homem e a vontade do cavalo.

Quando um cavaleiro vai para o obstáculo a contragosto não é forçando-o a saltar que o instrutor lhe dará ânimo. Ele deve esperar o provocar inteligentemente o renascer da confiança e o despertar do amor próprio.

E assim, se a instrução for bem dirigida, será o próprio cavaleiro que pedirá, para saltar.

126. Os obstáculos a transpor pertencem a cinco tipos principais que são, por ordem de dificuldade crescente :

- as rampas em subida e em descida;

- os fossos;

- os obstáculos cheios, troncos de árvores, feixes de lenha, sebes muros de terra e de pedra;

- as barreiras ;

- os obstáculos compostos.

As dimensões são aumentadas de acordo com os progressos dos cavaleiros; podem ser limitadas em dois metros para os obstáculos em largura e em 0m,90 para os obstáculos em altura.

Os obstáculos artificiais devem sempre ter uma largura suficiente para que o cavalo não seja tentado a desviar, prejudicando a franqueza.

Em princípio um obstáculo deve ser abordado ao galope moderado.

ARTIGO Vl

Trabalho com armas

- Manejo e uso das armas brancas.

- Exercício; de combate com armas brancas.

- Manejo e uso do mosquetão.

- Uso da pistola.

- Concursos.

127. Para não retardar o ensino da equitação, a espada e a lança são confiadas aos cavaleiros a cavalo quando tiverem adquirido um suficiente assento e estiverem habituados com o emprego das ajudas. Os exercícios de uso das armas brancas começam o mais cedo possível e são praticados diariamente.

Para estes exercícios os cavaleiros formam em uma fileira ou em círculo. a seis metros um do outro, quando parados; em marcha, são precisos, no mínimo, seis metros de intervalo e três do distância.

O instrutor determina uma pista a dois metros da parede quando realiza o exercício de utilização da espada no picadeiro.

Manejo e uso da espada

Manejo da espada

128. Desembainhar espadas - Enfiar o punho direito no fiador, segurar o punho da espada fortemente com todos os dedos e por um movimento de elevação lateral do braço, retirar a lâmina da bainha; colocar o punho direito no alto da coxa, o dorso da lâmina apoiado no côncavo do ombro, o corpo perfilado. Esta é a posição de - Perfilar a espada

129. Embainhar espada - Elevar o punho direito em frente ao ombro direito, baixar a lâmina à direita do pescoço do cavalo, inclinar, ligeiramente, a cabeça à direita, fixando os olhos no bocal da bainha e nela introduzir a lâmina; retirar o punho do fiador e voltar o olhar para a frente.

130. Apresentar-espadas - Como a pé.

Uso da espada

131. Em guarda - Como a pé.

Golpes e pontas - Como a pé.

132. Exercícios de destreza - Como a pé.

Ataque

133. A posição a cavalo e a maneira de executar a ponta são diferentes, conforme o cavaleiro carrega em linha, ou combate individualmente.

Na carga o cavaleiro se inclina para o pescoço do cavalo, braço completamente estendido, o punho da espada seguro em cheio, a ponta dirigida para o adversário, com a resolução firme de o abater pelo choque.

No combate individual, a violência com que se lança contra o adversário, dá-lhe, imediatamente, a superioridade. Cumpre-lhe jámais se deixar preceder no ataque.

As pontas são dadas com a maior energia, auxiliando-as com o tronco. A guarda é retomada entre os ataques.

O cavaleiro deve manter-se sempre senhor da andadura e do governo de seu cavalo, para investir e por fora de combate qualquer adversário que surja a seu alcance.

Os exercícios de ataque na carga, com a espada, executam-se como está prescrito para os exercícios de carga individual no trabalho com freio (90).

134. Ao comando - Preparar para a carga! - o cavaleiro levanta a espada estendendo o braço em todo o seu comprimento.

135. Ao comando - Carga! - que todos repetem muitas vezes em altas vozes, os cavaleiros da primeira fila executam o que está prescrito no n. 113.

Os cavaleiros da segunda fileira, assim como os que têm diante de si oficiais ou graduados, tomam uma posição semelhante à do golpe em frente à direita conservando. entretanto a mão na altura do ombro direito e sem voltar o rosto para a direita.

Ao comando - Reunir! - os cavaIeiros Perfilam espadas.

Para os exercícios de ataque no combate individual, o instrutor manda executar, parado e em marcha, em todas as andaduras, os golpes e molinetes cujo mecanismo foi ensinado na instrução a pé.

Exercícios contra alvos

136. Os exercícios de ataque são repetidos contra objetivos reais. empregando-se, de preferência. espadas velhos.

O cavaleiro executa os golpes indicados pelo instrutor contra o objetivo que lhe é designado. Contra alvo que represente um homem deitado destere o golpe de cima para baixo.

Exercita-se em seguida em tocar diversos objetivos de diferentes tamanhos, dispostos em linha reta.

137. Os exercícios de ataque de carga são combinados com os que Figuram no combate individual ou na refrega (entrevero).

O instrutor coloca uma série de alvos em linha reta, seguida de outros dispostos de modo irregular.

O cavaleiro toca os primeiros na andadura da carga. Diminue, em seguida, a andadura do cavalo e toca à vontade os outros.

138. Pode-se aperfeiçoar a destreza dos cavalos utilizando alvos. móveis, colocados em aparelhos especiais ou em cavalos.

Manejo e uso da lança

139. A lança é utilizada durante a instrução, e no serviço a cavalo por todo graduado ou cavaleiro armado com ela.

O lanceiro. a pé, conduz o cavalo ao terreno, apoiando a lança ao ombro esquerdo.

140. Sentido - O cavaleiro coloca-se do lado de montar, com o franco direito na altura da ganacha e segura as rédeas com a mão direita a 15 cm. (cerca de meio palmo) da boca do cavalo.

A arma fica na vertical, do lado esquerdo, segura no punho pela mão desse lado, tendo o braço em todo o comprimento nela encostado e o dedo polegar ao longo da haste.

Montar e apear

141. preparar para montar - O cavaleiro coloca-se na altura do estribo esquerdo, apoia a lança no chão, com o conto a meio metro atrás do seu calcanhar e inclina-a sobre o cavalo. Em seguida, correndo a mão esquerda pela haste da lança, toma nessa mão as rédeas e um punhado de crina, enfio o pé esquerdo a fundo no estribo, com auxílio da mão direita, e for necessário, aproxima-se do cavalo de maneira que o joelho esquerdo se, apoie à sela e coloca a mão direita no lado direito da patilha.

A cavalo - Executam-se os movimentos do A cavalo do n. Uma vez montado, o cavaleiro segura a lança com a mão direita por baixo da esquerda, alçando-a por impulso, daquela mão entre o braço esquerdo e o corpo, até desembaraçá-la de modo que possa levá-la ao lado direito. A lança toma a posição do n. 144.

142. Preparar para apear - A mão direita levanta a lança na, vertical, passando o conto sobre as cruzas do cavalo e deixa-a escorregar entre o braço esquerdo e o corpo, pela espádua esquerda do animal até tocar o solo a 0m,50 (cerca de dois palmos e meio) ao lado da sua mão esquerda.

A mão esquerda do cavaleiro, que está acima das cruzes, segura a lança e recebe da direita um punhado de crina. Em seguida o cavaleiro descalça o estribo direito e coloca a mão direita no cepilho.

A pé - Executam-se os movimentos de A p do n. 12. Uma vez a pé, o cavaleiro torna com a Iança a posição de sentido (n. 140) .

143. Perfilar lanças - O conto no cachimbo, a lança segura pela mão direita na altura do meio do punho, os dedos pouco cerrados e o cotovelo união no corpo.

A posição da lança perfilada é tomada para as paradas, desfilar e revistas.

144. Baixar lanças - O cavaleiro segura a lança pelo punho, com a mão direita na posição direita (retira-a do cachimbo se a tinha perfilada ou no fiador) e coloca-a na horizontal. com a ponta para frente pouco abaixo da orelha do animal; a mão direita com o polegar para cima e as unhas dos dedos voltadas para dentro, fica descansando no meio da coxa direita. A parte posterior da lança, não deve tocar a garupa do cavalo. nem se afastar muito dela.

Quando se monta com o equipamento completo, baixa-se a mão direita e afasta-se a parte posterior da lança, quando for necessária, mas sem enviezá-la.

A posição de lança baixa é tomada toda vez que a tropa manobra e quando se deseja diminuir a visibilidade.

Na passagem de mato, o lanceiro, tendo a lança baixa, pode excepcionalmente deixar o conto tocar no chão e segurar a lança perto da ponta, com o punho apoiado perto da coxa.

145. Obliquar lanças - Retira-se do cachimbo a lança, que vem colocar-se na coxa direita. a mão no centro de gravidade, a ponta para a frente e para a esquerda, a haste apoiada no ante-braço esquerdo.

Torna-se a posição de lança oblíqua toda vez que se desempenha missão isolada, nas formações em ordem dispensa e nos exercícios de equitação (trabalhos individuais)

146. Lanças no fiador - Leva-se a lança para a mão esquerda, sem retirá-la do cachimbo; o polegar e o indicador da mão esquerda a recebem, os outros dedos permanecem fechados para não abandonar as rédeas; passa-se o braço direito no fiador e enfia-se o mesmo até o cotovelo; a mão esquerda abandona a lança que é jogada para traz por um movimento do braço direito.

É necessário que o fiador da lança esteja sempre bem ajustado e a lança quase vertical, afim de evitar que o conto leve a perna do cavaleiro para a frente.

A posição de lança no fiador só pode ser tomada nas marchas de estrada e em manobras.

Nas marchas longas pode-se permitir aos cavaleiros passar, vontade a lança para o lado esquerdo. Num alto prolongado e em que não se apeie, é também permitido descansar a lança no chão pelo conto.

Uma tropa em marcha, com a lança abaixada, ou no fiador, fará continência tomando a posição de sentido à voz: olhar à direita, (ou esquerda) .

Um cavaleiro que em serviço de campanha faz alto para falar ao superior, deixa o conto da lança tocar o solo e segura-a na vertical ao lado direito, com a mão na altura da cintura.

A voz : - Descansar lanças, o cavaleiro tira a lança do cachimbo ou leva-a à vertical, se está abaixada, e deixa-a escorregar verticalmente pela mão direita, até o conto tocar o solo; a lança é mantida pela mão direita, encostada ao joelho direito, o ante-braço na horizontal; a mão esquerda descansada no cepilho.

147. Perfilar lanças - Estando a lança na posição do n. 146, o cavaleiro atira-a para frente por um movimento do braço direito, a mão direita vai segurá-la no meio do punho e a mantem na vertical, ficando o cotovelo unido ao corpo. Estando a lança baixada, o cavaleiro introduz o conto no cachimbo e dá à lança a posição anterior.

148. Ao comando - Perfilar lança! - os oficiais e os homens da tropa, não armados de lança, desembainham a espada (128) .

149. Apresentar lanças - Estando na posição de perfilar lança o cavaleiro estende o braço direito para a frente e à direita. de modo que conserve a lança inclinada e sem que o conto saia do cachimbo.

Volta-se à posição de perfilar lanças pelo movimento inverso Quando a tropa presta continência, ao comando - Apresentar armas ! - os oficiais e sargentos apresentam espadas e os lanceiros lanças.

150. Em guarda - Como a pé. Exercícios de destreza e golpes - Como a pé.

Ataque

151. A posição do cavaleiro a cavalo e a maneira de lancear são diferentes, conforme o lanceiro carrega em batalha ou combate individualmente.

152. Na carga, o lanceiro inclina o corpo ligeiramente para frente e mantem a arma fortemente sob a axila até o momento do choque.

153. No combate individual, o lanceiro terá em vista que é da sua energia e do ímpeto do seu arremesso que advirão os melhores êxitos.

Afim de garantir a precisão do ataque, devo dar à haste a direção da posição preparatória e visa; o objetivo por cima da ponta

Para dar ao golpe todo o vigor, aumenta a força do braço com o peso do corpo e, nos golpes em frente, com a impulsão do cavalo instigado energicamente com as pernas.

154. Os exercícios de ataque, na carga com a lança, executam-se como está prescrito para os exercícios de carga individual no trabalho com freio.

Ao comando - Preparar para a carga! - o lanceiro dá à lança posição horizontal elevando a mão direita e trá-la à posição em guarda (3).

Ao comando - Carga! - que eles repetem várias vezes e em altas vozes. os cavaleiros da primeira fileira executam o que esta prescrito no n. 152. Os cavaleiros da segunda fileira conservam a lança no cachimbo. segurando-a com a mão direita, pelo punho.

Os lanceiros que têm diante de si oficiais, conservam suas armas com a ponta para cima como os da segunda fileira.

Ao comando - Reunir! - o lanceiro traz a lança novamente a vertical.

155. Para os exercícios de ataque no combate individual, o instrutor manda executar, como está prescrito (131), primeiro parado e depois marchando em todas as andaduras, os ataques e os exercícios de destreza cujo mecanismo foi demonstrado a pé. Os golpes sem alvos são sempre dados com a maior energia.

Exercícios contra alvos

156. Os exercícios de ataques são repetidos contra alvos segundo os princípios enunciados para o emprego da espada.

Faz-se o cavaleiro ancear, primeiramente contra objetivos pouco resistentes, para treiná-los na visada. Utilizam-se, em seguida, alvos mais resistentes para ensinar-lhes a resistir ao choque e desembaraçar a arma segundo os processos indicados a pé.

Quando o lanceiro passa muito perto do objetivo no ataque, em andaduras vivas, pode deixar o conto da lança elevar-se. Leva-o em Seguida para a frente, dobrando o punho, prende a arma fortemente contra a axila direita, segura-a com a mão direita na posição inversa, o polegar em direção ao conto, retoma novamente a guarda.

Nos exercícios em galope de carga. o cavaleiro não dará impulso com o bravo; nos golpes em frente, à direita e à esquerda, a mão ficará firme, com as unhas para cima, os dedos fortemente cerrados, sem abandonar a posição durante a execução do golpe. Não há, pois, deslocamento da mão para a frente, nem torsão. O cavaleiro já de longe visa o alvo pela ponta da lança e, no momento do golpe inclina o corpo para a frente sem, no entanto, se levantar da sela nem deixar de manter energicamente o contacto das pernas com o cavalo, que devera ser sempre impulsionado para a frente. Para um alvo que esteja baixo, a posição é em terra, à direita, conduzindo-se o cavalo convenientemente, sempre impulsionado pelas pernas.

O cavaleiro visa o alvo de longo, com o braço bem curvo, a mão na altura da face, a lança segura firmemente e apoiada no ante-braço direito, o corpo inclinado para a frente e para o lado direito e a ponta da arma dirigida para o chão.

A execução do golpe é feita pela distensão rápida do braço, assim que o alvo esteja suficientemente próximo; calcula-se a distância de acordo com a velocidade do cavalo.

Exercícios de combate com armas brancas

157. A docilidade do cavalo e a habilidade do cavaleiro em o conduzir têm importâncias preponderante no combate a arma branca.

Esses resultados devem ser preparados desde o início da instrução equestre e aperfeiçoados durante todo o tempo de serviço.

(3) Nos exercícios contra alvos e nos de preparação para o combate, a altura da ponta da lança dependerá do objetivo.

Quando os soldados novos empregam bem as ajudas, são postos, frequentemente no trabalho à vontade e exercitados em executar naturalmente, por iniciativa própria, cortes do picadeiro, voltas e meias voltas. nas três andaduras.

158. Estes exercícios são continuados reunindo-se os cavaleiros dois a dois. Dá-se-lhes e hábito de marchar em direções opostas, cruzando-se em todos os sentidos, primeiramente conduzindo os cavalos com ambas as mãos e depois com uma só.

159. Finalmente o instrutor dispersa toda a escola em espaço cada vez mais restrito e exercita os cavaleiros em conservar as andaduras, ficando senhores de seus cavalos.

Perseguição

160. Opõe-se um cavaleiro a outro. O fim do exercício é fazer que cada cavaleiro tome o lado esquerdo do adversário e o toque na espádua esquerda com a mão direita. Para isto a Escola é disposta em duas fileiras, em frente uma de outra e convenientemente afastadas.

Os dois cavaleiros designados marcham ao encontro um do entre e começam o exercício. A perseguição se executa a trote e depois a galope curto.

Os cavaleiros evitam as paradas súbitas. O atingido grita " tocado" o entra em forma.

Combate individual

161. Excluem-se destes exercícios os cavaleiros cuja preparação equestre é ajuda insuficiente e os cavalos cujo adestramento não esteja acabado.

162. O instrutor e os cavaleiros munem-se de máscaras, luvas e espadas de lâminas flexíveis ou pequenas varas.

As lança. ou varas são cuidadosamente emboladas.

O instrutor explica individualmente os ataques contra um adversário seguindo a progressão estabelecida para os exercícios a pé e indicando depois as andaduras. Os cavaleiros são em seguida opostos um ao outro.

O modo de execução é o mesmo que o prescrito para a perseguição. O combate cessa desde que um dos cavaleiros tenha sido atingido.

163. Quer o cavaleiro se bata com a espada ou com a lança, a maior garantia de bom êxito reside em uma ofensiva vigorosa e enérgica.

Se não foi bem sucedido no primeiro ataque, retorna o ofensiva e continua o combate regulando a tática pelas propriedades da arma que emprega - aspada ou lança.

Não dá folga ao adversário acossa-o de perto, aproveita sempre as ocasiões favoráveis para atingí-lo e multiplica os ataques até que o tenha posto fora de combate.

164. O cavaleiro armado de espada é forte do lado direito e fraco do esquerdo. Procura, pois, no ataque, deixar o adversário à direita para abordar pela esquerda. Contra um lanceiro, muda de súbito a direção dos seus ataques. Afasta a ponta da lança e procura o corpo a corpo.

165. O lanceiro que combate contra um adversário armado de espada, pode ficar em guarda e com a ponta baixa até ao último momento e só então atacar impulsionando o cavalo. tomando a posição de guarda e dando o lançaço, tudo a um só tempo.

A pancada com a haste, ou conto, e os molinetes, servem para o lanceiro se desembaraçar de diversos adversários ou mantê-los a distância.

166. Em combate é vantajoso ferir o cavalo do adversário, principalmente na cabeça. Estes golpes são proibidos na instrução.

Combate de refrega (entrevero)

167. O combate de refrega não é objeto de exercícios. O instrutor ensina que aquele que atinge um adversário precipita-se imediatamente contra um outro; que vários cavaleiros devem unir seus esforços contra um so e visar em primeiro lugar os chefes.

Tendo sangue frio pode-se acompanhar o conjunto do combate e atuar oportuna e inteligentemente. Nas situações difíceis só a tenacidade permite que os socorros cheguem a tempo e que seja readquirida a superioridade.

A tática dos lanceiros no combate deve consistir em ficarem a certa distância uns dos outros para utilizar os recursos de suas armas; os cavaleiros armados de espada procurarão forçar os adversários a se juntarem para tolher-lhes os meios de ataque.

168. O instrutor esforçar-se-á por tornar os cavaleiros vigorosos na refrega (entrevero) .

A bravura individual e a camaradagem de combate asseguram o ascendente moral da tropa.

O sangue frio permite seguir o desenrolar do combate, ouvir as ordens e proceder com inteligência.

Manejo e uso do mosquetão

Manejo do mosquetão

169. A cavalo o mosquetão é conduzido:

- no estojo (preso ao arreiamento, do lado esquerdo) ;

- na mão direita;

- a tiracolo (cano para a direita, couce para a esquerda) .

Arma na mão

170. Estando no estojo, ao comando - Arma na mão! - o cavaleiro passa as rédeas para a mão direita, com a mão esquerda solta a correia de segurança, retira o mosquetão e, retomando as rédeas na mão esquerda, segura-o com a direita entre a alça de mira e o mecanismo da culatra, descansando-o pela soleira na coxa direita, a boca do cano levantada, acima da orelha direita do cavalo, o guarda-mato para a frente.

Estando a tiracolo, no comando - Arma na mão! - o cavaleiro segura a arma com a mão direita pelo fuste, suspende-a por cima da cabeça e vai colocá-la na posição acima indicada (não encurtar a bandoleira)

Arma a tiracolo

171. Estando o mosquetão na posição anterior, ao comando - Arma a tiracolo! - o cavaleiro alonga a bandoleira se for o caso e faz passar entre ela e a arma o braço esquerdo e a cabeça, de modo que o mosquetão fique nas costas, suspenso ao ombro direito pela bandoleira, couce para a esquerda e cano para a direita.

Arma no estojo

172. Estando na posição de arma na mão, o cavaleiro, sem abandonar as rédeas, com as duas mãos encurta a bandoleira (se for caso), entrega as rédeas à mão direita e o mosquetão à esquerda que o coloca no estojo, fixa a correia de segurança e recebe depois as rédeas da mão direita.

Uso do mosquetão

173. O uso do mosquetão a cavalo, em princípio só é admissível no desempenho de missões individuais, no serviço em campanha.

O carregar e o descarregar são executados como a pé, colocando a arma na mão esquerda sem abandonar as rédeas. Depois de carregar a arma, o cavaleiro toma a posição de arma na mão.

Antes de ser posta no estojo, ou conduzida a tiracolo, a arma será sempre descarregada. Entretanto, o comandante de uma unidade que recebe ordem para empenhá-la a pé ou em missão de segurança. pode fazer transportar os mosquetões a tiracolo já carregados e travados.

Para executar o tiro a cavalo, o cavaleiro coloca o cavalo obliquamente à direta em relação à direção do objetivo; assesta a arma, ao ombro, deixa correr as rédeas na mão esquerda e aponta. Ajusta as rédeas depois do tiro.

O cavaleiro deve estar exercitado em apear rapidamente e em atirar, tendo a rédea no braço. Este processo pode achar aplicação no decorrer de missões individuais e especialmente quando o cavaleiro está separado de seu adversário por um obstáculo.

Como ao tiro a cavalo falta precisão, só deve ser utilizado excepcionalmente.

Uso da pistola

174. O emprego da pistola executa-se como a pé.

O cavaleiro mantem a boca do cano à direita ou à esquerda da cabeça do cavalo. para atirar.

O tiro da pistola a cavalo pode se executar em marcha, visando para a frente, para a direita, para a esquerda e para a retaguarda, à direita ou à esquerda, mas sempre a curta distância.

O exercício do tiro real de pistola não se executa a cavalo.

Os cavaleiros são exercitados em atirar com os cartuchos de festim na direção de alvos colocados em diferentes posições.

Concursos

175. Os concursos sancionam anualmente os resultados obtidos na instrução.

Despertam o estímulo e permitem verificar o grau de preparação para o combate. Devem ser despidos de qualquer idéia de ostentação.

As diferentes provas - percurso de estafetas, concurso de tiro, e outros - regular-se-ão pelas indicações insertas nos programas de instrução dos R. C., ou por instruções especiais emanadas dos escalões superiores.

CAPÍTULO II

ESCOLA DO CAVALEIRO A PÉ

ARTIGO I

Objetivo e divisão

176. A escola do cavaleiro a pé tem por objeto prepará-lo, por meio de um adestramento técnico individual, para receber a instrução a cavalo e a do combate a pé.

Compreende:

1º - A execução dos movimentos individuais, sem e com arma, indispensáveis ao cavaleiro para que possa fazer parte de uma tropa a pé, em ordem unida.

2º - Os conhecimentos teóricos e práticos necessários ao cavaleiro para :

- receber a cavalo a instrução sobre o uso das armas brancas, do mosquetão e da pistola;

- como explorador, fuzileiro-metralhador ou metralhador e servente de petrecho, utilizar no combate as suas armas, engenhos e ferramentas.

177. A constante prática dessa escola, por outro lado, proporciona ensejo de se desenvolverem as aptidões particulares de cada homem e permite descobrir os indivíduos talhados para as diversas funções do cavaleiro no grupo, ou aptos para graduados.

Desenvolvendo no cavaleiro os hábitos de ordem, precisão e disciplina que lhes são indispensáveis, a escola do cavaleiro constitue a base da instrução militar. Ao ensiná-la, nunca se pecará por excesso de cuidado e de método.

Como este Regulamento não pode conter todos os elementos que devem ser ensinados na escola do cavaleiro a pé. sob pena de ficar muito volumoso e de se desviar de seu verdadeiro fim, o instrutor terá frequentemente necessidade de recorrer a outros regulamentes especiais que tratam do assunto (4).

Método de instrução prática da escola do cavaleiro a pé.

178. A escola do cavaleiro a pé é ensinada individualmente. O homem que haja compreendido o objetivo a atingir em cada movimento, esforça-se por alcançá-lo por si mesmo, auxiliado pelos conselhos do instrutor. Este deve conhecer o carater e o grau de inteligência de seus soldados, considerações que influem no modo de ministrar a instrução.

Ensino dos movimentos sem e com arma

179. A instrução é dada, por pelotões,

Os homens formam em uma ou mais fileiras, conforme a natureza do exercício, o lugar utilizado e o número de instruendos

As fileiras são distanciadas de quatro passos e os cavaleiros ao comando - Base, tal fila (ou tal homem) 4 passos de intervalo entre os cavaleiros! - tomam intervalos de quatro passos entre si de modo que conservem liberdade de movimentos. sem se subordinarem a qualquer preocupação de efeitos de conjunto.

O instrutor coloca-se em uma posição tal que possa abranger, toda a escola num só golpe de vista e, ao mesmo tempo, ser visto por todos os instruendos. Havendo monitores auxiliares, estes devem ficar nas proximidades dos grupos que lhes cumpre fiscalizar.

1º - lnstrução individual sem comando

180. Lentamente o instrutor mostra o movimento que vai ser executado, decompondo-o, se possivel, em tempos sucessivos acompanha a execução de breves explicações e chama a atenção para certo: pormenores mais interessantes.

Determina que os homens o acompanhem na execução de cada tempo do movimento, comandando - Façam como eu! Certifica-se, seguida, se os homens compreenderam suficientemente o movimento que se trata de executar.

(4) "Regulamento de Educação Física", "Regulamento de Tiro das Armas Portáteis", "Regulamento de Continências", "Regulamento de Organização do Terreno ', etc.

Ordena depois que continuem a exercitar-se por si mesmos, comandando - À vontade! Cada recruta, então, esforça-se por executar o movimento com rapidez e energia crescentes. Enquanto os cavaleiros se exercitam, o instrutor e os monitores os revistam e corrigem. Essas correções devem ser feitas em tom firme, mas sem aspereza e só se tocando nos homens em casos de absoluta necessidade.

Afim de não fatigar a atenção dos cavaleiros, o instrutor regula a sucessão dos movimentos ou dos tempos sem se demorar muito em cada um deles, e de modo que esgote o programa fixado para a sessão. Exige, porém, que durante esse tempo cada homem trabalhe sem interrupção e com vigor, guardando a atitude prescrita até que ele comande - Descansar!

Só se consegue a precisão e a vivacidade progressivamente. Por isso que cada vez, se exige um pouco mais de rapidez e de precisão e sempre a mesma energia na execução dos movimentos e a mesmo correção das atitudes.

Se se notar que a faculdade concedida aos homens para se exercitarem individualmente acarreta frouxidão ou abandono de atitude, mandar-se-á executar alguns movimentos já conhecidos, mediante comando, segundo condições que serão indicadas mais adiante.

A correção de atitudes observada desde o início dos exercícios, provoca o equilíbrio de todas as partes do corpo favorece o desenvolvimento físico do recruta e dá-Ihe um andar desembaraçado e marcial, característico do soldado.

2º - Instrução individual mediante comando

181. Desde que o mecanismo dos movimentos esteja suficientemente conhecido, começa-se a instrução mediante comando que permite ao instrutor regular as condições de intensidade do trabalho, na medida do fim colimado, e exercitar os homens na obediência aos comandos à voz e por gestos.

O principal objetivo da instrução individual mediante comando é levar, progressivamente, os recrutas a uma execução automática e de absoluta precisão, por meio de repetição sistemática de movimentos corretos e enérgicos.

Desenvolvem-se assim, nos homens, hábitos que garantem sua obediência em combates.

Os movimentos são executados, primeiro, decompostos em tempos ou movimentos parciais. ao comando do instrutor; depois, sem decomposição.

A cadência, lenta a princípio, é depois acelerada até a do passo ordinário, sempre, porém, tendo-se o cuidado de não prejudicar a precisão.

Nos movimentos feitos por decomposição (advertência - Por tempos!), executa-se o primeiro tempo à voz de execução; os outros termos são executados aos comandos: Dois - Três - etc. Os diversos movimentos sucedem-se sem outras interrupções além das impostas pela necessidade de descansos curtos e frequentes.

É de boa prática fazer com que os homens contem em voz alta os tempos que vão executando, de modo que adquiram mais facilmente o ritmo dos movimentos.

Para despertar a emulação. convem mandar descansar primeiro os soldados que, antes de seus camaradas, conseguirem executar corretamente os movimentos exercitados.

182. Os movimentos referentes a armar e de desarmar baioneta, são executados com rapidez e metodicamente, mas sem ritmo.

183. Em cada turma. os monitores vigiam a execução dos movimentos e em poucas palavras fazem aos homens as observações convenientes durante os tempos de pausa.

Instrução prévia para o emprego das armas em combate

184. O fim colimado por esta parte da escola do soldado é ministrar aos recrutas sólido preparo técnico, para que eles possam mais tarde empregar suas armas no combate com grande habilidade.

No preparo para o serviço das armas coletivas (fuzil-metralhador, metralhadora, morteiro) é preciso não perder de vista que as aptidões criadas ou desenvolvidas por esta instrução individual devem ser aplicadas no quadro do grupo de combate ou da peça.

Os elementos necessários a esse preparo estão consignados em instruções particulares a cada armamento.

185. Os métodos gerais de instrução expostos no 1º volume são tambem aplicáveis ao ensino encarado no presente artigo. Devem, entretanto ser completados pelas seguintes prescrições:

- dispor as turmas do modo mais cômodo, em torno do instrutor, sem exigir dos homens a atitude do soldado em forma e evitando-lhes qualquer fadiga inutil. Cultivar a destreza e a agilidade o combater a rigidez e a precipitação;

- ensinar ao homem apenas as noções teóricas indispensáveis: por exemplo, na nomenclatura das armas, limitar-se aos nomes das peça, com que deva lidar; não se demorar na teoria do funcionamento da arma automática; insistir somente nos incidentes de tiro e no modo de os remover. Em compensação, inculcar ao homem alguma: noções precisas que sirvam para ressaltar a potência; o rendimento do armamento da cavalaria; alcance. cadência e velocidade prática do tiro, penetração na terra, na madeira, nas blindagens poder mortífero ou de destruição;

- exigir que todos os movimentos necessários ao serviço das armas coletivas, se efetuem sempre corretamente, na ordem estabelecida e sem omissão alguma, Quando esses movimentos estiverem bastante conhecidos, exigir dos homens maior velocidade de execução; mandá-los executar os mesmos movimentos em condições de falta de comodidade comparáveis com as do combate: de rastro, na obscuridade, etc.; exigir sempre precisão e correção;

- exercitar, o mais que for possível o tiro real;

- explicar aos recrutas, desde o início, que os serventes da arma automática ou os da peça são solidários uns com os outros; exercitá-los em comum. quando possível, fazendo cada qual passar sucessivamente por todas as funções; quando se realizar o tiro real, fazer, pelo contrário. com que cada servente exerça, de preferência, a função para que foi especialmente treinado;

- velar, com perseverança. pela conservação dos reflexos já adquiridos, tanto pelos soldados antigos como pelos recrutas.

ARTIGO Il

Educação física

186. A educação física tem por fim:

- flexionar o recruta e desenvolver-lhe as qual idades físicas,

- manter os cavaleiros fortes, resistentes e destros;

- desenvolver as qualidades particularmente necessárias ao manejo e ao emprego das diversas armas.

Este fim é atingido submetendo-se os cavaleiros:

- a um treinamento físico a cavalo: volteio e uso de armas brancas. Estes exercícios desenvolvem e conservam a agilidade, a confiança em si mesmos e a energia, visando a formação do cavaleiro completo;

- a um treinamento físico a pé. capaz de tornar o homem um combatente resistente, agil, enérgico e experimentado.

187. É preciso não perder de vista que o treinamento físico é uma parte delicada da instrução, porque os resultados são mais demorados e ha o risco de serem completamente deturpados, tornando-se mesmo perigosos, quando as prescrições regulamentares não forem rigorosamente observadas.

188. O treinamento físico a pé é regido pelo Regulamento de Educação Física do Exército levando-se em conta, no esforço pedido aos cavaleiros, a energia dispendida nos exercícios a cavalo.

ARTIGO III
Movimentos sem arma
- Sentido.

- Descansar.

- Ordinário, marche.

- Marcar passo; em frente.

- Trocar passo.

- Sem cadência.

- Alto.

- Acelerado, marche.

- Marche-marche.

- Direita (esquerda), meia volta, volver.

189. Sentido! O cavaleiro fica imovel e em silêncio, com a frente e o olhar voltados para diante; os calcanhares tão unidos quanto o permita a sua conformação física as pontas dos pés voltadas para fora de modo que formem um ângulo pouco menor que o reto.

O corpo levemente inclinado para frente, com o peso distribuido igualmente pelos calcanhares e as plantas dos pés; os joelhos naturalmente distendidos. O busto aprumado, o peito saliente, ombros na mesma altura e um pouco para traz, mas sem esforço. Os braços naturalmente caidos e ligeiramente curvos. com os cotovelos um pouco para frente e na mesma altura. As mãos abertas, tocando levemente a parte exterior das coxas com os bordos das palmas e pontas dos dedos: estes unidos. O pescoço desembaraçado das espáduas, a cabeça erguida, o queixo, ligeiramente aproximado do pescoço e o olhar fixo para a frente (Fig 6).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 382 FIGURA.

190. Descansar! A esta voz o cavaleiro leva o pé esquerdo, energicamente, para frente, de modo que o calcanhar venha ficar no lugar em que se achava a planta do pé; conserva o outro no alinhamento. Poderá, porém, trocar a posição dos pés, passando previamente pela posição de sentido, de modo que tenha sempre o pé de trás no alinhamento. O peso do corpo recai sobre a perna de trás. O cavaleiro mantém-se em silêncio, sem mover o resto do corpo e sem deslocar o pé que marca o alinhamento.

E' a posição do cavaleiro quando entra em forma (Fig. 7).

À voz, sinal ou toque de - Sentido! - o cavaleiro toma a posição do número anterior, batendo fortemente o calcanhar do pé mais avançado no do outro.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 383 FIGURA.

À vontade! A este comando os cavaleiros adquirem a liberdade de falar, beber e fumar, devendo, porém, evitar prejudicar o alinhamento e o cobertura das filas.

191. Se for dada uma voz de advertência sem que antes se tenha mandado - Sentido! - o cavaleiro por si mesmo tomará esta posição.

Quando qualquer comando não tiver sido bem executado e o instrutor quiser repetí-lo comandará - Última forma! Todos voltam à situação imediatamente anterior. Esse movimento será feito com rapidez e energia.

192. Olhar à direita (esquerda) - Exercita-se o cavaleiro na posição de sentido ou passo ordinário a voltar a cabeça para a direita (esquerda).

À voz de execução gira-se a cabeça energicamente para o lado indicado sem desviar a linha dos ombros e sem modificar a posição.

Olhar-frente! O cavalheiro retoma, vivamente, a posição de - Sentido!

Marchas

193. São executadas em passo ordinário, em passo sem cadência e em passo acelerado.

Ordinário, marche! Leva-se o pé esquerdo para a frente, com a perna naturalmente distendida, assentando-o no solo, primeiramente com o calcanhar, sem bater; eleva-se o calcanhar do pé direito, fazendo o peso do corpo recair sobre o pé esquerdo. Leva-se, em seguida, o pé direito para frente, colocando-o da mesma maneira que o esquerdo. Continua-se, assim, a marcha avançando em linha reta, perpendicular à linha dos ombros; a cabeça deve conserva-se levantada e os braços oscilam naturalmente, em movimento simultâneo e diagonal com as pernas.

A grandeza do passo, contada de um a outro calcanhar, é de 40 centímetros para o primeiro passo e de 75 para os demais; a cadência é de 120 passos por minuto.

194. Alto! Na marcha em passo ordinário, a voz de execução - Alto - deve ser dada quando o pé esquerdo assentar no terreno; o homem dará mais dois passos: um com o pé direito e outro com o pé esquerdo, unindo então com energia o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os calcanhares.

195. Marcar-passo! (5) - À voz de execução, dada nas mesmas condições que a de - Alto! - o cavaleiro procede como a esta voz.

Continua, porém, pisando o mesmo lugar, sem levantar muito os joelhos nem bater demasiadamente os pés, e mantendo a cadência do passo ordinário. Os braços oscilam como nesse passo.

196. Em frente! A voz de execução deve ser dada quando o pé esquerdo for assentado no terreno; marca-se ainda um passo com o pé direito, rompendo em seguida, com o pé esquerdo, a marcha no passo ordinário.

197. Alto! (Marcando passo) - A voz deve ser dada quando o pé esquerdo assentar no terreno; marcar-se-ão mais dois passos: um com o pé direito e outro com o pé esquerdo, unindo-se então com energia o pé direito ao esquerdo, batendo fortemente os calcanhares.

198. Trocar-passo! (6) - O cavaleiro leva o pé que está atrás para o lado do que acaba de tocar o chão e torna a partir com este último pé; este movimento deve ser feito com vivacidade e executado independentemente de ordem, sempre que for necessário acertar o passo pela frente.

199. Passo sem cadência! (7) - Estando o homem em marcha em passo ordinário, para lhe dar maior comodidade se mandará: Sem cadência-Marche! O homem tomará o passo e a cadên-

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(5) O movimento de - Marcar-passo - deve ser de curta duração. E' empregado, quer nas ocasiões de desfile, quer para manter a distância regulamentar entre duas unidades consecutivas de uma coluna, sem perda da cadência da marcha.

(6) Esse movimento só será comandado a título de aprendizagem.

(7) O passo sem cadência não tem grandeza e cadência regulamentares, mas convem evitar o andar muito precipitado, que é demais fatigante. O aumento da velocidade deve ser conseguido com o aumento da grandeza do passo e não com a aceleração da cadência. Uma tropa no passo de 75 centímetros e na cadência de 120 passos por minuto, percorre cerca de 4.000 metros em 50 minutos, o que constitue uma boa velocidade de marcha na estrada.

cia que mais convier à sua conformação e ao terreno, mantendo-se em silêncio, conservando uma atitude correta, a distância e o alinhamento.

Com esse passo e ao comando acima, pode-se tambem romper a marcha.

Para voltar ao passo ordinário, comandar-se-á: Ordinário marche!

200. Alto! (Estando em passo sem cadência) - A essa voz o homem dá mais um passo e une com energia o pé que está atrás do da frente.

201. Acelerado-Marche! (Partindo da posição de sentido) - À voz de advertência, o homem levanta os ante-braços levemente juntos ao corpo, formando com os braços ângulos aproximadamente retos; as mãos fechadas sem esforço e um pouco voltadas para dentro, com o polegar em cima.

À voz de execução leva-se o pé esquerdo com a perna ligeiramente curva para a frente, o corpo no prolongamento da perna de trás, e corre-se cadenciadamente, movendo-se os braços naturalmente para a frente e para trás, sem os afastar do corpo. A grandeza do passo será, conforme o terreno, de 75 a 80 centímetros e a cadência de 170 a 180 passos por minuto.

Para passar do passo ordinário ao acelerado, a voz de execução deve ser dada ao assentar o pé esquerdo no terreno; o cavaleiro dá mais três passos, dois com o pé direito e um com o esquerdo, rompendo então em acelerado com este, de acordo com o prescrito para a partida da posição de sentido.

Se a tropa estiver marchando sem cadência, antes da voz: Acelerado-Marche! mandar-se-á: Ordinário-Marche!

202. Alto! A voz deve ser dada quando o homem fôr assentando o pé esquerdo no terreno; ele dá mais quatro passos em acelerado e pára, unindo o pé direito ao esquerdo e baixando os ante-braços.

203. Ordinário-Marche! Estando em acelerado, a voz de execução deve ser dada quando o pé esquerdo assentar no terreno; o cavaleiro dá mais três passos em acelerado, iniciando o passo ordinário com a perna esquerda.

204. Marche-Marche! O homem corre com a maior velocidade possivel, sem contudo debandar, até o comando: Sem cadência - Marche! ou Alto!

Voltas

a) A pé firme

205. Direita (esquerda) - Volver! À voz de execução, volta-se para o lado indicado, de um quarto de círculo, sobre o calcanhar do pé direito (esquerdo) e a planta do pé esquerdo (direito); une-se, depois, o pé esquerdo (direito) ao direito (esquerdo), batendo fortemente os calcanhares.

206. Meia volta - Volver! como em Esquerda - Volver! sendo a volta de 180 graus.

207. Oitavo à direita (esquerda) - Volver! Executa-se do mesmo modo que Direita (esquerda) - Volver! mas a volta é apenas de 45 graus.

b) Em marcha

208. Direita (esquerda) - Volver! A voz de execução deve ser dada ao assentar em terra o pé direito (esquerdo); o pé esquerdo (direito) dá um passo de 40 centímetros; volve-se a direita (esquerda) sobre a planta do pé esquerdo (direito), prosseguindo a marcha com o pé direito (esquerdo) na nova direção.

209. Oitavo à direita (esquerda) - Volver! Executa-se segundo os mesmos princípios, mas a rotação á apenas de 45 graus.

210. Meia volta - Volver! A voz de execução deve ser dada ao assentar o pé direito no terreno; o cavaleiro dá mais um passo com o pé esquerdo coloca o pé direito um pouco à frente do esquerdo e gira vivamente pela esquerda sobre as plantas dos dois pés, até mudar a frente para a retaguarda e continua a marcha com o pé direito.

ARTIGO IV
Manejo de armas
- Espada e lança.

- Mosquetão.

- Fuzil-metralhador.

211. No manejo das armas somente os braços e as mãos entram em ação: a parte superior do corpo fica perfilada e imovel. É proibido bater com a mão na arma afim de fazer ouvir o manejo, assim como bater com a soleira do mosquetão ou o conto da lança no chão.

Os diversos tempos de que se compuserem os movimentos do manejo da arma, serão executados com rigorosa precisão e uniformidade, seguindo-se uns aos outros na cadência do passo ordinário (escola do cavaleiro a pé) e em cadência mais lenta quando a cavalo.

Manejo da Espada

212. Sentido! (Espada embainhada) - O cavaleiro toma a posição de sentido (189), tendo a espada fora do gancho, com o copo para a frente e à altura do quadril; segura-a abaixo da braçadeira, com a mão esquerda, apoiando-a contra a perna, o braço ligeiramente curvo, os dedos unidos e voltados para baixo, o polegar entre a bainha e o corpo.

A espada permanece caida ao longo da perna, de maneira que, vista do lado, não ultrapasse o corpo.

Esta posição tambem é regulamentar para os oficiais.

213. Desembainhar - Espadas! À voz de execução, o cavaleiro inclina a guarnição da espada para frente, cerrando os dedos da mão esquerda, enquanto a mão direita vai ao punho e, segurando fortemente com todos os dedos, tira com energia a lâmina da bainha. A espada é trazida imediatamente para o lado direito, na vertical, ponta para cima, com o dorso da lâmina apoiado ao côncavo do, ombro, o punho junto ao quadril e o cotovelo direito, sem constrangimento, para trás e um pouco para a direita. A espada fica, segura pelos dedos polegar e indicador, auxiliados pelos outros, unidos e voltados naturalmente para baixo.

A mão esquerda prende a bainha no gancho e volta à posição de Sentido! (189), dedos sobre a bainha.

Esta é a posição da espada perfilada, que tambem se toma à voz de - Perfilar-espadas!

Se a tropa está em duas fileiras ter-se-á o cuidado de fazer a primeira fileira avançar um passo, antes de mandar - Desembainhar - espadas!

214. Apresentar - espadas! A mão direita traz a espada à frente do rosto, o cotovelo junto ao corpo sem constrangimento, o punho na altura do pescoço, de modo que o copo fique na altura do queixo, o gume voltado para a esquerda, a ponta para cima e a lâmina na vertical.

215. Os oficiais apresentam espadas como prescreve o R. Cont.

216. Perfilar - espadas! As praças voltam à posição de espada perfilada num só movimento e os oficiais como prescreve o R. Cont.

217. Descansar - espadas! (Partindo de espada perfilada) - A mão esquerda segura a lâmina da espada com as pontas dos dedos, ficando o ante-braço na horizontal. Em seguida a mão direita, com as costas para frente, segura o copo, com o polegar pela esquerda. A mão esquerda volta prontamente ao lado: estende-se o braço direito, lâmina vertical com o dorso junto à axila direita.

Por um movimento inverso volta-se à posição do Perfilar - espadas.

218. Em funeral - espadas! Este movimento executa-se sempre partindo da posição Perfilar - espadas! O cavaleiro leva a mão à frente, mantendo a espada perpendicular ao solo de modo que, terminado o tempo, o ante-braço esteja em posição horizontal com o cotovelo unido ao corpo; por uma torção do punho traz a parte média da lâmina ao quadril, com o gume para baixo a ponta para trás e para baixo ao mesmo tempo que a mão esquerda vem segurar a lâmina junto ao corpo, com as costas da mão para o chão, a ponta dedo polegar encostado à gravata e as unhas dos outros dedos voltadas par a cima: a mão direita abandona o punho e vem segurá-lo novamente em cheio com o polegar para frente e ao longo do capacete, as costas da mão voltadas para direita: finalmente por uma flexão do cotovelo, a espada é conduzida para debaixo do braço direito, com o cotovelo unido ao corpo, a ponta da espada para a retaguarda e para o chão, formando com o corpo um ângulo de cerca de 45 graus, ao mesmo tempo que a mão esquerda volta à posição de Sentido!

219. Embainhar - espadas! A mão direita, cerrando os dedos, leva a espada à frente, verticalmente, ponta para cima, ante-bravo na horizontal; a mão esquerda tira a bainha do gancho, e empunhando-a logo abaixo da braçadeira com os dedos cerrados, inclina-a com o bocal para frente. Volta-se rapidamente a ponta da espada na direção do dito bocal, levantando a mão direita quando for necessário e, dirigindo os olhos para a bainha, introduz-se nela, energicamente, a lâmina. A mão direita volta prontamente ao lado direito e o cavaleiro torna a posição de sentido.

Execução, com a espada, dos movimentos já descritos

220. Com a espada embainhada à voz de - Descansar! - o cavaleiro depois de ter afastado o pé esquerdo, deixa cair naturalmente o braço esquerdo.

Para romper a marcha, com a espada embainhada, à voz - Ordinário! - o cavaleiro cerra os dedos de modo que a guarnição caia para frente a ao comando - marche! procede como está prescrito no n. 193. Aos comandos - Sem cadência ou Acelerado! - a espada é empunhada como está prescrito para a voz - Ordinário! Ao comando - Alto! toma-se a posição do n. 212 (Sentido!). Durante as marchas, aos comandos Olhar à direita! (ou à esquerda), a posição da espada não se modifica, nem cessa a oscilação dos braços.

A posição do n. 212 é a normal para apresentação de oficiais e praças.

221. Com a espada desembainhada, e na posição de - Perfilar - espadas! nos comandos - Ordinário! Sem cadência! ou Acelerado! o cavaleiro toma a posição de - Descansar - espadas (3 tempos). À voz de Marche! procede como no n. 193, cerra os dedos da mão esquerda e segura a bainha de modo que o polegar fique para a frente e o bocal ligeiramente para trás.

Ao comando de Alto! procede sucessivamente. conforme o caso, como prescrevem os ns. 194. 200 ou 202 e toma a posição -do final do n. 217.

Estando uma tropa em marcha com espada descansada à voz Olhar à direita (esquerda) a posição da espada não se modifica.

Ao comando Descansar! o cavaleiro toma, independente de voz, a posição do n. 217 seguida da do n. 190.

Partindo da posição de Descansar! ao comando Sentido! o cavaleiro toma esta posição (189 e 212).

222. Durante as marchas, em qualquer caso, os braços oscilam francamente.

Manejo da Lança

223. Para marchar com a lança, o cavaleiro suspende-a ligeiramente e apoia a haste no ombro direito. A mão direita segura a arma abaixo do centro de gravidade de modo que a ponta fique para cima e para trás (8).

Esta posição não se modifica quando fôr comandado - À vontade! e Olhar à direita (esquerda). Ao fazer, porém, alto, a tropa toma a posição de - Perfilar lanças!

Os exercícios de voltas prescritos na instrução sem armas não devem ser feitos com lança.

224. Perfilar-lanças! O cavaleiro. na posição de sentido, coloca a lança na vertical ao lado direito, com o conto apoiado no solo junto ao pé direito, e segura-a, sem esforço, com a mão direita caida naturalmente. O braço fica ligeiramente curvo, de maneira que o polegar se conserve entre a lança e o corpo; os outros dedos, estendidos, do lado de fora. As duas mãos na mesma altura, como na posição sem armas.

Esta é a posição a pé para revista.

À voz - Descansar! a lança permanece na mesma posição, embora o soldado tome a de descansar.

Mosquetão

225. Sentido! (Fig. 8). O mosquetão fica na vertical, com a bandoleira para a frente, a soleira no chão, junto ao pé direito gelo lado de

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 388 FIGURA.

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(8) Esta posição é tomada às vozes de advertência: Ordinário! Sem cadência! ou Acelerado! fora com o bico na altura da ponta do pé; os braços ligeiramente curvos de modo que os cotovelos fiquem na mesma altura; a mão direita segura a arma entre o polegar, por trás do cano ou da telha (conforme a altura do homem) e os outros dedos, ligeiramente curvos e unidos, ficando o index e o médio sobre a bandoleira.

226. Descansar! A este comando, toma-se a posição de Descansar! (190) porém a arma conserva-se. na mesma posição do n. 225 (fig 9).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 389 FIGURA.

227. Ajoelhar! O cavaleiro gira sobre a planta do pé direito, ao mesmo tempo que coloca o pé esquerdo cerca de 40 centimetros adiante do direito e põe o joelho direito em terra no prolongamento do pé direito e sem deslocar esse pé. A. arma é levada verticalmente para a frente e para a direita do joelho direito, mantida pela mão direita na telha, próximo à alça de mira, a soleira no chão e na altura do pé esquerdo. A mão esquerda fica apoiada sobre o joelho esquerdo.

228. Levantar! O cavaleiro levanta-se vivamente apoiando a mão esquerda no joelho e perfila-se unindo o pé direito ao esquerdo e trazendo a arma a posição de Sentido! (n. 225).

229. Deitar! O cavaleiro ajoelha (227), passando ao mesmo tempo a arma para o mão esquerda, que a segura pelo seu centro de gravidade, com o cano um pouco levantado, inclinando o corpo para diante. Estende então o braço direito com a palma da mão próxima no solo e, inclinando para a direita e para baixo o joelho esquerdo, deita-se para diante. Os pontos de apoio sucessivos do corpo são: joelho esquerdo, mão direita e cotovelo esquerdo. Esses movimentos são executados sem interrupção. A arma descansa no ante-braço esquerdo pela haste da coronha, entre as braçadeiras superior e inferior, com o cano voltado para a esquerda, segura pela mão direita na altura da telha; o corpo apoia-se nos ante-braços e fica um pouco levantado e o olhar dirigido para a frente.

230. Levantar! Passa-se o mosquetão para a mão esquerda, mantendo a boca do cano um pouco levantada; dispõe-se o peso do corpo de modo que utilize a mão direita, apoiada no terreno, encolhendo a perna direita e aproximando-a o mais possivel do corpo, sem levantar o busto acima do solo. Auxiliando pela mão direita, o cavaleiro levanta-se vivamente, coloca o pé esquerdo na frente unindo-lhe o direito; ao mesmo tempo, a mão direita toma a arma e descansa-a junto à ponta do pé direito. Os pontos de apoio sucessivos do corpo são: mão direita, joelho direito, pé esquerdo.

Depois de ajoelhados ou deitados, os soldados só se poderão mover à voz - A vontade! Não poderão conversar nem fumar e, quando deitados, erguer o busto.

Manejo do Mosquetão

231. Ombro arma! 1º Tempo - O cavaleiro com a mão direita, ergue o mosquetão e o conduz verticalmente ao lado esquerdo, com o cano voltado para a direita; apóia a soleira na palma da mão esquerda, com o polegar por cima do talão, unindo a arma à articulação do braço esquerdo, que fica estendido, com as costas da mão voltadas para a frente (Fig. 10).

2º Tempo - Retira a mão direita, que volta à posição de sentido (189) passando junto à túnica; gira o cano do mosquetão para a frente ao mesmo tempo que ergue a mão esquerda, até que o braço forme com e ante-braço uma abertura pouco maior que o ângulo reto; o cotovelo fica unido ao corpo e no plano das costas; a arma inclinada no ombro perpendicularmente à linha das espáduas.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 390 FIGURA.

232. Apresentar arma! (Partindo da posição de Ombro arma!) (Fig. 11).

1º Termo - O braço distende-se completa e energicamente para baixo, enquanto a mão esquerda continua a sustentar a arma pela soleira girando o cano para a direita; ao mesmo tempo, a mão direita vai segurar a arma acima do ombro. O cotovelo ligeiramente para baixo

2º Tempo - A mão direita leva a arma para o lado direito até que aquela fique na altura do ombro direito, o cotovelo afastado e para baixo. A mão esquerda vai segurar a arma por cima da bandoleira, de modo que a extremidade do polegar estendido ao longo do fuste, toque a parte superior da alça.

3º Tempo - Com a mão esquerda, trazer energicamente a arma, em posição vertical, para a frente do corpo, cobrindo a linha dos botões da túnica, ao mesmo tempo que, com a mão direita, vai segurar o delegado, com o polegar por trás e os outros dedos unidos e ligeiramente curvos pela frente.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 391 FIGURA.

233. Ombro arma! (Partindo da posição de Apresentar arma!).

1º Tempo - Com a mão esquerda traz-se a arma, em posição vertical para junto ao ombro direito, enquanto a mão direita vem segurá-la na altura desse ombro, o cotovelo afastado e para baixo (posição do 2º tempo do n. 232).

2º Tempo - A mão direita leva a arma par a o lado esquerdo como no 1º tempo do n. 231, ao mesmo tempo que a mão esquerda vai empunhá-la pela soleira.

3º Tempo - Como no 2º tempo do n. 231.

234. Descansar arma! (Partindo da posição de Ombro arma!) (Fig. 12)

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 391 FIGURA.

1º Tempo - O braço esquerdo distende-se completa e energicamente para baixo, enquanto a mão esquerda continua a sustentar a arma pela soleira girando o cano para a direita; ao mesmo tempo, a mão direita vai segurá-la na altura do ombro, o cotovelo ligeiramente voltado para baixo.

2º Tempo - A mão esquerda abandona a coronha e a direita traz a arma verticalmente para a direita, junto ao corpo, girando-a para a direita até que a bandoleira fique um pouco para esse lado; nossa posição o braço fica torcido e o cotovelo unido ao quadril; quando a altura do homem o exige, deixa-se escorregar a arma para baixo. O dedo polegar fica por detrás do cano da telha; o braço esquerdo na posição de sentido.

3º Tempo - O soldado coloca rapidamente o bico da coronha na altura da ponta do pé e une a arma ao corpo.

235. Apresentar arma! (Partindo da posição de Descansar arma!).

1º Tempo - O cavaleiro suspende a arma verticalmente até que a mão direita fique na altura do ombro direito, o cotovelo afastado e para baixo. A mão esquerda vai segurar a arma, por cima da bandoleira, de modo que a extremidade do polegar, estendido ao longo do fuste toque a parte superior da alça.

2º Tempo - A mão esquerda leva com energia a arma verticalmente para a frente do corpo, cobrindo a linha de botões da túnica, ao mesmo tempo que a mão direita vai segurar o delgado, por baixo da bandoleira, com o polegar por detrás e os outros dedos unidos pela frente. O mais como no n. 232.

236. Descansar arma ! (Partindo de Apresentar arma !).

1º Tempo - Com a mão esquerda o cavaleiro traz a arma verticalmente para junto do ombro direito, ao mesmo tempo que a mão direita, abandonando o delgado, vem segurá-lo na altura deste ombro, ficando na posição do primeiro tempo de apresentar arma.

2º Tempo - A mão direita desce a arma ao longo do corpo até o 2º tempo de Descansar arma, a mão esquerda volta à posição de sentido.

3º Tempo - O mesmo do n. 234.

237. Em bandoleira arma! A voz é dada na posição de descansar, ou durante a marcha sem cadência. O cavaleiro dá extensão necessária à bandoleira e segurando-a depois com a mão esquerda, enfia o braço direito entre ela e a arma. A bandoleira fica apoiada no ombro direito e segura pela mão direita na altura do peito de modo que mantenha a arma ligeiramente inclinada (Fig. 13).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 392 FIGURA.

Descansar arma! O cavaleiro com a mão esquerda segura a bandoleira, enquanto retira o braço direito da posição em que estava, e vai com a mão direita pegar a arma por cima da alça de mira, conduzindo-a à posição inicial; a mão esquerda volta a seu lugar.

238. Arma a tiracolo! O cavaleiro alonga a bandoleira e, segurando-a com a mão direita, faz passar entre ela e a arma o braço esquerdo e a cabeça, de modo que a descanse contra as costas, com o cano para a direita e a coronha para a esquerda.

Descansar arma! O cavaleiro com um movimento de ombro tira-a para a frente, segurando-a com a mão direita e desembaraçando, sucessivamente, o braço esquerdo e a cabeça. Encurta a bandoleira.

239. Pode-se tambem mandar Alongar bandoleira! e Encurtar bandoleira! antes e depois destes últimos movimentos.

240. Arma suspensa! O cavaleiro suspende a arma em posição vertical, apoiando a parte média do ante-braço direito no quadril. A arma nesta posição deve ficar ligeiramente afastada do corpo e, vista de frente, no mesmo plano do ante-braço e braço (Fig. 14) .

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 383 FIGURA.

Essa voz só exige execução imediata quando se deseja ensinar a posição correspondente. Fora disso, corresponde a simples advertência.

241. Arma na mão! (Nos exercícios de maneabilidade e combate). Os cavaleiros seguram a arma na altura do centro da gravidade, entre a alça e a caixa da culatra, a boca do cano mais elevada do que o couce.

Execução, com o mosquetão, dos movimentos já descritos

242. Com a arma na posição de Descansar arma! e à voz de Descansar! ou Sentido! - não se modifica aquela posição.

Nos movimentos a pé firme executados com a arma descansada o cavaleiro toma a posição de Arma suspensa! à última sílaba da Voz de advertência. Terminado o movimento, volta à posição do Descansar arma!

Quando o instrutor quiser mandar que se execute um pequeno deslocamento sem que se faça Ombro arma faz preceder o comando do aviso: Arma suspensa! O cavaleiro executa o que indica o n 240 última sílaba de advertência para o movimento e descansará a arma, terminado o movimento ou à voz de Alto!

À Voz - Ordinário! ou Sem cadência! - os cavaleiros fazem Ombro arma! e à voz - Marche! iniciam o movimento.

Tanto em ordem unida como em maneabilidade à voz - Alto! - os cavaleiros descansarão as armas independentemente de outro comando (9).

243. Acelerado marche! (Partindo da posição de Sentido!) À voz - Acelerado - o cavalheiro suspende a arma e com a mão esquerda segura vivamente a bainha do sabre trazendo-lhe a ponta um pouco para frente. À voz - Marche! - procedem como no número 201, conservando, porém, os braços imóveis.

Quando se manda Alto! ou passo ordinário! descansa-se a arma, no primeiro caso, ou faz-se Ombro arma! no segundo.

Acelerado Marche! (Partindo do passo ordinário) A sílaba RA será pronunciada quando o cavaleiro assentar o pé esquerdo no solo; ele dará um passo com o pé direito e em seguida tomará a posição de arma suspensa nas seguintes condições:

1º Tempo - Pé esquerdo à frente e 1º tempo de Descansar arma (234) .

2º Tempo - Pé direito á frente e 2º tempo de descansar arma (284) até à posição da arma suspensa (240).

Em seguida continuará a marcha no passo ordinário até à voz de Marche!

Ordinário-Marche! (Estando em acelerado) - O homem procede como no n, 203 (Ordinário-Marche!) e executa o ombro arma ao iniciar o passo ordinário nas seguintes condições:

1º Tempo - Pé esquerdo à frente - 1º tempo do ombro arma (231);

2º Tempo - Pé direito à frente - 2º tempo do ombro arma (231).

244 Marche-marche! Nos movimentos de carreira, consequentes desta voz, os homens tomam a posição Arma na mão!

- Quando se quiser que a tropa em marcha ajoelhe ou deite suprime-se a voz - Alto - mandando-se simplesmente Ajoelhar! ou Deitar!

Do mesmo modo, estando a tropa ajoelhada ou deitada e querendo-se que ela entre rapidamente em marcha, mandar-se-á Sem cadência! Ordinário-Marche! Acelerado-Marche ! ou ainda Marche marche! Os homens levantam-se e executam o movimento.

245. Armar e desarmar baioneta, Pode-se armar baioneta, estando a arma em qualquer posição e durante a marcha, à voz de comando ou toque respectivo, mas sempre à vontade ou marchando sem cadência. Logo que a baioneta estiver armada, a arma voltará à posição primitiva.

246. Armar baioneta! Com a arma descansada, o homem de pé ou de joelhos, a mão esquerda segura o punho do sabre com as costas da mão para a frente, tira-o da bainha e coloca-o preso à arma, fazendo coincidir o encaixe da presilha com a espiga terminal do escudete do fuste, inclinando para isso o cano um pouco para frente do corpo. Calca-se depois fortemente a baioneta introduzindo a presilha no encaixe, até ouvir funcionar a mola do retém.

Partindo da posição - Ombro arma! - o cavaleiro procede primeiro como em Descansar arma! Em marcha, suspende antes o mosquetão e, em seguida, arma a baioneta.

Deitado, o cavaleiro armará a baioneta como lhe for mais cômodo.

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(9) exercícios de maneabilidade à voz - Alto! - os cavaleiros deitam-se rapidamente onde estiverem ou abrigam-se em pontos nas imediatas proximidades dos lugares em que se encontram.

247. Desarmar baioneta,! O movimento executa-se em geral partindo da posição de Descansar arma! A mão direita segura a arma na altura da braçadeira superior, inclinando-a um pouco para frente do corpo e com o dedo polegar comprime o botão da mola do retém. A mão esquerda tira o sabre e mete-o na bainha, para onde o cavaleiro olha.

Se a arma está no ombro, procede-se primeiro como em Descansar arma! Se o cavaleiro se encontra em marcha suspende o mosquetão para depois desarmar a baioneta; se deitado, executa esta, última operação como lhe for mais cômodo.

Fuzil-metralhador (10)

248. Sentido! O fuzileiro toma com n F. M. a posição indicada no n. 225 para o mosquetão.

219. Descansar! Como no n. 226.

250. Em bandoleira arma! O fuzileiro procede como na primeira parte do n. 237.

251. Descansar arma! O fuzileiro procede como na 2º parte do n. 237 (quando em bandoleira).

252. F. M. a tiracolo! Como no n. 238.

253. Antes do comando - Ombro arma! - que precede a um deslocamento, comandar-se-á: F. M. em bandoleira!

Esta posição será conservada quando a tropa fizer alto ou executar o manejo de mosquetão.

Só se comandará - F. M. em descanso! - depois do comando - Descansar arma! - aos cavaleiros armados de mosquetão.

Estando o F. M. descansado, à voz de advertência para executar voltas a pé firme e pequenos deslocamentos, o fuzileiro suspende a arma.

Execução com o fuzil-metralhador dos movimentos já descritos

254. O cavaleiro toma a posição de Descansar arma! - quando a tropa se reúne ou entra em forma.

Nos movimentos em que o cavaleiro armado de mosquetão suspende a arma o atirador levanta ligeiramente o F. M. com a mão direita. Em todos os movimentos, deslocamentos e manejos da arma em que os cavaleiros armados de mosquetão fizerem Ombro arma! - os atiradores executarão: Em bandoleira, arma!

Quando o comandante quiser que os atiradores não acompanhem o manejo de armas determinará: Atiradores-Firmes!

Ao comando - Apresentar arma! o atirador permanecerá na posição de Sentido! Na marcha sem cadência ou em acelerado, o atirador pode modificar a posição da mão direita. inclinando um pouco a arma.

Na marcha de estrada a posição normal da arma é em bandoleira, num ou noutro ombro, podendo, entretanto, também ser transportada sobre o ombro.

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(10) O fuzil-metralhador será sempre conduzido na capa, salvo durante a execução dos exercícios de combate.

Artigo V
Instrução do cavaleiro, em vista do uso de suas armas, ferramentas, mascara e petrechos, em combate
255. A preparação do cavaleiro para o emprego em combate das suas armas, ferramentas, máscaras e petrechos, compreende:

- O uso da lança;

- O uso da espada;

- O uso do mosquetão;

- O uso do fuzil-metralhador.

- O uso da metralhadora;

- O uso das granadas;

- O uso da pistola;

- O uso da baioneta;

- O uso da ferramenta de sapa;

- O uso da máscara contra gases.

Uso das armas brancas

256. A espada e a lança só se utilizam a cavalo. Os exercícios a pé teem por fim simplesmente preparar os cavaleiros para o combate a cavalo. Servem para adestrá-los no mecanismo dos ataques, desenvolver-lhes o vigor e mantê-los com o treinamento indispensavel.

É necessário que, ao fazer tais exercícios, eles tomem desde o primeiro dia um caráter ofensivo e enérgico. A violência do ataque assegura o bom êxito, tanto no combate individual, como na carga.

Para o manejo da espada e da lança os cavaleiros serão dispostos de preferência em duas fileiras, voltadas frente a frente. Esta disposição permite ao instrutor ver melhor a execução dos movimentos, além disso, dá a cada cavaleiro a facilidade de tomar como adversário um outro da fileira oposta.

Para tomar tal formação o instrutor manda numerar, leva a primeira fileira a cerca de oito passos da segunda e ordena-lhe meia volta, e em seguida comanda: "Base tal fila! Tantos (11) passos de intervalo entre os cavaleiros". Os cavaleiros da fila indicada para base ficam firmes, enquanto os outros ganham à direita e à esquerda o intervalo prescrito, voltando em seguida à frente em que estavam.

Uso da espada

257. Em guarda! (Partindo da posição de Perfilar espadas!) - A mão direita, cerrando os dedos e com o polegar estendido ao longo do punho, leva o copo da espada para frente, com as unhas para baixo, o gume para a direita, o cotovelo um pouco afastado do corpo, a ponta da espada na direção do ombro direito do adversário e a lâmina no prolongamento do ante-braço. O pé direito afasta-se um passo para a direita, no mesmo alinhamento do esquerdo e as pernas ficam estendidas. A mão esquerda à frente do corpo, simulando a posição de segurar as rédeas.

Desfaz-se esta posição à voz - Perfilar espadas! ou Embainhar espadas! - devendo, porém, neste último comando o cavaleiro passar pelo: Perfilar espadas!

258. O cavaleiro que ataca procura aproximar-se do inimigo de frente para a direita, pondo-se em guarda como prescreve o número

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(11) O intervalo necessário ao manejo da lança é de seis metros (cerca de oito passos) e ao da espada de quatro (cerca de cinco pessoas longos), anterior. Modifica, porém, a guarda, conforme as direções em que se apresenta o adversário; o cavaleiro deve, em todos os casos, ficar pronto para o ataque e coberto.

O instrutor explicará estas posições, colocando-se na situação de adversário.

Cumpre ainda que o cavaleiro seja exercitado de modo que se possa colocar prontamente em condições de ataque, partindo de uma posição qualquer. Se tem a espada embainhada, desembainha-a, tomando imediatamente a posição de guarda.

Golpes

259. Os golpes dividem-se em golpes perfurantes ou pontas em golpes cortantes ou, simplesmente, golpes.

- Em regra, todos os ataques se fazem por meio de pontas. Os golpes só devem ser empregados quando o espaço entre dois, adversários não permite o emprego da ponta.

- A ponta deve ser dada vivamente e a fundo, acompanhando-se o movimento do braço com o alto do corpo e avançando-se o ombro direito afim de obter o maior alcance possível.

Dirige-se a ponta para o peito, flanco, ventre, pescoço ou axila do adversário.

Os golpes são desferidos alongando-se o braço em todo o comprimento e imprimindo a máxima impulsão possível à lâmina que deve cortar, deslisando, a partir do meio para a ponta.

Se o adversário está em frente a direita, ou à esquerda, dá-se-lhe o golpe verticalmente na cabeça. Em todas as outras situações dá-se-lhe o golpe horizontalmente no pescoço, ou diagonalmente na mão das rédeas.

Tanto nos golpes como nas pontas, a mão esquerda, colocada como se segurasse as rédeas, deve conservar certa independência para evitar qualquer rijeza.

260. Ponta em frente, à direita (esquerda) arma! A voz - Ponta em frente, à direita (esquerda), dar à ponta da espada a direção indicada.

À voz - Arma!

1) impelir com força a ponta da espada para a frente, sem mudar a posição da mão, alongando o braço em todo o seu comprimento, avançando o ombro e inclinando o busto na mesma direção, perna direita (esquerda) curvada, o joelho deste lado avançado, a outra perna distendida;

2) retirar vivamente o corpo e o braço e retomar a posição de guarda.

261. Ponta à direita (esquerda.), arma! - À voz - Ponta direita (esquerda.), dar à ponta da espada a direção indicada, recuando o ombro direito (esquerdo) e girando a ponta do pé deste lado para fora.

À voz - Arma!

1) impelir com força a espada na direção indicada, conforme está prescrito para ponta em frente, à direita (esquerda);

2) retirar vivamente o corpo e o braço e retomar a posição de guarda.

Recuando suficientemente o ombro direito, o cavaleiro poderá lançar uma ponta num adversário que o ataca pela retaguarda e direita.

262. Golpe em frente, à direita (esquerda), arma! - À voz - Golpe em frente. à direita (à esquerda), voltar o rosto para a direção indicada; levantar a espada com o braço meio estendido, o punho acima da cabeça e à direita, a ponta para trás e para a esquerda (direita) e mais elevada que o punho; o gume para cima e na direção do golpe que se quer desferir.

À voz - Arma!

1) desferir o golpe verticalmente para a frente, e para a direita (esquerda), distendendo totalmente o braço e dando ao movimento da espada o maior impulso possível:

2) o braço descreve um circulo que reconduz à posição guarda.

263. Golpe à direita, arma! À voz - Golpe à direita, voltar o rosto para a direita; levar o punho perto do ombro esquerdo, unhas para baixo, gume para a esquerda, braço dobrado.

À voz - Arma!

1) desferir o golpe horizontalmente à direita, alongando totalmente o braço e dando à lâmina o maior impulso possível, acompanhando e apoiando com o busto o movimento do braço; perna direita dobrada, perna esquerda distendida;

2) deixar a lâmina voltar por cima da cabeça, reconduzindo-a à guarda, flexionando o cotovelo e baixando o punho.

264. Pode-se golpear horizontalmente em frente à esquerda e à esquerda, seja tomando a mesma posição inicial do golpe à direita, porém, recuando mais o ombro esquerdo, seja partindo da posição preparatória do golpe em frente, à esquerda.

Paradas

265. Não existe melhor parada do que a que consiste em atacar vigorosamente, a ponta da espada dirigida sempre para o ombro direito do adversário, afastando-lhe brutalmente a arma.

Contudo, as pontas e os golpes dos adversários podem ser rebatidos com o forte da lâmina desviando, pela parte fraca, a arma do inimigo. Na parada cumpre ao cavaleiro dirigir a ponta da espada para o adversário de modo a estar sempre pronto a responder.

Para melhor suportar o choque da arma do contendor, deve o braço do cavaleiro conservar-se sempre ligeiramente curvo. Três são as maneiras de parar:

a direita-parar, à esquerda-parar e à cabeça-parar.

À esquerda-parar! Voltam-se as unhas para cima de maneira a ter-se o gume para esquerda e desloca-se a lâmina, para este lado, afim de desviar do corpo a arma adversária.

À direita-parar! O cavaleiro afasta a espada para a direita de maneira a desviar com o seu forte e da direção do corpo, a arma do adversário.

À cabeça-parar! Leva-se a mão à altura da cabeça e um pouco à direita, com as unhas voltadas para frente. A lâmina com o gume para cima e um pouco voltada para frente fica atravessada da direita para esquerda, a ponta ligeiramente acima do punho.

As passagens de um golpe a outro e destes às paradas, são feitas percorrendo a espada o caminho mais curto, sem posições intermediárias.

Em combate deve o cavaleiro cuidar sempre de garantir-se contra os golpes do adversário, expondo o menos possível o seu corpo.

Exercícios contra alvos

266. Devem ser ministrados paralelamente com os exercícios sem alvos, empregando-se sempre que possível, espadas velhas.

Têm por fim habilitar o cavaleiro a ajudar a impulsão dos golpes com o tronco, a vencer as resistências dos objetivos, a apreciar a que distância, em cada caso, é mais conveniente tomar a posição preparatória para, depois alongar o braço e também dar-lhe golpe de vista e destreza necessários para atingir o ponto da objetivo designado ou escolhido.

Os exercícios serão feitos principalmente a pé firme e depois em marcha.

Exercícios de destreza (Molinetes)

267. São dois os molinetes com a espada:

- molinete horizontal;

- molinete vertical.

Os molinetes devem ser executados tanto com a mão direita como com a esquerda.

Os cavaleiros fazem estes exercícios, a princípio, lentamente; depois, o instrutor exigirá uma execução mais rápida e perfeita, ensinando-os a facilitar a rotação da espada por um movimento dos dedos.

Além de úteis como exercícios de destreza, os molinetes encontram aplicação em combate quando as circunstâncias tornam as pontas e nos golpes impraticáveis e quando se têm de vencer dificuldades na refrega (entrevero).

268. A posição de partida para os molinetes é a de Em guarda! Enunciado o movimento a efetuar, o cavaleiro toma posição preparatória, iniciando o movimento à voz - Começar! O molinete termina à voz - Em guarda cujo posição é tomada depois dos cavaleiros haverem tido o cuidado de completar previamente os movimentos do molinete.

269. Molinete horizontal:

1) estender o braço para a frente, a mão na altura do rosto, as unhas ligeiramente para a direita, atravessando-se a lâmina um pouco para a esquerda, a ponta na altura da cabeça (posição preparatória);

2) levar, por uma torção de pulso, a ponta da espada pela esquerda, para a retaguarda e completar o círculo para a frente. Terminado o movimento, as unhas estarão voltadas para cima, a lâmina para a direita, com a ponta para esse lado;

3) desfazer o movimento descrevendo um círculo em sentido contrário, terminando na posição 1.

270. Molinete vertical:

1) posição preparatória como no molinete anterior;

2) baixar a ponta da espada e descrever com ela uma circunferência ao lado do cavalo. A arma toma, com a ponta para a direita, uma posição análoga-à preparatória, as unhas para cima;

3) continuar o molinete, baixar a ponta da espada, que descreve agora uma circunferência pelo lado direito do cavalo.

271. Os exercícios de golpes de espada e molinetes, gradativamente prolongados, darão aos cavaleiros o vigor indispensável. É útil exercitá-los em molinetes e golpes com a mão esquerda.

Exercícios de preparação para o combate

272. O instrutor e os cavaleiros são munidos de máscaras e espadas próprias para esgrima.

O instrutor coloca-se em frente de um cavaleiro, a quem põe em guarda, explica-lhe que, para estar coberto, deve ter constantemente a ponta da espada na direção do ombro direito do adversário. Indica-lhe, depois, a região do corpo que se esforçará por atingir, insistindo nas necessidades de olhar por cima da espada, e de atacar vivamente com a ponta, voltando prontamente à posição de Em guarda!

Ensina-o a julgar si o adversário está coberto.

Si, porém o adversário ataca descoberto, dá-se-lhe um golpe em tempo.

Si, porém, está coberto, atira-se-lhe uma ponta a fundo, afastando bruscamente o ferro adversário, caso seja encontrado.

O instrutor ensina também ao cavaleiro como atacar e se defender, quando muito próximo do adversário.

273. Desde que o cavaleiro compreenda esses princípios, os mesmos exercícios serão feitos em marcha.

O instrutor mostra a direção em que o cavaleiro deve atacar. Ora deixa-se tocar, para desenvolver-lhe a visão e o sentimento da oportunidade; ora apara o golpe, para o forçar a que execute com mais precisão ou o ataque noutro ponto.

Os exercícios de combate continuam; entregam-se os cavaleiros a monitores instruídos, e faz-se depois que eles se exercitem uns com os outros.

O instrutor inspeciona e corrige individualmente as faltas.

274. Contra a lança, o instrutor explica ao cavaleiro armado de espada as vantagens da sua arma, uma vez desviada a ponta daquela.

Uso da Lança

275. Os exercícios com a lança são feitos como a cavalo; a mão esquerda mantém-se fechada na altura da cintura como si segurasse as rédeas, e a direita eleva-se, em todos os movimentos que o exijam, o suficiente para simular a passagem da lança por cima da cabeça do cavalo.

Segurando a lança, a mão pode tomar duas posições diferentes:

1ª) posição direta, quando o indicador e o polegar ficam dirigidos para a ponta e o dedo mínimo para o conto. Esta posição pode ser tomada, com unhas abaixo ou com unhas acima;

2ª) posição inversa, quando o indicador e o polegar se acham voltados para o conto e o dedo mínimo para a ponta da lança.

Mudança de posição - Para mudar de posição, distende-se o braço em frente à direita; descreve-se, por uma rotação de pulso, um semi-círculo de cima para baixo, trazendo a lança junto à axila; prende-se a lança entre o corpo e o braço e muda-se a posição da mão.

276. Em guarda! A mão direita empunha a lança na posição direta, unhas acima, pelo centro de gravidade, baixando a ponta até à horizontal, enquanto o pé direito se afasta do esquerdo um passo para a direita.

A parte posterior da lança fica unida ao braço direito, um pouco acima do cotovelo, e presa entre o braço e o corpo.

O tronco conserva-se vertical com o peso distribuído pelas duas pernas distendidas.

O instrutor prestará atenção para que a posição horizontal da lança seja mantida, sendo maior erro levantar a ponta da lança do que baixá-la.

Nos exercícios contra alvos e no combate individual, a posição de Em guarda! é tomada sempre na direção do objetivo, para onde deve olhar o lanceiro.

277. perfilar lança! O cavaleiro une o pé direito ao esquerdo e toma a posição de Perfilar lança! (número 224).

Golpes

278. O lanceiro carrega a fundo, lanceando diretamente o adversário. Os lançaços devem ser dados com vigor. O lanceiro alonga vivamente o braço, segurando fortemente a arma com a mão. Imprime-lhe toda a impulsão possível, tendo o cuidado de avançar com a espádua e não deter a arma senão depois do braço estendido em todo o comprimento.

Os lançaços são dirigidos de preferência para a cintura e ilharga adversário.

Executando o golpe, a lança deve ser imediatamente desembaraçada, voltando o lanceiro à posição de Em guarda ! com a mesma energia.

A guarda é a posição de partida dos golpes que se seguem; estes são executados olhando sempre na direção do alvo.

279. Em frente, à direita (esquerda) lancear! - À voz - Em frente, à direita (esquerda)! - dar à ponta da lança a direção indicada, voltando as unhas para baixo.

À voz - Lancear!

1) impelir com força a lança para frente e direita (esquerda), distendendo o braço em todo o seu comprimento e girando as unhas cima. Inclinar o busto na mesma direção, a perna direita (esquerda) curvada, joelho deste lado avançado, enquanto o outro distendido;

2) retirar vivamente o corpo e a lança e retomar a guarda. Será objeto de atenção especial do instrutor o movimento de rotação da mão, que garante a direção e a violência do ataque.

280. À direita (esquerda) lancear! À voz - À direita (esquerda) - dar à ponta da lança a direção indicada, com as unhas para baixo, voltando o tronco nessa direção, para onde também ficará voltada a ponta do pé direito (esquerdo).

À voz - Lancear! - Executar o golpe conforme o número anterior.

281. À retaguarda, à direita lancear! À voz - À retaguarda, à direita, dar à ponta da lança a direção indicada, mudando a posição da mão (posição inversa).

À voz - Lancear!

1) desferir o golpe mantendo a haste debaixo do braço durante a primeira parte do movimento, estendendo o braço em todo seu comprimento e recuando o ombro direito;

2) Puxar a lança para a frente e fazer a ponta descrever uma semi-circunferência, o conto passando junto à perna direita; mudar a posição da mão (posição direta) e retomar a guarda.

282. A retaguarda, à esquerda lancear! - A voz - À retaguarda, à esquerda - passar a ponta da lança para a esquerda e dar-lhe a direção indicada, segurando-a com o indicador e o polegar da mão esquerda; alongar o braço direito, de modo que esta mão agarre a lança na posição direta pelo meio da parte posterior; arremessar a lança, por movimento do indicador esquerdo, para a curva do braço deste lado, para onde fica torcido o alto do corpo.

À voz - Lancear!

1) desferir golpe, fazendo a arma deslisar pelo braço esquerdo, no começo do movimento, vindo apoiar-se pelo conto contra o dito braço;

2) retirar novamente a lança e retomar a guarda.

É indispensável que a lança se apoie contra o braço esquerdo para garantir a precisão do golpe.

283. Em terra, à direita lancear! À voz - Em terra, à direita, mudar a posição da mão (posição inversa) e dar à ponta da lança a direção indicada; elevar a mão direita à altura da face.

À voz - Lancear!

1) estender o braço verticalmente para cima e executar o golpe com enérgico impulso da mão direita para baixo, descendo-a quando fôr necessário para atingir o alvo e, si preciso, inclinando o corpo para a frente;

2) retirar vivamente a arma, elevando a mão direita e retomar a guarda.

284. Pancada com conto à direita (retaguarda, esquerda, em terra à direita) arma! - O golpe é dado segundo os mesmos princípios dos golpes de ponta, mas sem mudar a posição da mão.

O lanceiro dirige o conto da lança para a cabeça ou peito do adversário, ou para a cabeça do cavalo deste.

285. Pancada com a haste, arma! - À voz - Pancada com a haste - tomar a posição preparatória apoiando a parte anterior da lança contra o ombro esquerdo (pancada à direita), ou a parte posterior contra o homoplata esquerdo (pancada à esquerda).

À voz - Arma!

1) desferir o golpe com força, auxiliado por impulso do corpo;

2) voltar à guarda.

Pode-se dar mais vigor à pancada com a lança à esquerda, levando a sua ponta para a direita, na posição preparatória; para isso afasta-se o braço do corpo ficando a parte posterior da haste apoiada nas costas. O golpe será desferido vigorosamente da direita para a esquerda, levando-se o braço estendido vivamente na direção do ombro esquerdo e dando-se ao movimento toda a sua amplitude, para que a ponta da lança rode para trás até à altura do homoplata direito. A lança é trazida, por movimento inverso, novamente à posição preparatória e daí à de guarda.

A pancada com a lança é excepcional, mas constitue para lanceiro a única maneira de utilizar sua arma quando muito próximo do adversário. Ela deve ser dirigida para o rosto ou clavícula do adversário, ou para a cabeça do seu cavalo.

É proibido nos exercícios dar pancada com a haste contra objetivo.

286. Os exercícios de utilização da lança podem ser combinados 2 a 2, afim de desenvolver a agilidade dos lanceiros. As combinações resultantes recebem o nome de golpes duplos. Ficará, ao alvitre do instrutor escolher as combinações mais eficazes.

Os golpes acima são empregados somente no combate individual. Na carga, o lanceiro limita-se a conservar a arma na direção do adversário, segurando-a com vigor em baixo do braço.

Exercícios contra alvos
287. Estes exercícios devem ser feitos paralelamente aos sem alvo.

Têm por fim habilitar o cavaleiro a tomar, sem hesitação, a posição preparatória para os golpes, a lancear energicamente o ponto designado ou escolhido, visando por cima da ponta da lança, e a retirá-la, desembaraçando-a, quando tenha penetrado no objetivo.

Os movimentos são ensinados a pé firme e executados, o mais cedo possível, em marcha. O instrutor modificará frequentemente a forma, as dimensões e a resistência dos objetivos.

Ensinará ao cavaleiro que depois de um lançaço à direita, que tenha penetrado no objetivo, é preciso voltar o corpo para esse lado, apoiando a parte posterior da lança nas costas e contra os rins, cedendo, si preciso, um pouco a mão, afim de poder desembaraçar a arma. Nos golpes à esquerda, dever-se-á levantar rapidamente a lança depois de ter tocado o alvo.

Exercícios de destreza (Molinetes)
288. No intuito de desenvolver a destreza dos lanceiros, devem-se fazer, além dos golpes, os exercícios chamados molinetes.

Chamam-se molinetes, em exercícios de lança, os movimentos em que a ponta da arma descreve circunferências.

São quatro os molinetes:

Molinete horizontal;

Molinete vertical;

Molinete lateral à direita (esquerda);

Molinete em roda.

Os molinetes, por isso que são ginástica de destreza, devem, como os golpes, ser executados tanto com a mão direita como com a esquerda.

289. A posição de partida para os molinetes é a Em guarda!

Enunciado o molinete, o lanceiro toma a posição preparatória, começando o molinete à voz - Começar! O molinete termina à voz - Em guarda! - tendo os lanceiros o cuidado de completar previamente os movimentos.

A lança passará à mão esquerda à voz - Lanças na mão esquerda!

290. Molinete horizontal!

1) levar a parte posterior da lança até às costas por uma rotação conveniente, ficando a ponta dirigida para a direita (posição preparatória);

2) por um impulso da mão direita ajudado por ligeiro golpe de rins, rodar a lança, sempre segura por essa mão, por cima da cabeça, e levá-la ao lado esquerdo, apoiando-a de encontro ao braço, com a ponta o mais possível para a esquerda. Nesta passagem o braço direito deve ser energicamente estendido acima da cabeça;

3) sem fazer uma grande parada, inverter o sentido dos movimentos, rodando a lança novamente por cima da cabeça e trazendo-a ao lado direito com impulso, de modo que sua parte posterior toque nas costas, como em 1.

291. Molinete vertical!

1) estender o braço horizontalmente para a frente, as unhas voltadas para a esquerda e um pouco para baixo, de sorte que a lança venha à frente do corpo, um pouco inclinada para a esquerda com a ponta para cima e o conto ligeiramente para a direita (posição preparatória);

2) baixar a ponta da lança para a frente e descrever com ela uma circunferência ao lado esquerdo, enquanto o conto, pelo movimento correspondente, descreve um arco de circunferência ao lado direito e para a retaguarda, vindo passar para a esquerda. A lança toma então, deste lado, posição análoga à anterior, sendo a inclinação agora à direita;

3) continuando o molinete, baixar para a frente a ponta da lança, a qual descreve agora uma circunferência ao lado direito; o conto, virando pelo lado esquerdo no mesmo sentido, passa por cima e a lança vem à posição 1.

O braço deve ser conservado, quanto possível, estendido à frente do corpo.

292. Molinete lateral à direita (esquerda)!

1) estender o braço direito (esquerdo) com a lança segura na posição direta, horizontalmente à direita (esquerda), as unhas voltadas para a frente e um pouco para cima, de sorte que a lança tenha uma pequena inclinação para trás (posição preparatória);

2) imprimir à lança uma rotação, de modo que a ponta descreva uma circunferência de cima para baixo, passando pela frente; virar a mão, abandonando momentaneamente a lança, cada vez que uma nova circunferência vai começar, para poder dar impulso para novo giro.

O braço deve ser mantido em extensão.

A execução deste molinete descrevendo, apenas, rotação, servirá, também, para a inversão da lança (275).

293. Molinete em roda!

1) fazer a lança escorregar para a frente e segurá-la pelo meio da parte posterior, prendendo o conto debaixo do braço (posição preparatória);

2) dar-lhe uma rotação para a esquerda, fazendo-a rodar por cima da cabeça, além da qual se eleva o braço; virar a mão cada vez que uma circunferência vai começar, para dar nova impulsão mantendo o braço um pouco curvo.

Para terminar o molinete, deixar a haste cair sobre o antebraço esquerdo, pela parte anterior.

Este molinete também deve ser feito sem virar a mão, o que exige mais força.

Exercícios de preparação para o combate
294. Independentemente da habilidade equestre, o desembaraço com que o lanceiro passa de um golpe a outro, por movimentos rápidos e seguros, tem a maior influência no resultado do combate. Esta faculdade de manejar a arma de uma maneira reflexa deve ser desenvolvida com o maior cuidado.

O instrutor mostrará, principalmente, ao lanceiro que a segurança do ataque depende da posição preparatória. Ensinar-lhe-á, em seguida, a passar de uma a outra por movimentos simples que exijam o menor dispêndio de força. Segundo as circunstâncias, fazem-se mudança de posição de mão e movimentos de molinetes, auxiliando-os com o apoio do antebraço esquerdo.

Os ataques serão sempre levados a fundo.

O regulamento não cogita de pormenorizar os numerosos processos que se podem emprgear; a experiência os mostrará aos instrutores, que despertarão a iniciativa nos cavaleiros, ensinando-lhes a descobrí-los por si mesmos.

Os exercícios diários conduzirão os cavaleiros à aquisição dos reflexos.

295. Estes exercícios são repetidos contra alvos. O instrutor manda Figurar os adversários, rodeando o lanceiro de objetivos, contra os quais prescreve desferir efetivamente golpes determinados.

Pode, enfim, dispôr em torno do lanceiro, munido de uma lança embolada, certo número de cavaleiros que simulam ataques.

Estes exercícios só devem ser realizados por cavaleiros que revelem aptidão especial como lanceiros.

A ordem e a sucessão dos mesmos são reguladas pelo instrutor, de maneira que as dificuldades aumentem progressivamente e os tornem uma escola de presença de espírito e de decisão.

À medida que se consigam progressos, repetir-se-ão estes exercícios em cavalos de pau, e, depois, em cavalos vivos, muito calmos.

Uso do mosquetão
296. A instrução do atirador de mosquetão tem por fim preparar o soldado para executar o tiro de precisão com a arma individual.

297. Todos os homens devem ser capazes de utilizar o mosquetão em combate. O maior número possível de cavaleiros e especialmente todos os exploradores, recebem uma instrução completa, que lhes permite tornarem-se seguros atiradores de precisão. Os melhores atiradores são denominados atiradores de escol e submetidos a uma instrução complementar, tendo por fim aperfeiçoá-los e sem que, para isso, constituam-se turmas especiais.

298. A instrução do atirador de mosquetão é tratada na primeira parte do Regulamento para o Tiro das Armas Portáteis.

Uso do fuzil-metralhador
299. O fuzil-metralhador é a arma mais poderosa do grupo de combate; não deve ficar inativo, enquanto houver um só cavaleiro para empregá-lo.

Todo o pessoal do grupo de combate recebe, si possível, a instrução completa de fuzil-metralhador (atirador, municiador e remuniciador). Os melhores serventes são designados fuzileiros de escol e aperfeiçoados nas funções de atirador.

300. Qualquer graduado ou cavaleiro não pertencente ao grupo de combate, deve ser capaz de utilizar um fuzil-metralhador e, portanto, conhecer as seguintes operações:

- colocar o fuzil em posição;

- armar;

- carregar;

- apontar;

- atirar;

- alimentar.

301. A instrução do fuzileiro metralhador é tratada na segunda parte do Regulamento do Tiro para as Armas Portáteis.

Uso da metralhadora
302. De todas as armas de que a cavalaria é dotada, a metralhadora é a que fornece o fogo mais potente; em combate, uma metralhadora nunca deverá ficar sem emprego.

303. O pessoal das secções de metralhadoras (exceto os condutores) recebe a instrução dos serventes de peça (atirador, municiador e remuniciador). Os melhores serventes são submetidos a um treinamento especial na função de atirador.

304. Além do pessoal acima indicado, todos os graduados e cavaleiros das outras sub-unidades, quaisquer que sejam, devem estar em condições de utilizar uma metralhadora.

305. As noções indispensáveis para fazer funcionar uma metralhadora comportam o conhecimento das seguintes operações:

- colocar a metralhadora no reparo ou sobre um suporte improvisado;

- armar;

- carregar;

- apontar;

- atirar;

- alimentar.

306. A instrução do metralhador é tratada na Instrução Técnica para as Unidades de Metralhadoras na Cavalaria.

Uso das granadas
307. Granadas de mão - Todo cavaleiro deve ser capaz de preparar e lançar a 25 metros, no mínimo, as granadas ofensivas e defensivas.

Os exploradores que demonstrarem aptidões particulares são designados granadeiros de escol e recebem uma instrução de aperfeiçoamento.

308. Granada de fuzil - Todo o pessoal do grupo de combate recebe instrução de tiro com granada de fuzil.

Os cavaleiros que obtêm os melhores resultados na execução dos tiros são designados granadeiros de fuzil de escol e submetidos um treinamento especial.

309. As prescrições relativas à instrução dos granadeiros acham-se no Regulamento para o Tiro das Armas Portáteis. O treinamento especial para o lançamento da granada de mão é feito de acordo com o Regulamento de Educação Física.

Uso da pistola
310. Os graduados e cavaleiros normalmente armados a pistola recebem a instrução completa relativa a essa arma.

Todos os outros recebem apenas uma instrução elementar, capaz de os habilitar a empregar uma pistola ou um revólver em campanha.

311. A instrução do atirador de pistola é tratada na terceira parte do Regulamento para o Tiro das Armas Portáteis.

Uso da baioneta
312. O combate a baioneta é ensinado a todos os combatentes, de acordo com as indicações a respeito, contidas no Regulamento para o Combate a Baioneta e para a Luta Corporal.

Todo cavaleiro deve ser capaz de travar esse combate, si bem que seja de emprego excepcional, só usado quando não é possível atuar pelo tiro a curta distância.

Os exercícios de combate a baioneta desenvolvem no cavaleiro a agilidade, o golpe de vista, a rapidez de decisão e de execução.

Uso da ferramenta de sapa
313. A ferramenta é necessária em qualquer fase do combate. O cavaleiro deve conhecer-lhe o manejo e poder organizar por si só um posto de combate que lhe permita bom emprego das armas em cooperação com os camaradas. Além disso, deve poder tomar parte na execução metódica e rápida dos trabalhos de organização do terreno. Uma tropa instruída e treinada deve ser capaz de organizar no espaço máximo de uma noite, uma posição satisfatória.

314. O programa mínimo da instrução do cavaleiro comporta:

- organização do abrigo individual;

- treinamento necessário para participar, com utilidade, dos trabalhos coletivos;

- execução de redes de arame e de obras de faxinas;

- nomes das principais ferramentas de sapa, portáteis e de parque, e dos trabalhos comuns em que se empregam, tais como: trincheiras, sapas, abrigo, drenagens, defesas acessórias, etc.;

- medidas das obras (perfís e traçados) mais usuais, referidas às dimensões da ferramenta.

315. Os sapadores das unidades de comando recebem instrução aperfeiçoada, pondo-os em condições de executar certas obras especiais e de servir de monitores nos trabalhos usuais.

316. Ministra-se o ensino de acordo com o R.O.T.

Uso das máscaras contra gases
317. Todos os cavaleiros devem saber colocar rapidamente e bem ajustar a máscara. São exercitados em atirar com a máscara, em conservá-la durante várias horas e em usá-las nas marchas e trabalhos.

Devem conhecer:

- os efeitos dos principais gases tóxicos;

- as particularidades de alguns gases (iperites, óxido de carbono) e as precauções a adotar para proteger-se de seus efeitos;

- as medidas de proteção coletiva e de defesa dos abrigos contra a invasão dos gases.

318. O treinamento para uso da máscara e as noções enumeradas acima são tratados em regulamento especial.

TÍTULO II
Princípios gerais das evoluções
319. As evoluções são movimentos regulares pelos quais uma unidade passa de uma formação a outra.

A ordem e a coesão são condições essenciais das evoluções; os processos de execução devem ser simples e rápidos.

320. As evoluções, a pé como a cavalo, compreendem exercícios em ordem unida e em ordem dispersa.

321. A execução dos exercícios em ordem unida tem por fim:

- dar à tropa um meio de apresentar-se e deslocar-se em perfeita ordem nas revistas, paradas, etc.;

- desenvolver o sentimento de disciplina e de coesão pela execução em conjunto de alguns movimentos simples realizados com simultaneidade, energia e precisão.

As formações em ordem unida a cavalo podem constituir, para pequenas unidades (grupo de combate, pelotão, esquadrão) e, excepcionalmente, para a ala e o regimento, formações de ataque a arma branca.

322. A execução dos exercícios em ordem dispersa e maneabilidade têm por fim:

- ensinar os quadros e a tropa as formações que deverão empregar na aproximação e no combate;

- desenvolver a rapidez de decisão dos quadros e a rapidez execução na tropa. Para os primeiros, trata-se de discernir rapidamente o que é preciso fazer e de dar ordens sem hesitações; para a segunda, de tomar rapidamente as formações prescritas, sem sacrificar a ordem e a coesão.

Há pois o maior interesse em realizar as evoluções em ordem dispersa com unidades de efetivos tão próximos quanto possivel dos de guerra e compreendendo as esquadras suplementares, agentes de transmissão. grupo de comando, etc. Pelas mesmas razões, é vantajoso, nos exercícios de maneabilidade, que se leve em conta os efetivos realmente disponíveis para o combate após o apeiar de uma unidade a cavalo.

323 - O comandante é o guia da sua tropa. Da a direção e a andadura. É seguido pela unidade de direção e por esta regulam-se as outras.

Nas formações em coluna ou em escalões, a unidade de direção é a da testa; nas dobradas ou desenvolvidas é a que estiver no centro, ou imediatamente à direita do centro. Pode ser entretanto, uma outra unidade qualquer designada pelo comandante.

Nas formações em ordem dispersa e de maneabilidade, mas somente em unidades superiores ao grupo de combate, a unidade de direção é avançada sobre as demais unidades.

O comandante pode delegar a um subordinado a incumbência de dirigir a tropa ou limitar-se a indicar a direção e a andadura à unidade que deve dá-las; neste caso ele tem liberdade em seus movimentos. Si sua ausência deve ser mais longa, por exemplo, quando quer preceder sua tropa no terreno em que pretende empregá-la, utilizar um observatório, ir ao encontro de informações ou ordens, e toda vez que o julgue necessário, o comandante encarrega de assegurar a direção um de seus subordinados imediatos, que ocupa o seu lugar e dispõe da fração do pelotão ou do grupo de comando deixado pelo chefe.

324. Os desenvolvimentos regulam-se pelo comandante.

Em princípio, antes de ordenar o desenvolvimento, ele deve orientar a testa sobre a nova direção. Ordena o desenvolvimento e, quando necessário, determina a andadura.

A unidade de direção, segue o chefe ou dirige-se para seu lugar atrás dele; desenvolve-se e torna-se a base da formação. As outras conduzidas pelos respectivos comandantes, vão a seus lugares pelo caminho mais curto, guiando-se pela unidade de direção.

325. Os desenvolvimentos fazem-se por aceleração ou duplicação da andadura dos elementos da cauda, ou na andadura comandada; a testa conserva a da marcha.

Quando a formação deve terminar em tempo mais curto ou espaço mais restrito, o comandante retarda ou diminue a andadura da unidade de direção conforme o fim que deseja atingir.

As últimas unidades podem permanecer algum tempo em escalão.

Nos desenvolvimentos a pé, não se dá indicação de andadura; as unidades da testa marcam passo até que a formação esteja terminada.

326. As rupturas fazem-se pela unidade de direção ou pela designada, conduzida ou orientada pelo comandante, na andadura da marcha ou na que foi comandada.

As outras permanecem em andadura inferior ou param, até que possam tomar seus lugares na coluna.

A pé, as frações ou unidades que não sejam de direção marcam passo até que possam entrar em seu lugar na coluna.

327. Nas formações em que as unidades têm de percorrer espaços iguais, o movimento é executado na andadura da marcha ou na indicada pelo comando. Si os espaços são desiguais, a unidade de direção conserva a andadura da marcha ou toma a indicada pelo chefe; as outras tomam a andadura conveniente, superior ou inferior, para chegar a seus lugares, adotando então a da unidade de direção. O comandante regula a andadura desta última conforme o fim que pretende atingir, de modo que facilite a formação.

Em todas as formações, as unidades subordinadas são conduzidas a seus lugares pelo caminho mais curto.

328. Nas evoluções em ordem dispersa e de maneabilidade, o grupo, ou pelotão de comando, tomam formações apropriadas, análogas às prescritas para as unidades subordinadas.

Os comandos são imediatamente executadas, salvo indicação contrária prescrevendo a execução ao atingir certos pontos do terreno ou em determinado momento; são dirigidos aos comandantes de unidades subordinadas e executadas por conta destes; podem referir-se a uma unidade somente ou a uma parte das unidades. Os oficiais ou graduados subordinados, secundam seus chefes diretos utilizando, se necessário for, o gesto ou indicações muito sóbrias dadas em voz tão baixa quanto possivel.

329. Na instrução o chefe confia a direção da tropa e a tarefa de dar as vozes ou fazer os gestos de comando ao subordinado imediato; observa a execução dos movimentos colocando-se em posição que melhor lhe permita perceber os erros.

Os meios de comando do chefe são: os gestos, a direção e andadura do seu cavalo, a voz, o apito, os agentes de transmissão e excepcionalmente os toques de corneta.

Quasi sempre, porém, o exemplo dado pela unidade de direção é o meio de comando mais rápido de que se dispõe. Todas as unidades da mesma categoria executam por imitação os movimentos e formações da unidade de direção, simultânea ou sucessivamente; todavia, as unidades em coluna só imitarão a unidade testa quando se achem na mesma situação que ela.

No esquadrão e nas unidades superiores, os comandantes das unidades subordinadas tomam por iniciativa própria, as formações que melhor se adaptem ao terreno, à situação e aos fogos, e modificam-nas, segundo as circunstâncias, durante as evoluções.

330. Uma tropa, qualquer que seja a situação e formação, deve ter sempre a preocupação de escapar. tanto quanto possivel às investigações e ataques da aviação. O comandante designa observadores, encarregados de vigiar permanentemente o céu.

A tropa, quando parada, utiliza o mais possivel os abrigos e cobertas; quando estaciona em terreno descoberto, evita com cuidado os dispositivos geométricos.

Em marcha, quando são assinalados aviões inimigos ou de nacionalidade duvidosa, o comandante da tropa, qualquer que seja seu efetivo e sua formação, toma todas as disposições útéis e necessárias para se dissimular. Faz aIto, se a missão e a situação o permitem; em caso contrário, continua a marcha aproveitando os caminhos mais desconfiados.

Haverá muitas vezes interesse em adotar formações dispersas, não só para subtrair a tropa à vista, como tambem para reduzir tanto quanto possivel a vulnerabilidade em caso de ataques aéreos por meio de bombas ou de metralhadoras.

TÍTULO III
O grupo de combate
GENERALIDADES

331. O grupo de combate é a unidade elementar de instrução e de combate.

É um pequeno conjunto de combatentes, dotado de uma arma automática e constituido normalmente por duas esquadras: uma de fuzileiros e uma de exploradores. É comandado por um sargento.

A esquadra compõe-se de cinco cavaleiros, sob o comando de um cabo, sendo que a esquadra de fuzileiros é comandada por um 1º cabo (12).

As esquadras de exploradores são constituidas somente de exploradores, um dos quais é o granadeiro atirador; as esquadras de fuzileiros compreendem um atirador, um municiador, dois remuniciadores e um guarda-cavalos.

Nas diferentes formações do grupo a cavalo, a esquadra de exploradores coloca-se, em princípio, à direita ou à frente e a de fuzileiros à esquerda ou à retaguarda.

A escola do grupo tem por fim ensinar aos cavaleiros atuarem e combaterem no grupo, sob as ordens do comandante do grupo; cada homem deve ser instruido no papel particular que Ihe cabe desempenhar em conjunto com seus camaradas de combate e para poder substituir qualquer deles.

A instrução individual, ligada à instrução do grupo, continua com esta simultaneamente.

O efetivo do grupo permite ao instrutor acompanhar a ação de cada cavaleiro em particular e corrigir-lhe as faltas cometidas, fazendo ressaltar as consequências.

A escola do grupo de combate compreende:

1º A cavalo - exercícios de ordem unida e ordem dispersa;

2º A pé - exercícios de ordem unida e exercícios de maneabilidade;

3º A cavalo e a pé - exercícios de combate.

Os exercícios de ordem unida, os exercícios de ordem dispersa e os exercícios de maneabilidade constituem preparação técnica da tropa e são tratados nos capítulos seguintes do presente título.

Os exercícios de combate serão tratados na seguinte parte do regulamento.

CAPÍTULO I

ESCOLA DO GRUPO DE COMBATE A CAVALO

332. O Grupo marcha, muda de andadura ou faz alto, qualquer que seja a sua formação, aos comandos:

"Em frente, Marche!" "Ao passo, ao trote, ao galope, Marche" "Alto".

Monta e apeia aos comandos: Preparar para montar - A cavalo. Preparar para apear - A pé (quando em ordem unida) (13).

Na esquadra isolada empregam-se os mesmos comandos.

______________________________

(12) A esquadra de fuzileiros comportará mais um cavalo cargueiro, quando o fuzil-metralhador não for conduzi-lo na sela.

(13) Em serviço em campanha e combate pode ser suprimida a voz de advertência.

ARTIGO I
A esquadra a cavalo
FORMAÇÃO POR TRÊS (Fig. 15)

333. A esquadra entra em forma, marcha e manobra por 3, em duas fileiras, com 1m,50 de distância, salvo em coluna de estrada onde a distância é reduzida a 0m,75.

Em cada fileira os cavaleiros conservam o intervalo de 0m,40, contados de joelho a joelho.

O cabo chefe da esquadra é o número 1 da primeira fileira. Os números 2 de ambas as fileiras são os guardas-cavalos de mão; os cavaleiros indispensáveis no combate a pé são distribuidos pelas filas 1 e 3.

Na esquadra de exploradores o granadeiro atirador é o número 3 da primeira fila; na esquadra de fuzileiros o atirador é tambem o número 3 da primeira fileira e o municiador o número 1 da segunda (14) .

Ao comando - "Numerar por 3" - os cavaleiros da primeira fileira numeram 1, 2 e 3 da direita para a esquerda; os cavaleiros da segunda fileira tomam os numeros de seus chefes de fila. A primeira fileira deve comportar sempre três cavaleiros.

A esquadra estando por 3, para montar ou apear, os cavaleiros abrem os intervalos necessários para a direita e para a esquerda do número 2, à voz de advertência, e depois toda a esquadra monta ou apeia, à voz de execução.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 411 FIGURA

Os cavaleiros, depois de montados, retomam sem esperar ordem, intervalos normais.

Coluna por dois (Fig. 16)

334. A coluna por 2 é uma formação de estrada.

A esquadra estando parada e por 3, ao comando - Por 2 (andadura) - Marche! - os números 1 e 2 da primeira fileira e o número 1 da segunda partem ao passo (ou andadura comandada), na direção indicada; os outros cavaleiros ficam momentaneamente parados, depois o n. 3 da primeira fileira coloca-se atrás do número 2 da mesma fileira; os números 2 e 3 da segunda fileira obliquam à direita e entram na coluna à retaguarda dos precedentes, logo que haja o espaço necessário (15).

A esquadra, estando em marcha, os números 1 e 2 da primeira fileira e o número 1 da segunda, conservam a andadura da marcha ou tomam a andadura ordenada; os outros cavaleiros param o tempo

______________________________

(14) O cavalo cargueiro e seu condutor formarão em terceira fileira, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

(15) O cargueiro do fuzil-metralhador e seu condutor (cerra fila n. 2) seguirão a esquadra de fuzileiros quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela. necessário se o movimento se executa ao passo, tomam ou conservam andadura inferior à da evolução, quando o movimento se faz em outra andadura.

<>CLBR VOL. 7 ANO 1939 PÁG. 412 FIGURA

Passagem da coluna por três à coluna por dois

Fig. 16

A esquadra estando parada e em coluna por 2, ao comando - Por 3 (andadura) - Marche! - os cavaleiros 1 e 2 da primeira fileira e o número 1 da segunda ficam parados; os números 3 da primeira fileira e os números 2 e 3 da segunda obliquam à esquerda e vão se colocar à altura dos cavaleiros das suas respectivas fileiras já em posição.

Estando a esquadra em marcha, ao comando - Por 3 Marche! ou Por 3 - Alto! os números 1 e 2, da primeira fileira e o número 1 da segunda continuam na andadura indicada; os outros cavaleiros entram em seus lugares na andadura indicada aumentando-a.

Coluna por um
335. A coluna por 1 é uma formação de manobra e de estrada.

Estando a esquadra em marcha por 3 ou por 2, ao comando - "Por 1 (andadura - Marche!)" - os números 1, 2 e 3 da primeira fileira partem sucessivamente a 0m,75 de distância uns dos outros na direção indicada; logo que dispõem do espaço necessário os números 1, 2 e 3 da segunda fileira seguem os da primeira, guardando entre si aquela mesma distância.

As prescrições a respeito das andaduras são as mesmas que para a coluna por 2 (16).

A esquadra estando parada ou em marcha em coluna por 1. ao comando - Por 3 (andadura) - Marche!" os números 2 e 3 da primeira fila obliquam à esquerda e colocam-se à altura do número 1 da mesma fileira; os números 2 e 3 da segunda fileira executam o mesmo movimento assim que o número 1 desta última tenha retomado o seu lugar.

As prescrições relativas as andaduras são as mesmas que para a passagem da coluna por 2 a por 3.

A passagem da coluna por 1 a por 2 faz-se ao comando - "Por 2 (andadura), Marche!" O número 2 da primeira fileira coloca-se por uma obliqua à esquerda do número 1: o número 3 da mesma fileira continua a seguí-lo; o número 1 da segunda fileira, acompanhado pelos números 2 e 3 da mesma fileira, cerra a distância; o número 3 coloca-se à esquerda do número 2.

______________________________

(16) O cavalo cargueiro e seu condutor seguem o n. 3 da segunda fileira, na esquadra de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

Formação em uma fileira
336. A formação em uma fileira é uma formação de manobra.

A esquadra em marcha por 3, ao comando - "Em uma fileira Marche!" - a primeira fileira obliqua ligeiramente à direita, na andadura indicada, enquanto a segunda fileira obliqua à esquerda e vai, na andadura de marcha, colocar-se à altura da primeira fileira (17); quando parada, a segunda fileira desloca-se ao passo, para se colocar à esquerda da primeira.

A esquadra estando isolada, em uma fileira, o cabo é o seu guia e marcha a 1m,50 à frente do número 1 da segunda fileira.

A passagem da coluna por 2 ou por 1 à formação em uma fileira, executa-se de modo análogo: os cavaleiros da primeira fileira obliquam à direita (o quanto necessário), e os da segunda fileira tomam por um movimento oblíquo à esquerda a altura dos primeiros, na ordem e andaduras indicadas.

A esquadra estando parada ou em marcha em uma fileira, à voz - "Em duas fileiras Marche! - os cavaleiros da primeira avançam ao passo ou continuam na andadura da marcha; os cavaleiros da segunda deixam-se ultrapassar do espaço necessário e depois obliquam à direita e colocam-se em seus lugares, à retaguarda dos da primeira fileira, cuja andadura tomam (18).

Na esquadra isolada, o cabo fica à direita da primeira fileira.

A ruptura da formação em uma fileira para a coluna por 2 ou por 1 obedece aos mesmos comandos e faz-se de acordo com o processo já indicado para o caso da esquadra em formação por 3.

Na ruptura por 3, o número 1 da segunda fileira deixa-se ultrapassar pelo número 3 da primeira, para poder se colocar à sua direita e à retaguarda do número 1 da primeira fileira.

Na esquadra isolada o cabo ocupa seu lugar desde o começo da formação.

Na esquadra em uma fileira, para montar ou apear, à voz de advertência, os cavaleiros da primeira fileira e o cabo (seja ou não guia) avançam de dois corpos de cavalo; os da segunda fileira ficam firme; logo que os cavaleiros da primeira fileira atinjam a distância de dois corpos de cavalo, todos os cavaleiros da esquadra afastam-se dos números 2 de cada fileira e preparam-se para montar ou apear.

A esquadra monta ou apeia à voz de execução.

Os cavaleiros, depois de montar retomam os intervalos normais e os da segunda fileira reduzem a distância independente de qualquer comando.

Os cavaleiros a pé, na situação acima, podem montar novamente na mesma posição ou formar em uma fileira à voz: "Em uma fileira".

FORRAGEADORES
337. A formação em forrageadores é uma formação de manobra, de reconhecimento e de ataque.

Forrageadores são cavaleiros dispersos em uma linha mais ou menos extensa. atraz do graduado, colocado como guia a 1m.50 a frente do centro, separados uns dos outros, salvo outra indicação, por intervalos de cinco metros.

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(17) Nas esquadras de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela, o cavalo cargueiro e seu condutor seguem, a 1m,50, o centro da esquadra.

(18) Nas esquadras de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela, o cavalo cargueiro e seu condutor fazem alto ou diminuem a andadura até retomarem o lugar atrás da segunda fileira.

A dispersão em forrageadores executa-se, partindo de uma formação qualquer, ao comando "Em forrageadores, a tantos metros (andadura)".

O movimento realiza-se como na formação em uma fileira, mas os cavaleiros tomam entre si o intervalo de cinco metros, ou o que for indicado.

A esquadra em forrageadores retoma a formação por 3, em coluna por 2 ou por 1, como se estivesse em uma fileira e aos mesmos comandos (19).

ARTIGO II
Exercícios de ordem unida do grupo de combate
- Formatura.

- Coluna por três.

- Coluna por dois.

- Coluna por um.

- Formação em batalha.

- Alinhamento.

- Abrir e unir fileiras.

- Recuar.

- Formação em uma fileira.

- Ataque a cavalo.

- Reunir.

Formatura
338. O grupo entra em forma normalmente em coluna por 3, ao comando "Em forma!" - seguido da indicação da andadura.

Pode tambem formar em batalha, principalmente para uma inspeção, caso em que o comandante do grupo comanda - "Em forma, em batalha!" - À voz, cada esquadra, em formação por 3, avança para seu lugar, na andadura indicada.

Não havendo indicação de andadura, o movimento é executado ao passo.

Coluna por 3
339. A coluna por 3 é a formação normal de reunião, é tambem uma formação de estrada e de manobra.

As duas esquadras, em formação por 3, colocam-se uma atrás da outra, à mesma distância que separa as duas fileiras; em princípio a esquadra de exploradores na testa e com o cavaleiro número 2 da primeira fileira (centro) a 1m,50 à retaguarda do comandante do grupo, considerado como guia.

Ao comando - Esquadras, numerar por 3 - os cavaleiros numeram por 3, como já foi dito.

O grupo em coluna por 3 monta e apeia como foi indicado para a esquadra.

Para mudar de direção o comandante do grupo limita-se a fazer o gesto correspondente, ao mesmo tempo que executa o movimento. Todos os cavaleiros regulam-se por ele; os das segundas fileiras esforçam-se para manter-se cobrindo os respectivos chefes de fila e os da primeira fileira da segunda esquadra seguem a trilha dos que os precedem.

Nas estradas, o grupo marcha pela direita; todos os cavaleiros atentos para evitar as paradas e partidas bruscas; quando alguns

______________________________

(19) Quando o fuzil-metralhador for conduzido em cargueiro, forma a 1m,50 à retaguarda do centro. deles são obrigados a diminuir subitamente a andadura, os que se acham atrás entram momentaneamente nos intervalos afim de não pararem bruscamente; quando os cavaleiros da primeira fileira alongam rapidamente a andadura, os seguintes devem ter o cuidado de não deixar aumentar demasiado a distância, restabelecendo-a, porém, progressivamente.

Em terreno dificil, para evitar principalmente as partes empedradas e os atoleiros, os cavaleiros abrem os intervalos necessários esforçando-se cada um por poupar o seu cavalo.

Os princípios são os mesmos da marcha em terreno variado.

Coluna por 2
340. A coluna por 2 é constituida pelas duas esquadras sucessivas em coluna por 2. a 0m,75 de distância uma da outra, a esquadra testa a 1m,50 à retaguarda do comandante do grupo.

O grupo, quando parado ou em marcha, em coluna por 3, parte em coluna por 2 ao comando - "Por 2 (andadura) - Marche!". A primeira esquadra segue imediatamente atrás e na mesma andadura do comandante do grupo (ou guia). ou na andadura comandada, a segunda esquadra executa o movimento, logo que tem espaço, na mesma andadura da primeira; ambas tomam a formação indicada (Fig. 17).

O grupo, em marcha ou parado, em coluna por 2, passa para a coluna por 3 ao comando - "Por 3 (andadura) - Marche!" - O guia continua na andadura indicada; as duas esquadras acompanham o guia; a primeira forma imediatamente por 3 e a segunda executa o movimento assim que tenha espaço.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 415 FIGURA

Fig. 17

A coluna por 2 monta, marcha e apeia segundo os mesmos princípios da coluna por 3.

Coluna por um
341. A coluna por 1 é constituida pelas duas esquadras, uma atrás da outra, em coluna por 1, a 0m,75 de distância, tendo o comandante do grupo como guia (este a 1m,50 do cabo da 1ª esquadra).

O grupo em marcha ou parado, em coluna por 3 ou por 2, forma a coluna por 1 ao comando - "Por 1 (andadura) - Marche!" - As duas esquadras partem sucessivamente na andadura do guia; a primeira a 1m,50 à retaguarda dele e a segunda atraz da primeira, logo que haja o espaço necessário.

O grupo em marcha ou parado em coluna por 1, forma a coluna por 3 ao comando - "Por 3 (andadura) - Marche!" - Os processos de execução são os mesmos já indicados para a passagem da coluna por 2 à coluna por 3.

O grupo passa da mesma maneira da coluna por 1 à coluna por 2 ao comando - "Por 2 (andadura) - Marche!" - As esquadras formam sucessivamente por 2.

O grupo movimenta-se em coluna por 1, como em coluna por 2.

Formação em batalha
342. A formação do grupo em batalha é uma formação de manobra, de combate a cavalo e eventualmente de reunião.

As duas esquadras por 3 são juxtapostas na mesma linha e sem intervalo, ficando, em principio, a esquadra de exploradores na direita. As duas fileiras guardam a distância de 1m,50 (20).

Montar e apear
343. Estando o grupo em batalha, a pé, os cavaleiros segurando seus cavalos, como foi prescrito e o comandante a cavalo à sua frente, ao comando - "Grupo - Preparar para montar!", o comandante e a primeira esquadra avançam de 3 corpos de cavalo, enquanto os cavaleiros das filas 1 e 3 de cada esquadra se afastam para a direita e para a esquerda dos números 2 e todos se preparam para montar; ao comando - a cavalo! as duas esquadras montam e depois os cavaleiros retomam os intervalos normais em relação aos números 2. Só então a segunda esquadra se coloca à esquerda da primeira, sem outra indicação (Fig. 18).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 416. FIGURA

Fig. 18

Estando o grupo a cavalo, em batalha, com o comandante à frente, ao comando - "Grupo - Preparar para apear!" - o comandante do grupo e a primeira esquadra avançam de 3 corpos de cavalos; os cavaleiros das filas 1 e 3 afastam-se à direita e à esquerda do número 2 e preparam-se para apear. Ao comando: A pé - todo o grupo apeia.

Estando o grupo a pé, no dispositivo acima indicado, o comandante pode mandar montar ou reconstituir a batalha a pé ao comando - "Retomar fileiras!". Em cada fileira de 3 os números 1 e 3 cerram previamente os intervalos sobre o número 2 e depois a 2ª esquadra retoma seu lugar à esquerda da 1ª

Marcha em batalha
344. As partidas, as paradas e as mudanças de andaduras devem ser executadas simultaneamente por todos os cavaleiros, mas sem precipitação. O cavaleiro do centro acompanha o guia e conserva a distância uniforme, regulada pela do guia; cedem à pressão recebida

____________________________

(20) Na esquadra de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não conduzido na sela, o cavalo cargueiro e seu condutor marcham em terceira linha, a 1m,50 do centro da esquadra. do centro e resistem à do lado contrário. As retificações relativas ao alinhamento, à comodidade nas fileiras e à regularidade das andaduras, fazem-se sem precipitação e progressivamente.

Quando o grupo atravessa terreno com obstáculos, os cavaleiros afastam-se uns dos outros, a frente aumenta momentaneamente e cada um escolhe o seu caminho sem se preocupar com o alinhamento. O guia continua, entretanto, a dirigir o grupo e a regular a andadura.

O comandante do grupo, diante de uma passagem que não possa ser transposta pelo grupo em batalha e ao mesmo tempo não convindo à formação regular por 3, pode comandar "À vontade". Nesse caso o cavaleiro do centro prossegue atrás do guia; da direita e da esquerda do cavaleiro do centro avançam até a altura do guia tantos cavaleiros quantos o permita a passagem. Os demais cavaleiros passam atrás, reduzindo as distâncias. O grupo reconstitue a formação, sem nova ordem, logo que seja possivel.

Mudança de direção
345. O grupo muda de direção regulando-se pelo guia, que confirma seu movimento com o gesto correspondente. Comanda - "À direita (esquerda) Marche!" quando quer mudar de direção segundo um arco de círculo de 90º

Para fazê-lo, o guia indica a nova direção que o grupo deve seguir; em seguida orienta seu cavalo e diminue a andadura para que fique em seu lugar à frente do centro do grupo quando a mudança de direção estiver terminada.

O graduado que serve de pião detem-se seguindo a direção prescrita e volta no mesmo lugar, evitando recuar; regula-se pela ala movente e dirige os cavaleiros que lhe estão próximos.

O graduado da ala movente dá alguns passos em frente antes de mudar de direção, e descreve na andadura da marcha ou na ordenada, um arco de circunferência de extensão proporcional à frente, de maneira que não produza abertura ou compressão na fileira.

Os cavaleiros unem-se do lado do pião e lançam um olhar para a ala movente; a andadura diminue na proporção de seu afastamento desta ala.

No momento em que a mudança de direção começa, os cavaleiros da segunda fileira alargam a andadura e ganham terreno para a ala movente, afim de desembaraçar o pião de modo que cada um deles se desloque de três cavaleiros para fora de seu chefe de fila. Os mais aproximados do pião desviam as ancas de seus cavalos para a ala movente.

Quando o grupo atinge a nova frente, o guia o conduz atrás de si, indicando o direção à voz ou gesto.

Em todas as outras mudanças de direção de grande raio o grupo segue o guia, procedendo como na marcha em batalha. Os cavaleiros unem ao centro e regulam as andaduras de acordo com os lugares que ocupam nas fileiras; os cavaleiros da segunda fileira deslocam, quando preciso, as ancas dos seus cavalos para o lado da ala movente.

Para fazer meia-volta o grupo executa duas mudanças de direção sucessivas, ao comando - "Meia-volta à direita (à esquerda) Marche!" - que o guia confirma fazendo o gesto correspondente.

Depois de terminada a mudança de direção, o guia indica a nova direção.

Rupturas
346. O grupo estando em batalha, em marcha ou parado, ao comando - "Por 3 (andadura) Marche!" - a primeira esquadra segue o guia na andadura da marcha ou prescrita e em formação por 3; a segunda esquadra entra em seu lugar à retaguarda da primeira na mesma andadura e formação, logo que seja possivel.

A passagem para a coluna por 2 ou por 1 executa-se de modo análogo, ao comando - "Por 2, ou Por 1 (andadura) Marche!" - cada esquadra parte por 2 ou por 1; a primeira imediatamente e a segunda logo que disponha do espaço necessário.

Desenvolvimento em batalha
347. O grupo em marcha ou parado, em coluna por 3, forma em batalha ao comando - "Em batalha (andadura) Marche!". O guia continua na andadura indicada no primeiro caso, ou avança 2 corpos de cavalo e se detém, no segundo; as duas esquadras avançam na mesma andadura do guia; a primeira obliqua o quanto necessário à direita para deixar espaço para a segunda; esta obliqua à esquerda e coloca-se à altura da primeira; todos tomam então a andadura do guia.

O movimento executa-se ao mesmo comando e de modo análogo, partindo da coluna por 2 ou por 1; o elemento da testa obliqua à direita, tanto quanto preciso para que o cavaleiro do centro possa se colocar atrás do guia; cada esquadra constitue-se separadamente, vindo a da retaguarda colocar-se no alinhamento da testa.

Querendo-se passar da formação em batalha para a de coluna por três para um dos flancos, comanda-se - "Grupo, Três à direita (esquerda) marche!".

As esquadras fazem à direita e alto, si estavam paradas, ou continuam a marcha, si estavam em movimento. O comandante do grupo toma a posição já indicada à frente do grupo.

Este movimento só deverá ser empregado quando for imposto pelo local, ou em parada, revista, etc.

Para desenvolver a coluna em batalha com a frente para a esquerda (direita), comanda-se - "Em batalha, frente à esquerda (direita) marche!".

Todas as esquadras fazem à esquerda (direita); os graduados tomam seus lugares.

Tais movimentos só serão ordenados em caso de necessidade absoluta imposta pelo terreno ou para atender a uma situação de combate que se apresente subitamente.

Alinhamento
348. Estando o grupo em batalha com seu comandante à frente, ao comando - "Perfilar!" - o cavaleiro número 3 da primeira fileira da esquadra da direita (centro) coloca-se a 1m,50 à retaguarda do guia (comandante do grupo) e com a mesma frente; os cavaleiros da primeira fileira alinham-se por ele, olhando à direita ou à esquerda, e os da segunda cobrem os respectivos chefes de fila a 1m,50.

Si o comandante do grupo quiser executar o alinhamento pela direita (esquerda), colocará previamente, na nova linha, o cavaleiro base da direita (esquerda) e comanda: "Pela direita (esquerda) - Perfilar!". Os cavaleiros da primeira fileira alinham-se pelo cavaleiro base, olhando à direita (esquerda), e os da segunda cobrem os respectivos chefes de fila a 1m,50.

Ao comando - "Firme!" - todos os cavaleiros olham para frente e retomam a imobilidade.

Abrir e unir fileiras
349. Estando o grupo em batalha com seu comandante à frente, ao comando - "Abrir fileira, Marche!" - o comandante avança 2 corpos de cavalo e volta-se para a tropa.

A primeira fileira avança um corpo de cavalo e toma o alinhamento enquanto a segunda fica firme (21).

Ao comando - "Unir fileira, Marche!" - a primeira fileira fica firme. o comandante do grupo retoma a posição diante do cavaleiro do centro e a segunda fileira avança até 1m,50 de distância da primeira (22).

Recuar
350. O grupo estando em batalha. ao comando - "A retaguarda Marche!" - o guia e todos os cavaleiros recuam individualmente, conservando os respectivos lugares, até o comando - "Alto".

Formação em uma fileira
351. A formação em uma fileira é empregada para dissimular o grupo atrás de uma máscara, para iludir o inimigo quanto ao efetivo, etc. As esquadras em uma fileira colocam-se, ao lado uma da outra, sem intervalo, com o comandante do grupo a 1m,50 na frente do cavaleiro do centro, quando o grupo está isolado.

O grupo em marcha ou parado em batalha, à voz - "Em uma fileira, Marche!" - o guia continua na andadura indicada no 1º caso ou avança 2 corpos de cavalo no 2º caso; a primeira esquadra obliqua à direita, o necessário, e forma em uma fileira, adotando a andadura do guia; a segunda esquadra forma em uma fileira à esquerda da primeira (23).

O movimento executa-se de modo análogo partindo da coluna por 3, por 2 ou por 1; as esquadras tomam primeiramente, pelo caminho mais curto, seus lugares em relação ao comandante do grupo.

O grupo em marcha ou parado em uma fileira, à voz "Em duas fileiras, Marche!" - o guia continua na andadura indicada no primeiro caso, ou avança ao passo até que o deslocamento seja suficiente para os demais cavaleiros tomarem a formação indicada; as duas esquadras formam em duas fileiras, adotando a andadura do guia e a primeira afastando-se para a direita (23).

As rupturas da formação em uma fileira para as de por três, por dois e por um, executam-se aos mesmos comandos e segundo os mesmos princípios das partindo da formação em batalha.

O grupo em uma fileira monta e apeia como foi indicado para a esquadra; o comandante do grupo avança de dois corpos de cavalo.

Ataque a cavalo
352. O grupo pode ter oportunidade de atacar a cavalo, a arma branca. Desde que tal oportunidade se apresente, seu comandante não deve deixá-la escapar: ataca sem hesitação, até mesmo na própria formação em que estiver, afim de tirar a maior

_____________________________

(21) Na esquadra de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não fôr conduzido na sela, o cavalo cargueiro e o condutor também ficam firmes.

(22) Na esquadra de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela, o cargueiro e o condutor unem ao mesmo tempo que a segunda fileira. partido da surpresa. Há, geralmente, vantagem em reunir os cavaleiros antes de atacar um adversário a cavalo, desde que se disponha de tempo; entretanto, convém abordar, em formação aberta, um inimigo a pé. A carga, porém, não deve partir de mais 60 metros do objetivo, para não perder a coesão e a impetuosidade.

353. Marchando o grupo a galope ou a galope largo e os cavaleiros de lança na mão ou espada em punho, o chefe do grupo comanda - Preparar para a carga! - antes de chegar ao ponto em que deve começar a carga e - Carga! - quando chegar a 50 ou 60 metros do inimigo.

Ao comando - Carga! - repetido por todos os cavaleiros, cada qual alarga o galope o mais possivel, tomando a posição prescrita na escola do cavaleiro.

354. No ataque frente a frente, o grupo deve apresentar-se paralelamente ao inimigo, centro contra centro.

No ataque de flanco o comandante do grupo procura atingir com o centro da sua tropa o flanco contra o qual dirige o ataque.

355. A carga termina pela perseguição do adversário, quer tenha ele retrocedido antes da abordagem, quer tenha cedido por efeito do choque.

Para pôr fim à perseguição, o comandante do grupo comanda - Reunir! A esta voz ou toque correspondente, os cavaleiros se dirigem a galope, pelo caminho mais curto, para trás do comandante do grupo e formam rapidamente em batalha, sem procurar os lugares habituais.

Para formar o grupo na ordem normal, o seu comandante dá a voz: A seus lugares! e marcha ao passo, enquanto os cavaleiros e as esquadras retomam os seus lugares habituais na formação em batalha.

ARTIGO III

O grupo de combate em ordem dispersa

- Dispersão por esquadras em profundidade e em largura.

- Dispersão em forrageadores.

- Dispersão em caso de surpresa.

- Exploradores.

356. As formações em ordem dispersa são formações de marcha de aproximação e de combate. Permitem diminuir a visibilidade e a vulnerabilidade da tropa.

Os cabos de esquadra colocam-se na posição de guias de sua esquadras quando o grupo toma uma formação dispersa, salvo no caso da formação por três em que eles permanecem em seus lugares na fileira.

O cabo da esquadra de direção, ou o n. 2 da primeira fileira, se a esquadra está por três, segue o guia a 6 metros de distância ou marcha na direção indicada.

O comandante do grupo indica a nova formação que as esquadras devem adotar; na falta de indicação, estas continuam na formação em que se achavam (24) .

_______________________

(23) Na esquadra de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela. o condutor e o cargueiro se colocam a 1m,50 atrás da primeira fileira, como foi dito para a esquadra. Colocam-se atrás da segunda fileira, à voz: "Em duas fileiras, marche!".

(24) Na esquadra de fuzileiros, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela, o condutor e o cargueiro seguem a própria esquadra quando esta forma em uma fileira ou em forrageadores.

As andaduras, para as diversas evoluções em ordem dispersa, são reguladas de acordo com os princípios gerais das evoluções.

Os processos acima indicados são aplicáveis ao grupo em marcha ou parado, em uma formação qualquer.

Os intervalos e as distâncias são modificados à simples indicação do comandante do grupo, qualquer que seja o modo de dispersão. Exemplo: "A tantos metros de intervalo ou distância".

O grupo é reconstituido numa formação qualquer à simples indicação dessa formação dada por seu comandante.

Dispersão por esquadras em profundidade
357. Ao comando - A (tantos) metros de distância, por esquadra (formação e andadura) dispersão! - a esquadra-guia marcha na direção indicada, na andadura de marcha ou na que for comandada, tomando ao mesmo tempo nova formação, se for ordenada.

A outra esquadra, coloca-se à distância determinada, na falta de indicação, a 30 metros; modificando convenientemente a andadura, toma ao mesmo tempo a formação prescrita e depois acompanha, na mesma andadura a esquadra de direção.

Dispersão por esquadra em largura (Fig. 19)
358. Ao comando - A (tantos) metros de intervalo por esquadras (formação e andadura) dispersão! - a esquadra-guia marcha na direção indicada, na andadura de marcha ou na comandada, tomando a nova formação, se for o caso. A outra avança obliquando à esquerda até atingir o intervalo fixado, ou na falta de indicação a 30 metros, na andadura conveniente; toma o escalonamento de uma quinzena de metros, e em seguida, logo que esteja orientada, se for o caso, a formação prescrita.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 421 FIGURA

Dispersão em largura, por esquadras, em coluna por um, a 30 metros

Fig.19

Dispersão em Forrageadores
359. A formação do grupo em forrageadores, que é uma das formações de dispersão por esquadras em largura, pode também ser tomada diretamente.

Ao comando - A (tantos) metros (andadura) em forrageadores! - o comandante da esquadra de direção coloca-se a 6 metros à retaguarda do guia e desenvolve sua esquadra em forrageadores.

O comandante da outra esquadra toma, obliquando, o intervalo necessário, escalona-a de uma quinzena de metros, dá-lhe a nova direção que deve seguir e então desenvolve-a em forrageadores.

Quando o intervalo não for especificado no comando, os cavaleiros tomam entre si o intervalo de 5 metros.

Os cabos das esquadras e os cavaleiros regulam-se pelo guia; as retificações relativas ao alinhamento e aos intervalos devem ser, feitas avançando e sem atropelos.

O grupo passa da dispersão em forrageadores para uma qualquer do mesmo modo que estando em uma fileira (Fig. 20).

Anexar Figura da pagina 422

O grupo disperso em forrageadores pode atacar a arma branca, de acordo com as mesmas prescrições estabelecidas para o ataque a cavalo (352). A formação em forrageadores, aliás, pode ser tomada em vista mesmo do ataque, que será então realizado imediatamente.

Os forrageadores executam uma meia volta à esquerda ao comando - "Meia volta individual".

A reunião do grupo, depois de disperso em forrageadores, efetua-se tanto quanto possível ao abrigo das vistas e dos fogos adversos.

Dispersão em caso de surpresa

360. No caso de ser surpreendido, por fogos de infantaria, engenhos blindados ou de aviões, o grupo pode dispersar rapidamente em forrageadores ao comando - "Em forrageadores, à vontade" ou Meia-Volta, em forrageadores à vontade".

Os cavaleiros avançam a galope, pelo caminho mais curto atrás do comandante, que indica nitidamente a direção. O cavaleiro que. se achar mais próximo ao comandante do grupo coloca-se à sua retaguarda e os demais distribuem-se à direita e à esquerda daquele, tomando mais ou menos 4 metros de intervalo, sem procurar os lugares normais e sem distinção de esquadras.

No caso de ser surpreendido por tiros de artilharia, o comandante do grupo pode dispersá-lo por esquadras, seja em largura, seja em profundidade, como está prescrito nos ns. 357, 358 e 359. As esquadras tomam, em princípio, a formação em coluna por um, mas podem, se for necessário, tomar uma formação mais adequada ao terreno. O comandante do grupo o conduz procurando o melhor ponto ou itinerário para abrigá-lo dos tiros e das vistas.

Exploradores

361. É necessário distinguir os exploradores de segurança e os exploradores de terreno.

Exploradores de segurança são cavaleiros com a missão de concorrer para a proteção imediata de uma tropa, informando-a, para o que vigiam as direções perigosas, esquadrinham as cobertas, etc.; marcham por lanços, grupados ou dispersos, operando a cavalo ou a pé conforme o caso.

Vários exploradores de segurança podem ser reunidos, formando uma patrulha sob o comando de um chefe.

Os exploradores do terreno são cavaleiros com a missão de assinalar os obstáculos que podem deter a marcha da tropa, procurar novas passagens e batizá-las.

Os exploradores do terreno marcham na direção indicada sem fazer gestos, se não encontram obstáculos; mas, diante de um obstáculo capaz de deter ou mesmo retardar a marcha da tropa eles o assinalam, levando verticalmente o braço e procuram margeá-lo.

Ao encontrar uma nova passagem, transpõem-na e retomam imediatamente a direção primitiva, mostrando-a com o braço estendido horizontalmente.

Os exploradores do terreno também podem atuar grupados, sob o comando de um chefe.

CAPÍTULO II

DISPOSIÇÕES PARA O COMBATE A PÉ

362. O grupo apeia, para combater pelo fogo.

O comandante do grupo designa o local para apear.

O grupo em marcha ou parado em uma formação qualquer, ao comando: "Combate, a pé" - toma em cada esquadra disposições para apear; os ns. 1 e 3 de cada fileira apeiam e entregam as rédeas de seus cavalos aos ns. 2, que permanecem a cavalo, salvo ordem contrária.

O comandante do grupo deixa seu cavalo com a esquadra de fuzileiros (25) .

Não sendo necessário fazer grandes deslocamentos dos cavalos de mão e o comandante do grupo querendo empregar um atirador suplementar por esquadra, comanda - "Combate a pé, guarda-cavalos um homem por esquadra". A este comando todos apeiam.

Em cada esquadra os cavaleiros formam em uma fileira e passam as rédeas do bridão por cima do pescoço dos cavalos; o n. 2 na primeira fileira fica como guarda-cavalos: os demais cavaleiros prendem as rédeas na cabeçada do cavalo vizinho, do lado do centro O comandante do grupo deixa seu cavalo com a esquadra de fuzileiros.

Se excepcionalmente, os guarda-cavalos devem deslocar-se montados montam no cavalo do centro e conduzam pelas rédeas do bridão os cavalos da direita e da esquerda. Nestas condições, porem, o movimento só pode ser feito ao passo.

O comandante do grupo depois dos cavaleiros apearem, dá, conforme o caso. as ordens relativas ao material que deve ser por eles conduzido (munições. víveres, máscaras, cobertura, capote etc.) e mostra a posição do grupo de cavalos de mão a um guarda-cavalos, com o qual assegura a ligação.

Em princípio, as esquadras reunem-se diante do inimigo em coluna por um e o grupo em linha de esquadras por um.

(25) O comandante do grupo entrega seu cavalo ao condutor do cargueiro do fuzil-metralhador, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

CAPÍTULO III

ESCOLA DO GRUPO DE COMBATE A PÉ

363. O grupo a pé, em exercícios de ordem unida como nos de maneabilidade, emprega formações análogas às do grupo a cavalo.

Os processos e pormenores de execução regulam-se de acordo com as prescrições do título II (Princípios gerais das evoluções).

Quando se trata essencialmente, sobretudo pela execução de movimentos de ordem unida, de desenvolver o sentimento de disciplina e de coesão, e de preparar o grupo para participar em boas condições de uma revista, de uma parada, etc., o grupo é, em principio, constituído de duas esquadras completas e com armamento uniforme (mosquetão).

Ao contrário, quando se tem em vista a execução de exercícios de maneabilidade, afim de preparar a tropa para os exercícios de combate, o grupo é constituído com os efetivos realmente disponíveis para o combate e como foi prescrito no n. 362 (Disposições para o combate a pé).

ARTIGO I

A esquadra a pé

Formação por três

364. A esquadra reune-se e marcha por três, em duas fileiras, como a cavalo, mas em cada fileira os soldados guardam 15 centímetros de intervalo entre si. contados de cotovelo a cotovelo, e a segunda fileira conserva 1 metro de distância da primeira.

Se, excepcionalmente, a esquadra deve formar por três e manobrar em ordem unida, após o apear, a primeira fileira é sempre constituída com 3 cavaleiros. A esquadra numera por 3 como a cavalo.

A esquadra por três forma o sarilho à voz - "Ensarilhar Armas"

A primeira fileira faz meia-volta. Os homens das filas 2 e 3, formando um grupo de quatro, colocam as armas junto ao pé interior do grupo, com o cano voltado para a direita. Depois os homens da fila 2 cruzam as armas pelas varetas e sucessivamente, em diagonal cada homem da fila 3 procede do mesmo modo em relação ao companheiro da fila 2.

O cabo e o respectivo cerra-fila encostam suas armas no sarilho depois de pronto.

Desmancha-se o sarilho por movimento inverso ao comando - "Desensarilhar Armas!"

Coluna por um (Fig. 21)

365. A coluna por um é uma formação de manobra.

Os cavaleiros guardam 1 metro de distância entre si.

Na ruptura por um, partindo da formação por três, todos os homens (menos o n. 1 da primeira fileira), marcam passo até que, possam entrar na coluna.

No movimento inverso, para voltar à formação por três, o n. da primeira fileira marca passo e o mesmo faz cada um dos homens quando chega a seu lugar, até que se complete a formação.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 425 FIGURA.

A coluna por um é sobretudo uma formação de maneabilidade.

A esquadra se reune em coluna por um, para o combate a pé, depois de apear.

Na marcha em coluna por um, nos exercícios de maneabilidade, cada cavaleiro segue na esteira do que lhe precede, conservando, salvo indicação contrária, a distância mínima de 5 metros. Ao comando do "Altol" os cavaleiros deitam-se rapidamente onde estiverem ou se abrigam nas proximidades imediatas do ponto atingido.

Formação em uma fileira

366. A formação em uma fileira é uma formação de ordem eventualmente de reunião.

Estando a esquadra em marcha ou parada por tres, à voz - "Em vma fileira!" a primeira fileira ganha para a direita quanto baste para que o centro da esquadra não seja deslocado, enquanto que a segunda fileira avança e entra à esquerda. Quando a esquadra esta isolada, o cabo coloca-se a dois passos de distância, à frente do homem do centro, como guia.

A formação em uma fileira pode resultar de uma direita ou esquerda volver, dos cavaleiros em coluna por um.

A esquadra em uma fileira forma por três e parte por um como a cavalo e aos mesmos comandos.

Atiradores

367. A formação em atirador é uma formação de combate, análoga a formação em forrageadores da esquadra a cavalo.

A esquadra dispersa em atiradores ao comando - "Em atiradores, a tantos metros frente para tal ponto!" - ou ao gesto correspondente seguido da indicação do intervalo, quando este for maior de 5 metros.

Os processos são os mesmos empregados para a disposição em forrageadores a cavalo.

Ao comando - "Alto!" - os ativadores deitam-se ou abrigarn se. Cada um deles pode afastar-se alguns passos se o deslocamento for justificado pelo aproveitamento de um abrigo.

Os cabos entram na fileira.

Nessa formação não deve existir nenhuma preocupação de alinhamento. Os cavaleiros aproveitam o terreno por iniciativa própria.

ARTIGO II

Ordem unida

- Formatura.

- Coluna por três.

- Coluna por um.

- Formação em batalha.

- Alinhamento.

- Abrir e unir fileira.

- Recuar.

- Formação em uma fileira.

- Sair de forma.

368. A escola do grupo em ordem unida tem por fim:

1º Ensinar ao grupo a pé tudo o que lhe é necessário para se apresentar e se deslocar em perfeita ordem.

2º Desenvolver o sentimento da disciplina e da coesão pela execução em conjunto de alguns movimentos simples, exigidos simultaneamente e com precisão.

Embora seja mais vantajoso executar esses movimentos como uma unidade de efetivo superior convém executá-los no grupo onde são empregados como preparação para movimentos idênticos na unidade superior e como, processo de educação do próprio grupo.

A ordem unida não deve constituir, em princípio, sessões completas de instrução. Ela é ministrada no período de instrução, notadamente no começo e no fim das sessões, em exercícios de curta duração, mas em que se exige correção impecavel e cada vez máis aperfeiçoada e nas diversas formaturas da vida diária do quartel.

Formatura

369. O grupo entra em forma normalmente em coluna por três, poderão fazê-lo em batalha ou em qualquer outra formação ao comando "Em forma!" - seguido da indicação da formação, se não for em coluna por três.

Os homens rapidamente entram em forma, na posição de descansar. O comandante do grpo verifica se os homens se cobrem exatamente e ordena se preciso, as necessárias retificações.

Para dar ao grupo parado, uma nova direção por um pequeno deslocamento, o comandante se limita a colocar-se no novo ponto, na direção desejada e comanda - "Em forma!"; pode tambem variar a formação. A repetição deste exercício, no qual se exige rapidez e correção, constitue um excelente meio de obter a flexibilidade da tropa e de mantê-la na mão do respectivo chefe,

Coluna por três

370. A coluna por três é uma formação de reunião e de marcha do grupo.

As esquadras colocam-se uma à retaguarda da outra a 1 metro de distância. O n. 2 da primeira fileira da esquadra testa fica a dois passos do comandante do grupo.

Nas mudanças de direção, o guia, ou o cavaleiro do centro, regula a marcha de modo que a fila exterior não precise alargar o passo.

O grupo em coluna por três forma os sarilhos e rumpe por esquadrias, de acordo com as mesmas prescrições e comandos estabelecidos para a esquadra.

371. (EM ANEXO FIGURA PÁG. 371)

Na ruptura por um, partindo da coluna por três, as esquadras rompem sucessivamente, devendo a segunda esquadra marca; passo até que possa entrar na coluna.

No movimento inverso, para refazer a coluna por três, as esquadras tomam esta formação sucessivamente, porém a segunda só depois de organizada á que avança até seu lugar; a esquadra testa marca passo até que o movimento termine.

Formação em batalha

372. A formação do grupo a pé, em batalha, é uma formação de manobra e eventualmente de reunião.

A segunda fileira coloca-se a 1 metro da primeira e o cavaleiro do centro a 2 passos à retaguarda do comandante do grupo.

As prescrições para a marcha do grupo a pé, em batalha, são as mesmas que a cavalo.

Nas rupturas em coluna por 3 ou por 1 a esquadra da direita rompe imediatamente, mas a da esquerda marca passo e só avança quando tem o espaço necessário.

Nos desenvolvimentos em batalha, partindo dessas formações, é a esquadra da testa que marca passo até que o movimento termine.

O grupo de combate em batalha forma em coluna por 3 para um dos flancos e, inversamente. estando em coluna por 3 desenvolve-se em batalha para um dos flancos, de acordo com os comandos e prescrições do n. 347.

O grupo em batalha ensarilha armas e desensarilha por esquadras tal como foi estabelecido para a esquadra e aos mesmos comandos.

Alinhamento

373. O comandante do grupo comanda - "Pelo centro, ou pela direita (esquerda) Perfilar !". Ao comando preparatório os homens suspendem as armas.

Ao comando - "Perfilar !" - os homens da primeira fileira colocam o punho esquerdo no cinturão acima do quadril e tocam levemente com o cotovelo o companheiro do lado indicado, para o qual todos voltam as cabeças; tomam então o alinhamento, deslocando-se por pequenos passos, de modo que as linhas dos olhos e dos ombros fiquem na mesma direção que as do vizinho do lado indicado.

Os homens da segunda fileira cobrem rigorosamente e retificam as distâncias; conservam a arma suspensa, a cabeça direita e o braço esquerdo na posição normal.

O comandante do grupo volta-se para verificar se os homens da 2ª fileira cobrem, perfeitamente e desloca-se para retificar o alinhamento. Comanda - "Firme!" - quando julga o alinhamento bom. Os homens olham em frente, levam o braço esquerdo à posição normal, descansam as armas e ficam imóveis.

O comandante do grupo procede do mesmo modo para executar um pequeno deslocamento da unidade reunida em batalha; coloca o, homem do centro (ou da direita ou esquerda) no lugar conveniente e comanda - "Perfilar !".

Ao chegar à nova posição o grupo encurta o último passo afim, de ficar pouco a quem do alinhamento.

No caso em que a nova posição fique atrás da primeira, o grupo dá para a, retaguarda os passos curtos necessários até que se encontre também um pouco atrás do alinhamento.

Abrir e unir fileiras

374. O grupo estando em batalha, o seu comandante na frente, ao comando: "Primeira fileira, quatro passos em frente, marche !", o guia avança oito passos e volta-se para a primeira fileira, que em tão avança quatro passos.

Ao comando: "Unir fileiras, marche !", a segunda fileira retoma a sua distância normal da primeira, dando quatro passos em frente e o comandante do grupo coloca-se a dois passos na frente da primeira fileira.

Recuar

375. Os cavaleiros ao comando: "A retaguarda, marche !", recuam individualmente, conservando os respectivos lugares, até o comando "Alto!". À voz de advertência, os cavaleiros suspendem a mas e as descansam à voz de "Alto !".

Formação em um fileira

376. O grupo em marcha ou parado, em batalha ao comando:

- "Em uma fileira !" - a primeira esquadra desloca-se para a direita o que for necessário e forma em uma fileira; a segunda esquadra forma à esquerda em uma fileira.

O comandante comanda depois - "Perfilar!" se for preciso.

0 movimento executa-se de modo análogo partindo da coluna por 3 ou por 1; as esquadras marcham pelo caminho mais curto para os respectivos lugares em relação ao comandante do grupo.

O grupo em uma fileira forma em batalha, rompe em coluna por 3 ou por 1, como a cavalo e aos mesmo comandos.

Saír de forma

377. A voz - "Fora de forma!" - os cavaleiros tomam a posição de sentido e suspendem armas (caso conservem as armas consigo) .

A voz de execução - "Marche!" - os cavaleiros saírão vivamente de forma levando as armas consigo, salvo no caso de estarem ensarilhadas.

ARTIG0 III

Maneabilidade

Generalidades

378. O objetivo dos exercícios de maneabilidade do grupo é a preparação deste para o combate, mediante uma ginástica apropriada em terrenos, quando possivel, variados, pela qual se procura habilitá-lo e tambem os cavaleiros que o compõem, a corresponder com a máxima rapidez às ordens recebidas.

Estas ordens inspiram-se nas formas do terreno e no fim especial que tem em mira o comandante do grupo ou o diretor do exercício. Tratar-se-á muitas vezes de manter os homens atentos pela execução de movimentos simples:

- apressar ou retardar o passo;

- marchar;

- para ;

- precipitar-se para a frente todo o grupo ao mesmo tempo, esquadra por esquadra, ou homem a homem;

- voltar a frente subitamente para uma direção imprevista;

- desaparecer no terreno;

- ficar pronto para abrir o fogo;

- marchar escalonadamente por esquadra, sucessivas os juxta-postas;

- dispersar-de e tornar a reagrupar-se mais adiante, etc.

Diversidade das ordens, execução rápida, desembaraçada e sem confusão dos movimentos, na ocasião azada, tais são os caracterisrstivoios de um exercício de maneabilidade bem dirigido e bem executado.

379. Mais do que nunca o comandante do grupo é o guia da tropa. Coloca-se onde ju1gar mais util a sua presença.

Frequentemente, o comandante precederá, o grupo e dará ordem à esquadra-base que o acompanhe à distância que indicar. Poderá empregar um ou mais homens do grupo como exploradores do terreno, para a segurança pessoal (exploradores de segurança) ou tambem como agentes de ligação no caso do grupo estar no primeiro escalão na aproximação ou operar como patrulha.

Quando o comandante do grupo não quiser ser o guia mandará que o seu lugar seja ocupado por um dos cabos (n. 320, Princípios Gerais das Evoluções).

380. Em princípio, os comandos de maneabilidade devem ser precedidos do sinal de atenção. São feitos à voz, por gestos ou pelos meios combinados. Comportam explicações breves sobre os movimentos a serem executados, as quais, uma vez terminadas, determinam imediata execução, só excepicionalmente se acrescentará ao comando uma voz ou sinal de execução : marche! ou silvo de apito.

381. Os movimentos são feitos no passo sem cadência ou em marche-marche, com a arma em bandoleira ou na mão.

ARTIGO IV

FORMAÇÕES (26)

382. As formações do grupo são:

1º Coluna por um, já definida quando se tratou de ordem unida (Fig. 22), levando em conta os cavaleiros deixados como guarda-cavalos.

2º Esquadras sucessivas:

a) em coluna (Fig. 23);

b) a da testa desenvolvida;

c) ambas desenvolvidas (Fig. 24)

3º Esquadras juxta-postas:

a) em coluna (Fig. 25);

b) desenvolvidas (Fig. 26)

4º Em linha para o assalto (Fig. 27).

Grupos por esquadras sucessivas

( EM ANEXO FIGURAS)

As figs. 23 e 24 são exemplos de grupos dispersos por esquadrias: sucessivas com 20 metros de distância.

(26) As formações previstas para o grupo correspondem caso particular em que o comandante do pelotão deixe com o grupo, todos os seus homens. Elas serão, entretanto, exercitadas com mais frequência, considerando-se o grupo sem um cabo, um remuniciador e granadeiro-atirador. Neste caso, o sargento dirigirá o grupo: a esquadra de fuzileiros será dirigida pelo cabo e a esquadra de exploradores por um soldado de escol, previamente designado.

(EM ANEXO FIGS.)

A fig. 27 é um exemplo de formação do grupo em linha para o assalto (exploradores à direita).

383. Nas formações por esquadras sucessivas, em princípio, a esquadra de fuzileiros é a da testa e serve como base. Entretanto, para atender ao caso da marcha de aproximação em primeiro escalão ou a da patrulha, convem exercitar a formação com a esquadra de exploradores na frente.

As distâncias indicar as nas Figuras devem ser adotadas para os normais, o que não impede que o comandante do grupo prescreva outras, impostas pelo terreno.

Nas formações das esquadras em linha não será exigido o alinhamento dos homens, que se colocarão de acordo com as cobertas do terreno.

384. Nas formações por esquadra juxtapostas, normalmente a base será a esquadra de fuzileiros que astará colocada à esquerda.

Entretanto, isto não impede a execução de exercícios em que essa ordem seja alterada.

Do mesmo modo, os intervalos indicados nas Figuras serão os tomados normalmente e quando não forem prescritos outros, impostos pelo terreno.

O alinhamento não é absolutamente exigido, sendo função, principalmente, do aproveitamento das cobertas do terreno.

385. As formações por esquadras sucessivas e por esquadras juxtapostas são úteis quando se torna necessário o tiro de fuzil-metrabalhador, isto é, em princípio, a partir de 1.200 metros do inimigo

(II Parte - Combate do Grupo).

Além disso, a formação por esquadras juxtapostas, desenvolvidas serve:

- para utilizar abrigo ou cobertas retilíneas (a qualquer distância do inimigo);

- para empregar o tiro dos exploradores (a menos de 400 metros do inimigo) .

A formação em linha para o assalto deriva da formação em esquadras juxtapostas desenvolvidas.

386. A profundidade e a largura das diversas formações do grupo não devem exceder de 50 metros.

Artigo V

Movimentos - Mudança de frente

387. O grupo marcha ao comando:

Sem cadência - Marche! ou Marche-Marche !

O grupo pára ao comando - Alto !

Os homens deitam-se rapidamente onde estiverem ou abrigam em pontos nas imediatas proximidades dos lugares em que se encontram.

388. Parado ou em marcha o grupo muda de frente ou de direção ao comando:

Frente para (tal) ponto ! ou Direção à direita, (esquerda) (gestos correspondentes).

O comandante do grupo faz frente ao ponto ou direção indicado, a esquadra base o segue e a outra ocupa rapidamente o lugar que lhe corresponde.

Quando não houver um ponto de referência para ser indicado comando será:

Frente para a direita! (esquerda, retaguarda) e gesto correspondente.

889. Independente dos comandos acima, o grupo deve imitar ações de seu comandante, andando no passo sem cadência, correndo em marche-marche, fazendo alto ou mudando de frente, sem que seja necessário qualquer comando.

390. O grupo é exercitado em progredir por lanços, cujo canismo vai adiante indicado.

391. Quando o grupo, parado ou em marcha, é levado a abrir, inopinadamente o fogo, seu comandante observa o prescrito no artigo VII.

Para continuar o movimento o grupo adota uma das formações por esquadras sucessivas ou juxtapostas.

392. Frequentemente, no desenrolar de um exercício de maneabilidade ou de combate, far-se-á a suposição de que os graduados foram mortos ou feridos.

No grupo de combate o cabo-guia da esquadra de fuzileiros substituir automaticamente o comandante do grupo; os homens que devem substituir os cabos são designados, na guerra ou em manobra, de modo permanente pelo comandante do pelotão, mas essas designações podem ser alteradas em certos exercícios, afim de que adquiram a necessária prática todos os cavaleiros com capacidade para as funções de cabo.

393. Tais exercícios, em que o cavaleiro goza, a despeito de tudo, de certa liberdade e relativa independência, devem terminar por outros de ordem unida, afim de reintegrar na idéia exata de coesão e disciplina da fileira.

ARTIGO VI

Passagem de uma formação a outra

394. Para passar da coluna por um à formação por esquadras sucessivas o comandante do grupo põe-no previamente em marcha e depois comanda:

"Base (tal) esquadra - A tantos passos de distância!".

A esquadra base acompanha o comandante do grupo e a outra encurta o passo até tomar a distância comandada. As esquadras segurão em linha ou coluna conforme determinar seu comandante à vista do terreno (ver figs. 23 e 24). Contudo, o comandante do grupo pode indicar a formação das esquadras dizendo:

Esquadra (tal) em coluna (desenvolvida)!

395. Para passar da coluna por um ou da formação por esquadras sucessivas à formação por esquadras juxtapostas o comandante do grupo põe-no previamente em marcha e depois comanda:

"Base (tal) esquadra - A tantos passos de intervalo - esquadra (tal) á direita (esquerda) !".

A esquadra-base acompanha o comandante do grupo encurtando o passo e a outra, guiada por seu comandante, vai rapidamente colocar-se à altura da primeira. Como no caso anterior, as esquadras formação em linha ou em coluna, conforme indicação de seu comandante à vista do terreno. Do mesmo modo o comandante do grupo pode determinar que as esquadras formem desenvolvidas ou em coluna.

396. Para passar de uma das formações anteriores à formação em linha para o assalto, o comandante do grupo comandará:

Para o assalto!

397. Para passar de qualquer uma das formações anteriores à coluna por um, o comandante do grupo põe-no previamente em marcha e depois comanda:

"Base (tal) esquadra - coluna por um !".

As esquadras e os cavaleiros ocupam os lugares indicados no número 371.

398. As distâncias e os intervalos, quer entre as esquadras, quer entre os homens, são impostas pela necessidade do aproveitamento do terreno. Entretanto, a título de exercício, essas distâncias e intervalos podem ser modificados aos comandos:

"A (tantos) passos abrir (cerrar) intervalos (distâncias) entre as esquadras (entre os cavaleiros) !".

ARTIGO VII

Mecanismo para execução dos fogos

399. O grupo, parado ou em marcha, toma as disposições para, o combate ao comando :

Preparar para o combate!

O fuzileiro-atirador tira o F. M. da capa, coloca esta a tiracolo, arma os pés e verifica o funcionamento da arma; os graduados e os cavaleiros carregam e travam as armas, prendem a ferramenta de sapa ao cinturão e colocam as máscaras em posição.

Após tomar essas disposições, o atirador conduz o fuzil-metralhador na mão, apoiando-o no ante-braço esquerdo; os demais homens levam a arma na mão.

400. Em posição.

O grupo, estando em marcha, se detem para abrir o fogo em Veldua alquer direção, ao comando:

Frente para (tal) ponto - Em, posição !

O atirador lança-se, se for o caso, para o lugar apontado pelo comandante do grupo e deita-se; recebe um carregador do primeiro; municiador, alimenta a arma e gradua a alça, se para iaso receber ordem.

O cabo coloca-se um passo à direita do atirador, verifica a posição ocupada por este e modifica-a, se necessário.

O municiador deita-se um passo à esquerda do atirador, retira: a bolsa de munição, abre-a e entrega a este um carregador. Se necessário, auxilia a preparação da posição. É o substituto imediato do atirador

Em princípio, o cabo, (R. T. A. P. - 2ª Parte). o atirador e o municiador ocupam o mesmo abrigo.

Os remuniciadores deitam-se à retaguarda daquele pequeno grupo de homens, utilizando os abrigos ou cobertas que existam à distância variável entre 5 e 10 passos, tiram as bolsas de munição e mantêm-se, prontos a trocá-las pelas do municiador.

Os exploradores deitam-se imediatamente, utilizando-se das cobertas e abrigos existentes nas proximidades dos lugares onde se acham.

O comandante do grupo coloca-se no lugar de onde melhor possa dirigir o fogo do fuzil metralhador, mas de modo a poder tambem comandar facilmente o conjunto do grupo.

Qualquer movimento necessário ao re0municiamento ou para melhorar as disposições tomadas, executa-se ao abrigo das cobertas existentes e, se necessário, em marcha rastejante.

401. O grupo nas formações por esquadras (juxtapostas ou sucessivas), toma posição, obedecendo aos mesmos princípios e comandos.

Deslocamentos

402. Se não houver necessidade de abrir fogo imediatamente o comandante do grupo comandará:

Frente para (tal) ponto - Preparar a posição !

O cabo e o municiador lançam-se, se for o caso, para o lugar apontado pelo comandante do grupo.

Os demais cavaleiros do grupo deitam-se imediatamente, aproveitando o terreno.

Em seguida, o cabo escolhe o local preciso para o fuzil-metralhador e o municiador prepara o abrigo rápida e sumariamente.

Terminada essa operação, o cabo avisa por voz ou sinal ao comandante do grupo.

À voz:

Em posição !

O grupo procede como no n. 400.

403. Reunião - Qualquer que seja a situação (de armas ensari1hadas, fora de forma, em estacionamento, etc.), o grupo deverá ser a flexibilidade necessária para reunir-se com rapidez, e em condições de iniciar imediatamente seus fogos.

Para isso, ao comando :

Grupo - Reunir! - todos os cavaleiros do grupo se armam e lançam para o local em que esteja o comandante do grupo, com a frente para a direção por este indicada.

Os fuzileiros reunem-se em torno do fuzil metralhador e os exploradores colocam-se à direita ou à esquerda; ninguém se deve preocupar com os locais que normalmente ocupam nas diversas formas e sim ter em vista a necessidade de atender a uma situação de alarme, com a possibilidade de iniciar instantaneamente o fogo, diante ordem do comandante do grupo.

Durante a execução do movimento, o comandante do grupo dá todas indicações necessárias afim de preparar a abertura do fogo evitar a desordem e a aglomeração dos cavaleiros.

404. Reunido o grupo nas condições acima, ele passará a uma formação qualquer, de acordo com as ordens e comandos do presente capítulo.

405. É preciso habituar os cavaleiros a agirem de modo idêntico todas as vezes que lhes repitam um determinado comando; só assim consegue-se que cada ordem produza atos reflexos dos executantes.

Portanto, é indispensável que, em qualquer exercício de maneabilidade ou de combate, qualquer que seja o efetivo da tropa em exercício , os cavaleiros sejam obrigados a, na ocasião oportuna, executarem todo o mecanismo prescrito no presente artigo. Desde que o grupo não esteja trabalhando isoladamente, o cerra-fila do pelotão deverá verificar a execução dessa prescrição.

406. O fogo do grupo comporta:

- o fogo do fuzil-metralhador, que é normal;

- o fogo dos mosquetões, só executado a pequena distância pelos exploradores e eventualmente pelos remuniciadores;

- o tiro da granada de mão e de fuzil.

407. O comandante do pelotão dirige o fogo do pelotão; indica a cada comandante do grupo a parte do objetivo a bater; dá a alça inicial; fixa o consumo aproximado de munição; ordena a abertura do fogo e, eventualmente, prescreve a cessação do fogo do pelotão.

O comandante do grupo conduz o fogo do grupo; indica o objetivo a bater e a alça a tomar, prescreve o começo e a cessação dos tiros e fixa o regime dos mesmos. Em certos casos excepcionais (surpesa, terreno coberto ou cortado), pode tomar a iniciativa da abertura do fogo.

O cabo fuzileiro comanda o tiro do fuzil metralhador; vigia o funcionamento da arma; observa, se possível, os pontos de chegada dos projetis e, consequentemente, regula o tiro; controla o consumo munição e zela pelo enchimento dos carregadores pelos remuniciadores.

408. O grupo será exercitado no mecanismo dos movimentos indispensáveis à execução dos fogos acima referidos, por meio de ordens dadas pelo seu comandante.

Essas ordens compreenderão:

- gênero e regime do tiro;

- alça;

- indicação do objetivo;

- início do fogo;

- cessação do fogo.

Desde que o grupo possua o fuzil-metralhador (caso normal), as indicações acima produzirão os seguintes movimentos:

- gênero e regime do tiro, o atirador recebe um carregador do municiador, alimenta e carrega a arma;

- alça, o atirador gradua a alça;

- indicação do objetivo, todos os homens do grupo levantam a cabeça e acompanham a indicação dada;

- início do fogo, o atirador inicia o tiro (com cartucho de manejo);

- suspender fogo, o atirador recarrega a arma ou alimenta-a, se for o caso, e mantem-se pronto a retomar o fogo, nas mesmas condições anteriores, à voz de reiniciar o fogo ou à de iniciar o fogo em outra direção, mediante novos comandos, dados de acordo com o acima estabelecido;

- cessar fogo, o atirador retira o carregador, dá dois golpes da, segurança e desce a alça.

409. Quando necessário, o cabo repetirá, os comandos dados pelo camandante do grupo, precisando a indicação do objetivo.

Essa intervenção será obrigatória, quando o objetivo apresentar uma frente larga. Nesse caso o cabo indicará os pontos a serem visados e que serão batidos sucessivamente da esquerda para a direita.

410. Desde que o comandante do grupo queira fazer o tiro dos exploradores, comandará:

- gênero de tiro (fogo à vontade ou fogo de salva) ;

- alça;

- objetivo;

- início do fogo.

Os comandos acima produzirão os seguintes movimentos:

- alça. cada homem gradua a sua alça;

- objetivo, os exploradores levantam a cabeça, reconhecem rapidamente o objetivo e escolhem o seu alvo particular, visando-o com cuidado;

- começar fogo, iniciam o tiro com cartucho de manejo;

- suspender fogo, os homens completam os movimentos de carregar ficando prontos para o abrirem novamente;

- cessar fogo, os homens completam os movimentos de carregar, travam a arma e descem a alça.

411. Quando necessário, o comandante dos exploradores repetirá todos os comandos dados pelo comandante do grupo.

Essa intervenção é obrigatória para o início e cessação do fogo, procedendo o comandante dos exploradores da seguinte maneira:

No fogo à vontade:

Ao comando - Começar o fogo! - dado pelo comandante do grupo, o comandante dos exploradores repeti-lo-á, e os homens procederão como prescreve o n. 55 do R. T. A. P. - 1ª Parte.

Todas as vezes que o comandante dos exploradores julgar necessário, comandará - suspender fogo ! - A esse comando ou ao de - Cessar fogo ! - dados pelo comandante do grupo, o comandante dos exploradores repetirá a voz.

Fogo de salva - Apontar - fogo!

Os homens procedem como está prescrito no número 56 do R. T. A. P. - 1ª Parte. Não são, porém, obrigados a disparar a arma simultaneamente; empenham-se ao contrário em só dispará-la quando; tenham visado bem o objetivo.

Uma vez que todos os cavaleiros tenham atirado e recarregado a arma, o oomandante dos exploradores comandará novamente:

Apontar - fogo !

Continua a proceder da mesma forma até que julgue oportuna a cessação do fogo ou que o comandante do grupo comande:

Cessar fogo!

O comandante dos exploradores repetirá, então essa voz e os homens procederão como no fogo à vontade.

412. Desde que a arma automática tenha sido inutilizada, todo o grupo deverá executar os tiros previstos para os exploradores; neste caso os comandos constantes do n. 411 serão precedidos da indicação:

Esquadras!

Tanto o comandante da esquadra de fuzileiros como o da de exploradores procederão como no n. 411.

Todos os homens armados de mosquetão executarão os tiros de modo análogo ao que ficou determinado para os exploradores, no mesmo número.

413. O tiro do fuzil metralhador, em marcha, será, executado por ordem do comandante do grupo.

O atirador empunha o fuzil metralhador com a mão esquerda, prende a coronha entre o braço direito e o tronco mantendo a mão direita no delgado e o dedo no gatilho; marcha com a arma nessa posição.

Para executar uma rajada o atirador deverá fazer uma parada curta; para isso aproveitará o momento em que esteja com o pé esquerdo a frente.

A alimentação da arma será feita em marcha.

414. Sempre que o grupo dispuser do seu granadeiro atirador, o tiro de granadas de fuzil será executado de acordo com as prescrições do comandante do grupo.

415. O mecanismo do remuniciamento deverá ser exercitado com especial cuidado no interior do grupo; para isso, nos exercícios de maneabilidade com o grupo em posição, deverão ser executados frequentemente os seguintes movimentos :

- troca de bolsas de munição entre o municiador e remuniciador;

- movimento do remuniciador até as proximidades do lugar em que se ache o municiador e volta ao seu lugar;

- movimento do remuniciador entre o lugar do remuniciador e o primeiro abrigo à retaguarda, etc.

ARTIGO VIII

Mecanismo dos movimentos sob as vistas e fogos do inimigo

416. Os movimentos sob as vistas e fogos do inimigo são executados:

- em marcha rastejante;

- ou por lanços.

417. Marcha rastejante - Este movimento pode ser executado por todo grupo simultaneamente ou homem a homem.

Ao comando:

Todo o grupo - De rastros! - os cavaleiros em coluna ou em linha seguem o comandante do grupo, de rastro, aproveitando rigorosamente o terreno.

Para rastejar rapidamente empregar-se-á um dos seguintes processos:

1º) segurar a arma com a mão esquerda, por baixo do corpo, coser o busto com o solo e empurrar o corpo para a frente com o auxílio da mão direita, do ante-braço esquerdo e das pernas que se encolhem e distendem alternadamente; é essencial não levantar o busto nem a cabeça;

2º ) segurar a arma com as duas mãos, levar os cotovelos à frente, firmá-los no solo e arrastar o corpo para diante, impulsionando-o tambem com as pontas dos pés.

Ao comando:

Homem a homem - De rastros ! - o comandante do grupo iniciará o movimento e os outros homens partirão sucessivamente à medida que o precedente tenha alcançado a méta do movimento.

418. Execução dos lanços - Os lanços, tanto a passo como em marche-marche são executados :

- por todo o grupo;

- esquadra por esquadra;

- homem a homem.

Ao comando:

Todo o grupo - Por lanço! - os homens preparam-se para se levantar prontamente, passando a arma para a mão esquerda e encolhendo a perna direita, sem levantar o busto.

A voz - Marche! ou Marche-Marche! - os homens levantam-se a um só tempo e seguem o comandante do grupo, tendo o cuidado de não formar aglomerações, não embaraçar o tiro dos vizinhos, se for o caso, e de não ficar para trás. O deslocamento termina ao comando: Alto ! - ou quando o grupo tiver atingido a coberta indicada previamente.

A esse comando, os homens desaparecem no solo, simultânea e instantaneamente, para evitar que os retardatários, ao deitar, indiquem ao inimigo o local onde os seus companheiros desapareceram.

419. No lanço executado esquadra por esquadra, o comandante de grupo comanda: Esquadra (tal) - Por lanço - os homens da esquadra procedem como no caso anterior. Ao comando: Marche ! ou Marche-Marche ! - acompanham o comandante da esquadra.

Quando a esquadra que partiu tiver atingido o seu destino, o comandante da outra esquadra dará os mesmos comandos e fará o lanço.

O comandante do grupo executará o lanço com a primeira ou segunda esquadra, conforme achar mais conveniente.

420. Quando a distância a percorrer for grande o comandante do grupo poderá dividir o deslocamento em lanços sucessivos, que poderão ser executados por todo o grupo ou esquadra por esquadra.

No primeiro caso, procede-se como no n. 418, competindo todos os comandos ao comandante do grupo.

No segundo caso, o comandante do grupo comanda: Por lanços sucessivos de esquadra - Esquadra (tal) ! Os homens procedem como no número 418.

A voz - Marche! ou Marche-Marche ! - a esquadra indicada inicia o movimento, cessando-o depois ao comando do seu comandante.

A outra esquadra inicia o seu movimento como no n. 419, até atingir a precedente; esta partirá para novo lanço, ao comando de seu comandante, e, assim, se alternarão no movimento para frente, até que o comandante do grupo comande:

Alto ! - ou que tenham atingido o local inicialmente indicado por este comandante.

421. O lanço homem a homem é executado segundo o mesmo primeiro, partindo cada homem logo que o outro tenha chegado ao seu destino.

Ao comando - Esquadra (tal) - Homem a homem - Por lanço! - os homens procedem como no n. 418.

A voz - Marche ! ou Marche-March ! - os homens da esquadra indicada iniciam o lanço, como já foi dito.

Quando o último homem da esquadra indicada iniciar o lanço, o comandante da outra esquadra dará os mesmos comandos e os homens agirão de forma idêntica.

422. Quando o grupo estiver em posição, o seu comandante deverá preceder os comandos para o lanço, da ordem:

Preparar para partir !

A esta voz os homens recarregam e travam as armas, descem a alça e esperam a voz de - Por lanço ! - para procederem como no n.418; os remuniciadores fecham as bolsas de munição; o atirador mantem-se em condições de atirar.

A voz - Por lanço! - os homens procedem como no n. 418; o atirador retira o carregador e entrega-o ao municiador, dobra os pés de fuzil-metralhador e mantem-se pronto para partir.

A voz - Marche ! ou Marche-Marche ! - o grupo procede como nos ns. 419 e 420.

Se o deslocamento é de pequena amplitude, à voz - Preparar para partir ! - deverá ser acrescentada a indicação:

Bolsas na mão !

Todos agem como anteriormente.

Desde que durante o lanço tenha de ser executado o tiro do fuzil-metralhador, em marcha, o comandante do grupo o indicará ao atirador; neste caso este manterá a sua arma carregada e abrirá a sua bolsa de munição, afim de poder alimentar a arma, independentemente de remuniciador. Desde que esse o lanço, o municiador recompletará incontinente a dotação do atirador.

428. Terminado o lanço, os homens se abrigam completamente e esperam o1 comando;

Em posição ! - para tomar a posição de tiro.

424. Todo esse mecanismo dos lanços deve merecer atenção especial e ser motivo de cuidados muito grandes. O grupo precisa ser hábil em prosseguir sob as vistas e fogos do inimigo, sem que este tenha oportunidade de fazer um tiro ajustado. Para isso é de capital importância que o aparecimento e desaparecimento dos homens sejam feitos de modo brusco e inesperado.

TÍTULO IV

O pelotão

GENERALIDADES

425. O pelotão, comandado por um tenente, que dispõe de um agente de transmissões, compõe-se de:

- dois grupos de combate;

- uma esquadra suplementar de exploradores;

- um grupo extranumerário (27);

O pelotão combate pelo fogo e a arma branca.

A escola do pelotão tem por fim ensinar o pelotão a executar os movimentos necessários a seu emprego a cavalo e a pé, tanto isolado como enquadrado no esquadrão.

O comandante do pelotão é o seu guia. É seguido em batalha pelo cavaleiro do centro e nas outras formações pela unidade de direção que é, em princípio, a esquadra suplementar de exploradores.

O comandante do pelotão deve manter sua tropa em condições de passar rapidamente da manobra a cavalo ao combate a pé, em qualquer momento. Na instrução as evoluções a cavalo e a pé devem, pois, ser encaradas em intima ligação entre si.

A escola do pelotão compreende:

1º - A cavalo - exercícios de ordem unida e de ordem dispersa;

2º - A pé - exercícios de ordem unida e maneabilidade;

3º - A cavalo e a pé - exercícios de combate.

Os exercícios de combate são tratados na 2ª parte deste Regulamento.

CAPÍTULO I

ESCOLA DO PELOTÃO A CAVALO

426. O comandante do pelotão a cavalo observa com o maior cuidado a progressão e a regularidade das andaduras.

Os graduados e cavaleiros acompanham seus movimentos. O cerra-fila (comandante do grupo extranumerário) assegura a disciplina de marcha e zela para que a distância não seja aumentada, principalmente quando em coluna.

(27) As esquadras de fuzileiros possuirão um cargueiro cada uma, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na seia, mas, em compensação, não haverá cargueiro de munição no pelotão.

Os movimentos são executados inicialmente ao passo, depois ao trote e só serão realizados nas andaduras mais vivas quando se tornarem familiares a todas os graduados e cavaleiros.

O pelotão deve ser exercitado em evoluir de lança na mão ou espada desembainhada em todas as andaduras, através de qualquer terreno e a passar e saltar obstáculos nas diversas formações sem modificar a andadura.

Em qualquer formação, marcha, modifica a andadura ou faz alto, aos comandos - Pelotão, em frente, Marche! A passo (ao trote, ao galope) Marche ! Pelotão, Alto ! Monta e apeia aos comandos - A cavalo e A pé ! precedidos, quando necessário, das respectivas vozes preparatórias.

ARTIGO I

Exercícios de ordem unida

- Formatura.

- Coluna por três.

- Coluna por dois.

- Coluna por um.

- Linha de esquadras por um, juxtapostas.

- Formação em batalha.

- Montar e apear.

- Marcha em batalha.

- Marcha em batalha.

- Mudança de direção.

- Ruptura.

- Desenvolvimento em batalha.

- Alinhamento.

- Abrir e unir fileiras.

- Recuar.

- Formação em uma fileira.

- Coluna de grupos de combate em batalha.

- Ataque a cavalo.

- Carga.

- Reunir.

Formatura

427. A formatura do pelotão realiza-se obedecendo aos mesmos princípios e comandos que a do grupo. Executam-se normalmente em coluna por três, eventualmente em batalha ou em linha de esquadras por um, juxtapostas.

Coluna par três (Fig. 28)

428. A coluna por três é a formação normal de reunião; é também formação de marcha e de manobra.

À retaguarda do comandante do pelotão, a 1 m, 50, coloca-se o agente de transmissões; à retaguarda deste cavaleiro, a esquadra su

plementar de exploradores, os grupos de combate e o grupo extranumerário, em coluna por três, são colocados sucessivamente a uma distância igual à que separa as fileiras, isto é, 1m,50, em formação de reunião e de manobra, 0m,75, em formação de estrada.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 442 FIGURA.

Os cavaleiros numeram por três em cada esquadra, como no grupo.

O pelotão em coluna por três monta, apela, marcha e faz alto, de acordo com os princípios já estabelecidos para o grupo.

A boa execução da marcha depende principalmente da regularidade das andaduras do guia.

A atenção contínua de todos os cavaleiros e a repetição dos gestos do comandante do pelotão pelos graduados evitam as mutações bruscas de andadura Cabe particularmente ao cerra-fila (comandante do grupo extranumerário) zelar pelo que interessa à regularidade da marcha.

A coluna por três, faz meia volta ao comando - Pelotão, meia volta à direita (esquerda), Marchel - ou ao gesto correspondente. A coluna segue o guia; este executa duas mudanças de direção sucessivas.

O comandante pode dar a voz - Meia volta individual - quanto as circunstâncias o exigirem. Os cavaleiros, em cada fileira, abrem, então, intervalos à direita e à esquerda e executam individualmente a meia volta à esquerda.

À coluna por três, quando pára na estrada, conserva a mesma formação e todos os cavalos são mantidos em seus lugares e voltados para a direção de marcha.

Coluna por dois

429. A coluna por dois é uma formação de marcha que permite melhor aproveitar os lados da estrada ou a coberta de uma fileira de árvores para dissimular o pelotão à observação aérea e terrestre.

Em coluna por dois o agente de transmissão, a esquadra suplementar, os grupos de combate e o grupo extranumerário sucedem-se como na coluna por três, a 0m,75 de distância; quando o comandante do pelotão está na testa o agente de transmissão o segue a 1m,50.

O pelotão passa da coluna por três à coluna por dois, e inversamente, aos mesmos comandos e processos indicados para o grupo; a esquadra suplementar, os grupos de combate e o grupo extranumerário procedem como foi prescrito para as esquadras na escola do grupo.

Em coluna por dois, o pelotão monta, marcha e apeia segundo os princípios estabelecidos para o grupo.

Coluna por um

430. A coluna por um é uma formação de manobra.

Aplicam-se à coluna por um as mesmas regras já estabelecidas para a coluna por dois. O comandante do pelotão é seguido a 1m,50 pelo agente de transmissão. A esquadra suplementar, os G. C. e o grupo extranumerário ficam em coluna por um, conservando os cavaleiros a distância de 0m,75.

Linha de esquadras por um, juxtapostas
431. A linha de esquadras por um, juxtapostas, é uma formação de reunião e de manobra.

As esquadras, em coluna por um, são colocadas à mesma altura, as mesma ordem, da direita para a esquerda, como no pelotão em batalha. O agente de transmissão conserva a distância de 1m,50 do comandante do pelotão; os comandantes de grupo ficam a 1m,50 à retaguarda do agente de transmissão e a essa mesma distância na frente da esquadra mais aproximada do centro.

O grupo extranumerário forma, em coluna por um, a 1m,50 de distância da esquadra do centro do pelotão.

Na formação de reunião, o intervalo entre as colunas por um é de um metro; na formação de manobra esse intervalo pode ser aumentado de acordo com as indicações do comandante de pelotão.

Formação em batalha (Fig. 29)

432. A formação em batalha é uma formação de combate a cavalo, mas pode ser empregada para reunir o pelotão.

Nesta formação os grupos em batalha colocam-se na mesma linha, a esquadra suplementar no centro. Os comandantes de grupo ficam nas alas do pelotão. O agente de transmissão, como cerra-fila do comandante do primeiro grupo; o cavaleiro número dois da esquadra suplementar ou o cavaleiro da esquerda do primeiro grupo de combate (quando não ha a esquadra suplementar) é o centro, serve de homem-base e fica a 1m,50 do comandante do pelotão. O grupo extranumerário forma uma terceira fileira à retaguarda do centro do pelotão e n 1m,50 da segunda fileira (28).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 444 FIGURA.

A frente normal do pelotão em batalha é, assim, de cerca de 18 metros.

Ao comando - Por esquadras, numerar por 3! - numeram apenas os cabos e soldados da primeira fileira das esquadras como na escola do grupo, com exclusão portanto, dos sargentos e demais cavaleiros do pelotão.

Montar e apear
433. O pelotão estando em batalha, o comandante à cavalo, à frente do pelotão e os cavaleiros a pé, segurando os respectivos cavalos, ao comando - Preparar para montar! - o comandante e as esquadras ímpares avançam três corpos de cavalo; os demais cavaleiros não se movem. Ao comando - A cavalo! - o pelotão monta como foi indicado para a escola do grupo (n. 343) ; isto feito, reconstitue-se a formação, sem nova ordem.

Estando o pelotão a cavalo, em batalha, com seu comandante à frente, para apear, este e as esquadras ímpares, ao comando - Preparar para apear ! - avançam três corpos de cavalo, os demais cavaleiros não se movem e o pelotão apeia, à voz de - A pé ! - de acordo com as indicações da escola do grupo.

Estando o pelotão a pé na formação acima, isto é, as esquadras impares avançadas de três corpos de cavalo, o comandante pode mandar montar ou reconstituir a batalha a pé, dando a voz - Retomar o alinhamento ! Em cada fileira de três os cavaleiros unem primeiramente ao número 2 e depois o pelotão forma em duas fileiras.

Marcha em batalha
434. O pelotão, em batalha, marcha, muda de andadura e faz alto, como o grupo.

___________

(28) Os cavalos cargueiros do fuxil-metralhador colocam-se a 1m,50 atrás da segunda fileira de suas respectivas esquadras, como ficou estabelecido na escola de grupo, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

Mudança de direção
435. O pelotão muda de direção regulando-se pelos mesmos princípios estabelecidos para o grupo.

Quando o comandante do pelotão quer mudar de direção num ângulo de 90 graus, comanda - Pelotão à direita (esquerda) Marche!

Para fazê-lo, o guia indica pelo gesto a nova direção que o pelotão deve seguir, depois da mudança de direção; volta em seguida o seu cavalo para ela e diminue a andadura de modo que fique em seu lugar à frente do centro do pelotão quando a mudança de direção estiver terminada, mas percorrendo um arco de círculo cujo raio é igual a meia frente do pelotão.

O graduado que serve de pião detem-se, voltando-se para a nova frente, gradativamente, sem sair do mesmo lugar; evita recuar, regula-se pela ala movente e dirige os cavaleiros que lhe estão mais próximos.

O graduado da ala movente dá alguns passos em frente antes de mudar de direção e descreve na andadura da marcha ou na ordenada, um arco de círculo do raio igual à frente do pelotão, de maneira que não produza abertura ou compressão da fileira.

Os cavaleiros unem para o lado do pião e alinha-se pela ala movente; diminuem a andadura na proporção de seu afastamento desta ala.

No momento em que a mudança de direção começa, os cavaleiros da segunda fileira alargam a andadura e ganham terreno para a ala movente afim de desembaraçar o pião, de modo que cada um deles se desloque de cerca de três cavaleiros para fora de seu chefe de fila.

Os mais aproximados do pião desviam as ancas de seus cavalos para a ala movente.

Quando o pelotão atinge a nova frente, o guia o conduz atraz de si indicando a direção à voz ou gesto.

Em todas as outras mudanças de direção de raio grande o grupo segue o guia, procedendo como na marcha em batalha. Os cavaleiros unem para o do centro e regulam as andaduras de acordo com os lugares que ocupam nas fileiras; os cavaleiros da segunda fileira deslocam quando preciso, as ancas dos seus cavalos para o lado da ala movente.

Para fazer meia-volta, o pelotão executa duas mudanças de direção sucessivas. ao comando - Pelotão meia volta à direita (à esquerda) Marche ! - que o guia confirma pelo gesto correspondente.

Depois de terminada a mudança de direção, o guia indica a nova - direção.

Quando o pelotão está isolado, e se as circunstâncias o exigem, pode fazer meia-volta por movimentos individuais, ao comando - Meia-volta individual ! Os cavaleiros afastam-se do centro e fazem meia-volta pela esquerda. Até que o comandante retome seu lugar frente do pelotão, o comandante do grupo extranumerário serve de guia.

O pelotão se reconstitue por nova meia-volta individual.

Ruptura
436. As rupturas se executam, em princípio, sobre a esquadra suplementar; se não existir a esquadra suplementar, serão realizadas sobre o G. C. da direita.

O pelotão em batalha, parado ou em marcha, à voz - Por 3 (andadura) Marche! - o agente de transmissão retoma seu lugar a 1m,50 à retaguarda do comandante do pelotão, seguido pela esquadra suplementar; o comandante do primeiro grupo de combate coloca-se na frente da sua esquadra da direita, faz romper seu grupo de acordo com os princípios da escola do grupo e coloca-se a 1m,50 à retaguarda da esquadra suplementar; o segundo grupo rompe em seguida, da mesma maneira, e o grupo extranumerário toma seu lugar na cauda da coluna (29).

As rupturas por dois e por um se executam da mesma forma e aos comandos: Por 2 ou por 1 (andadura) - Marche ! (30).

O pelotão estando em batalha, seu comandante tendo necessidade de executar pequenos deslocamentos para a direita (esquerda), comandará: Pelotão, 3 à direita (esquerda) - Marche! as esquadras fazem à direita (esquerda) e rompem a marcha. Este movimento devendo ser empregado excepcionalmente, quando o local for insuficiente, ou em parada, revista, etc., nenhum elemento retomará o seu lugar normal na coluna. Reconstituir-se-á a formação em batalha por um movimento inverso : Pelotão, 3 à esquerda (direita) Marche !

Desenvolvimento em batalha
437. Estando o pelotão em coluna por três parado ou em marcha e orientado na direção do desenvolvimento à voz - Em batalha (andadura) Marche! - o respectivo comandante continua na andadura da marcha; o agente de transmissão se desloca para a direita, de maneira a tomar seu lugar à retaguarda do comandante do primeiro grupo; a esquadra suplementar cerca a 1m,50 do comandante do pelotão, na andadura de marcha; o comandante do primeiro grupo obliquando à direita, seguido de seu grupo, coloca-se a um intervalo de 6 metros em relação ao eixo de marcha do comandante do pelotão, desenvolve-o, coloca-se à direita da primeira fileira e conduz o grupo em batalha à altura da esquadra suplementar; o comandante do segundo grupo de combate atua da mesma forma para a esquerda; a segunda fileira toma se for necessário, a distância de 1m50 da primeira; o grupo extranumerário desenvolve-se em batalha, constituindo uma terceira fileira (34).

Se não existir a esquadra suplementar, os comandantes de grupo tomam um intervalo tal que o cavaleiro da esquadra do primeiro grupo, cavaleiro do centro, fique a 1m,50 à retaguarda do comandante do pelotão.

Todos estes movimentos fazem-se por aceleração ou duplicação da andadura dos elementos da cauda, ou na andadura comandada: a testa conserva a da marcha (n. 322). Em qualquer caso, porém, cada elemento toma a andadura do comandante do pelotão ao entrar em seu lugar.

O desenvolvimento do pelotão em batalha, partindo da coluna por um ou por dois, executa-se de acordo com os princípios e comandos já prescritos.

Alinhamento
438. Estando o pelotão em batalha, ao comando - Perfilar ! - o cavaleiro do centro e os dois comandantes da grupos, nas alas, colocam-se na mesma linha, a 1m,50 à retaguarda do comandante do pelotão, ao qual deve corresponder exatamente o cavaleiro do centro, de modo que a partir deste, à meia frente de pelotão para cada lado encontram-se os comandantes de grupos. Os cavaleiros colocam-se entre estes três pontos, com os cavalos direitos e perpendicularmente à frente; regulam a posição de seus ombros pela do cavaleiro do centro e do graduado da ala, lançando um olhar à direita e à esquerda, unem finalmente para o centro, de forma que os intervalos sejam e 0m,40, contados entre os joelhos.

________________

(29) Os condutores e cargueiros partem com suas esquadras e conservam seus lugares atraz delas durante a formação, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

(30) Os condutores e cargueiros do fuzil-metralhador procedem da mesma forma, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

(31) Os condutores e cargueiros partem com suas esquadras e conservam seus lugares atraz delas durante a formação, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

Os cavaleiros da segunda fileira devem cobrir exatamente a seus chefes de fila, na mesma direção e conservando a distância de 1m,50, enquanto os da terceira fileira procedem da mesma forma em relação à segunda.

A voz - Firme ! - o alinhamento termina e todos os cavaleiros ficam imóveis.

Abrir e unir fileiras
439. Este movimento tem por fim dar ao pelotão uma formação própria para a inspeção.

O pelotão em batalha, a cavalo ou a pé, à voz - Abrir fileiras - Marche! - O comandante avança três corpos de cavalo e volta-se para o cavaleiro do centro; a primeira fileira avança dois corpos de cavalo; a segunda e a terceira não se movem.

À voz - Unir fileiras - Marche ! - a segunda e a terceira fileiras retomam a distância regularmente e o comandante do pelotão volta a seu lugar.

Recuar
440. Este movimento só é executado para pequenos deslocamentos.

A voz - Pelotão, à retaguarda - Marche! todos os cavaleiros recuam simultaneamente, conservando os respectivos lugares, até o comando - Pelotão, Alto!

Formação em uma fileira
441. O pelotão forma em uma fileira para o mesmo objetivo e sob os mesmos princípios e comandos que o grupo. Os comandantes de grupos colocam-se nas alas, o agente de transmissão à retaguarda do comandante do primeiro grupo a 1m,50 e a esta mesma distância, retaguarda da esquadra suplementar, o grupo extranumerário, tambem em uma fileira (32) .

O pelotão estando em marcha ou parado em uma formação qualquer, à voz - Em uma fileira - o comandante continua na mesma andadura; a esquadra suplementar forma em uma fileira de tal modo que o cavaleiro n. 3 de sua primeira fileira fique a 1m.50 à retaguarda do comandante do pelotão, cuja andadura adota; os dois grupos formam em uma fileira, à direita e à esquerda da esquadra suplementar, obliquando para abrir os intervalos necessários.

Se não houver a esquadra suplementar, os grupos regulam o movimento de modo que o centro da fiIeira (cavaleiro da esquerda do 1º grupo), fique 1m,50 à retaguarda do comandante do pelotão; o grupo extranumerário, neste caso. ficará a 1m,50 à retaguarda da esquadra de exploradores do segundo G. C. (32).

O pelotão em uma fileira monta, apeia, reconstitue a batalha e parte em coluna da mesma forma e pelo comandos estabelecidos para o grupo.

_____________

(32) Os cargueiros dos grupos unem da mesma forma, quando o fuzil-metralhador não for conduzido na sela.

Nos movimentos de montar e apear, o comandante do pelotão avança dois corpos de cavalo; os comandantes de grupos, o agente de transmissão e o grupo extranumerário não se deslocam. Nas rupturas os comandantes de grupos partem à frente de seus grupos e o agente de transmissão, desde o início da formação, toma o seu lugar em relação ao comandante do primeiro grupo.

Coluna de grupos de combate em batalha
442. A coluna de grupos de combate em batalha é uma formação de marcha, empregada, excepcionalmente, quer para diminuir a profundidade da coluna quando a largura da estrada o permita, quer para atravessar rapidamente, por pequenas unidades constituidas, uma estrada em que a circulação está regulada (3ª parte do Regulamento).

Essa formação é tomada ao comando: Pelotão, coluna de grupos, em batalha - Marche! A esquadra suplementar, em uma fileira, os dois grupos de combate, em batalha, e o grupo extranumerário, tambem em uma fileira, colocam-se sucessivamente a uma distância variavel com o objetivo da formação; se for necessário, os comandantes de grupo, cavalos cargueiros dos G. C. e seus condutores podem ser colocados à direita ou esquerda da batalha.

Ataque a cavalo - Carga
443. Marchando o pelotão isolado, a galope ou a galope largo os cavaleiros de lança na mão ou espada desembainhada, o comandante dá a voz - Preparar para a carga! - antes de atingir o ponto em que deve começar a carga, o - Carga! - quando chega a 50 ou 60 metros do inimigo.

Ao comando - Carga ! - repetido por todos os cavaleiros cada qual alarga o galope o mais possivel, tomando a posição prescrita na escola do cavaleiro.

A batalha é a formação normal do pelotão para a carga, contra uma tropa de cavalaria que aceita combate a arma branca.

O pelotão pode atacar, tambem, partindo de qualquer outra formação de ordem unida ou dispersa; mas o respectivo comandante esforça-se para obter rapidamente uma linha de batalha compacta. A impetuosidade, a coesão e o vigor do choque são condições essenciais no ataque a arma branca.

A carga só deve ser começada a curta distância É necessário que ao comando - Carga! - os cavaleiros mais arrojados e montados nos melhores cavalos não sejam retardados e que o valor individual, que deve finalmente decidir o êxito exija de cada um o emprego de toda a sua audácia, tenacidade, vigor físico e destreza.

O alcance curto da carga assegura a coesão sem prejudicar e arrojo individual.

A carga é sempre Levada a fundo.

444. A carga termina por um entrevero ou pela perseguição do, inimigo, quer tenha este retrocedido antes da abordagem, quer haja cedido pelo efeito do choque.

No entrevero, que resulta algumas vezes da abordagem, o êxito pertence aos cavaleiros mais bravos e dextros, que melhor manejam suas armas e com mais segurança conduzem seus cavalos.

Os cavaleiros atacam de preferência os oficiais inimigos.

O entrevero pode terminar pela perseguição ou pela reunião.

Na perseguição os cavaleiros seguem o comandante do pelotão, na mais rápida andadura; os cargueiros dos G. C. e o grupo extranumerário, tudo sob a direção do comandante deste, seguem na esteira do pelotão.

No fim do entrevero ou para finalizar a perseguição o comandante reune o pelotão à voz - Reunir ! O pelotão se reune como está previsto no n. 446.

445. Para a instrução, o inimigo é sempre representado por alguns cavaleiros sob a direção de um graduado, a quem o comandante pelotão dá indicações sobre a maneira de proceder.

Os exercícios de entrevero são objeto de sessões especiais, afim e não arrefecer o entusiasmo dos cavaleiros, parando-os logo depois da carga.

O pelotão estando parado ou em marcha, em qualquer formação. ao comando - Entrevero (andadura) - os cavaleiros dispersam-se na andadura indicada, cruzam-se em todas as direções e executam os ataques previstos na escola do cavaleiro (emprego das armas), sobre manequins previamente colocados no terreno.

O entrevero pode terminar com a perseguição ou com o reunir.

A indicação - Perseguição! - os cavaleiros lançam-se em galope largo em perseguição do inimigo Figurado, a retaguarda do comandante do pelotão.

Reunir
446. Estando o pelotão em qualquer formação, ao comando - Reunir! - ou ao sinal correspondente, os cavaleiros avançam a galope, pelo caminho mais curto, para a retaguarda do comandante e formam em duas fileiras, em batalha, rapidamente, sem a preocupação de seus lugares habituais.

O grupo extranumerário constitue, uma terceira fileira.

Para formar o pelotão na ordem normal, o seu comandante já a voz - A seus lugares ! - e marcha ao passo, enquanto os cavaleiros, as esquadras e os grupos retomam os seus lugares habituais na formação em batalha.

ARTIGO II
Exercícios de ordem dispersa
- Dispersão por grupos ou por esquadras, em profundidade e em largura.

- Dispersão em forrageadores.

- Dispersão em caso de surpresa.

- Precauções contra a aviação.

- Exploradores.

447. As formações em ordem dispersa são formações de marcha, de aproximação e de combate. Permitem diminuir a visibilidade e a vulnerabilidade da tropa, preparar um apear rápido dos grupos de combate e dispersar os grupos dos cavalos de mão antes de empenhar-se no combate pelo fogo.

_________________

(33) Grupos por três, por um, em coluna de esquadra ou em linha de esquadras, em batalha, em uma fileira e em forrageadores.

O pelotão dispersa em uma frente de 150 a 200 metros.

Os princípios gerais estabelecidos para o grupo em ordem dispersa são aplicáveis ao pelotão.

Executam-se as dispersões, em princípio, sobre a esquadra suplementar, unidade de direção; se não existir a esquadra suplementar, realizam-se sobre um grupo ou uma esquadra designada pelo comandante do pelotão.

A esquadra suplementar e o grupo extranumerário comportam-se como grupos nas formações por grupo e como esquadras nas formações por esquadra.

Em todas as dispersões os grupos e as esquadras tomam as formações prescritas na escola do grupo (33) e, partindo da ordem unida, formam em coluna por 3, quando não ha comando particular,

O agente de transmissão coloca-se à retaguarda do comandante do pelotão, logo que é tomada uma formação dispersa.

Os comandantes de grupos, nas dispersões em geral e os das esquadras nas dispersões por esquadras, são os guias de suas unidades ; porém, quando as esquadras acham-se em formação por 3, os respectivos cabos permanecem na fileira. Nas dispersões por esquadras os comandantes de grupos ficam com seus respectivos grupos, à frente da esquadra mais próxima do comandante do pelotão.

O comandante do pelotão determina, se for necessário, o grupo ou a esquadra de direção.

O comandante da unidade de direção acompanha o comandante do pelotão a seis metros ou marcha na direção indicada.

Nas dispersões em largura, a unidade de direção marcha com um avanço de cerca de uma quinzena de metros sobre os demais.

O comandante do pelotão, antes de adotar uma formação dispersa, deve orientar a testa para a direção segundo a qual marchará depois da dispersão.

Em todas as formações o comandante do grupo extranumerário é o cerra-fila do pelotão; mas, quando o pelotão se acha com a frente invertida, ele assegura a direção de marcha, até que o comandante possa retomá-la.

O comandante do pelotão, quando quer mudar de direção, orienta a unidade de direção e, durante a execução do movimento, as demais unidades não são obrigadas a conservar os intervalos, pois devem se dirigir pelo cominho mais curto os seus lugares na nova formação.

O comandante do pelotão dá a voz - Em cada grupo ou Em cada esquadra - À direita (esquerda), ou Meia Volta! - e indica, se for o caso, uma nova unidade de direção, quando o pelotão depois de disperso deve ganhar terreno para um dos flancos ou fazer meia volta.

A meia volta executa-se sempre pela esquerda e, uma vez realizada, o pelotão fica momentaneamente invertido.

Dispersão por grupos ou por esquadras em profundidade (Fig. 30)

448. Estas dispersões efetuam-se ao comando - A tantos metros - Coluna de grupos ou de esquadras (formação e andadura) - Dispersão !

Os grupos e as esquadras executam o movimento de acordo com as regras estabelecidas para as esquadras nas dispersões em profundidade, na escola de grupo.

Dispersão do pelotão em profundidade
<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 451 FIGURA.

O grupo extranumerário segue o grupo ou a esquadra da cauda a cerca de 10 metros.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 452 FIGURA.

Dispersão do pelotão em profundidade

por esquadras, em forrageadores,

20 metros

Fig. 31

Dispersão por grupos ou por esquadras, em largura

449. O pelotão dispersa em largura, podendo fazê-lo em linha de grupos ou de esquadras.

1. Linhas de grupos (em coluna por 3), a 75 metros (Fig. 32).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 452 FIGURA.

Dispersão do pelotão em largura, por grupos
(em coluna por três), a 75 metros

Fig. 32

2. Linha de esquadras (em coluna por um), a 30 metros (Fig. 33).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 453 FIGURA.

Dispersão do pelotão em largura (não tendo

o pelotão esquadra suplementar)

Por grupos a 60 metros, grupos dispersos

em largura, a 30 metros

Esquadras em coluna por um, 2º G. C. de direção

Esquadras em coluna por um, 2º G. C de direção

Fig. 38

450. Estas dispersões executam-se ao comando - A tantos metros - Linha de grupos ou de esquadras - (formação - andadura) - Dispersão!

Os grupos ou as esquadras atuam de acordo com as regras estabelecidas para as esquadras nas dispersões em largura, na escola do grupo; observando-se porém que a unidade de direção precede de cerca de uma quinzena de metros as demais.

O grupo extranumerário acompanha a uma dezena de metros, a unidade de direção (Fig. 34).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 453 FIGURA.

Dispersão do pelotão em largura, por esquadras

(Em coluna por um, a 30 metros)

Fig. 34

Dispersão em forrageadores (Fig. 35)

451. A formação do pelotão em forrageadores é uma formação de aproximação, de reconhecimento e de ataque. Realiza-se pela dispersão das unidades do pelotão em forrageadores, depois de já estarem dispersas em largura.

A dispersão em forrageadores pode, porém, ser tomada diretamente. partindo de uma formação qualquer de ordem unida.

Ao comando - A tantos metros (andadura) - Em forrageadores! - a esquadra suplementar e os grupos ocupam seus lugares como para uma dispersão em linha de grupos e são dispersados em forrageadores por seus chefes, logo que tenham sido orientados para a direção da marcha.

Considerando a extensão da frente, os comandantes de grupos devem obliquar o suficiente para tomarem a direção e só desenvolverem as respectivas unidades em forrageadores, depois de alcançarem os intervalos necessários.

O grupo extranumerário marcha na esteira da unidade de reação a cerca de 30 metros de distância.

Ao comando - Meia volta individual! - os forrageadores fazem a meia volta pela esquerda, como na escola do grupo.

O pelotão em forrageadores ataca a arma branca como o grupo,

Há sempre vantagem em dispersar o pelotão em forrageadores atrás de uma máscara, ao abrigo das vistas, assim como reuni-los novamente tanto quanto possivel ao abrigo das vistas e dos fogos.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 454 FIGURA.

Dispersão em forrageadores

Fig. 35

Dispersão em caso de surpresa (Fig. 36)

452. Em caso de surpresa por fogos de infantaria ou engenhos blindados, o pelotão pode dispersar rapidamente em forrageadores, à voz - Em forrageadores, à vontade, ou Meia volta, em forrageadores, à vontade! - as unidades procedem de acordo com as prescrições para as formações dispersas em largura, do pelotão, e em cada unidade o movimento se executa conforme as indicações já fixadas na Escola do grupo (dispersão em caso de surpresa, n. 360).

Dispersão em caso de surpresa
<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 4548 FIGURA.

Em caso de surpresa por fogos de artilharia, o pelotão pode dispersar rapidamente à voz - Por grupos à vontade, dispersão! - a esquadra suplementar segue o guia; o primeiro grupo se desloca 50 metros para a direita, com um escalonamento de uma quinzena de metros; o segundo grupo se desloca para a esquerda nas mesmas condições; em cada grupo as esquadras se dispersam em profundidade com 50 metros de distância; o grupo extranumerário segue na esteira da unidade de direção a cerca de 50 metros e seu comandante à retaguarda, como cerra-fila do pelotão (Fig. 36).

As esquadras, em princípio, tomam a formação em coluna por um.

As distâncias e os intervalos indicados são apenas aproximados e subordinados, como as formações de cada esquadra, ao terreno e aos recursos que este apresenta contra as vistas e contra os fogos.

Precauções contra a aviação
453. O comandante do pelotão emprega as indicações contidas nos princípios gerais das evoluções:

Para se subtrair às vistas aéreas, o pelotão avança rapidamente para a coberta mais próxima (orla de mato, sebe, linha de árvores, muro cultura alta), ou na sua falta para junto de qualquer elemento que modifique a uniformidade do terreno e se preste ao fim visado (montes de lenha, moitas, cascalhos, etc.) ; os cavaleiros permanecem, então, imóveis.

Escondem-se os cavalos tordilhos com um cuidado especial ; a presença deles denuncia de muito longe uma tropa de cavalaria, mesmo no mato, quando não há muita folhagem; durante as paradas demoradas devem ser disfarçados por meio de mantas, panos de barraca ou ramagens

Em caso de surpresa, quando a missão permite, convem parar, qualquer que seja a formação, durante a passagem de um avião de reconhecimento.

Em terreno descoberto, uma meia volta individual poderá prejudicar a interpretação do aviador e fazê-lo tomar os adversários por amigos, desviando a observação.

Para diminuir a vulnerabilidade da tropa surpreendida por fogos de metralhadora de aviões em vôo baixo, o comandante do pelotão dá a voz - Dispersão individual! Os cavaleiros dispersam isolada e rapidamente, utilizando os abrigos mais próximos; mas, na falta destes, continuam marchando na direção do comandante do pelotão, sem se agruparem ou constituirem formações em coluna ou em linha.

Na instrução, o comandante habitua o seu pelotão a tomar estas disposições de improviso e com calma e rapidez.

Exploradores
454. O pelotão pode ter necessidade de destacar exploradores em seu proveito ou de fornecê-los para as unidades maiores; tais exploradores podem ser grupados em patrulhas.

O pelotão pode ser completamente disperso em patrulhas.

CAPÍTULO II

DISPOSIÇÕES PARA O COMBATE A PÉ E CONDUTA DOS GRUPOS DE CAVALO DE MÃO

455. Para combater pelo fogo, o pelotão apeia.

O comandante do pelotão realiza um reconhecimento do terreno, acompanhado pelo agente de transmissão e manda sua unidade tomar a posição e a formação apropriadas às circunstâncias e ao terreno.

O apear é executado segundo os mesmos processos e comandos já estabelecidos para o grupo, respeitando, porem, a autonomia dos grupos de combate e das esquadras.

O pelotão pode continuar disperso, dispersar-se ou reagrupar-se, antes de apear, conforme as circunstâncias.

456. O agente de transmissão recebe o cavalo do comandante do pelotão e o entrega, juntamente com o seu, ao ordenança.

O comandante do grupo extranumerário assume o comando do grupo de cavalos de mão do pelotão, quando este estiver reunido (34).

O comandante do pelotão, logo ao apear, determina o material para o combate que se deve retirar do equipamento (Escola do grupo n. 362) e eventualmente providencia para o recebimento do que deve ser fornecido pelo T. C. do esquadrão, conforme as ordens do capitão (munição bocais de fuzil, granadas, material de sinalização, etc. ) (35 ).

Cada graduado do pelotão deve conhecer perfeitamente o respectivo papel e poder executar, independente de qualquer indicação, as operações necessárias para tomar as posições de combate, com todas as armas e o material necessário.

Em geral, o pelotão a pé forma primeiramente em linha de grupo e estes em linha de esquadras por um, com ou sem intervalos. O comandante ao pelotão, porem, depois de haver executado ou completado seu reconhecimento, informa à unidade qual a situação e a missão e dá-lhe as ordens correspondentes.

457. Ao comando - Combate a pé! - o comandante do grupo extranumerário aproxima-se do comandante do pelotão, que lhe dá as instruções necessárias ao movimento e à localização do grupo de cavalos de mão. Quando o pelotão está isolado o comandante do grupo extranumerário acompanha o desenvolvimento da situação e assegura a ligação com o comandante do pelotão. Deve permanecer em condições de organizar o remuniciamento e conduzir os cavalos de mão para as proximidades dos combatentes a pé.

Quando o pelotão está enquadrado o comandante do grupo extranumerário apresenta-se ao comandante do grupo de cavalos de mão do esquadrão, recebe ordens e volta para junto de seu grupo Fiscaliza constantemente o grupamento e dirige a sua distribuição Judiciosa no terreno, de modo que utilize as cobertas e desenfiamentos. Toma um interesse particular para o subtrair às vistas e ataques aéreos. Providencia para a alimentação e água dos homens e cavalos no momento oportuno. Inspeciona os cascos e sobretudo ferraduras dos animais. Deve lembrar-se, finalmente, que em todas as circunstâncias a conservação dos cavalos de mão, pela qual é responsavel, é condição primordial para o emprego ulterior do pelotão.

____________________

(34) Os cargueiros do fuzil-metralhador, quando este não for conduzido na sela, reunem-se ao grupo extranumerário.

(35) Quando o fuzíl-metralhador for conduzido em cargueiro, o tenente determina tambem o número de bolsas de munição a conduzir pelos grupos.

458. Durante a marcha de aproximação a pé e o engajamento, todas as ocasiões favoráveis devem ser aproveitadas para a aproximação dos cavalos de mão até o limite de sua segurança.

Em caso de retraimento, o grupo dos cavalos de mão, adaptando-se ao movimento, deve ser mantido ao alcance dos combatentes.

Esses deslocamentos são executados segundo as ordens do comandante do pelotão ou por iniciativa do comandante do grupo, extranumerário, quando o pelotão está isolado, e por ordem do comandante do grupo dos cavalos de mão do esquadrão, no caso do pelotão enquadrado.

O comandante do grupo extranumerário deve guiar-se pelos princípios seguintes, afim de executar os deslocamentos:

- Se os cavalos podem marchar nas três andaduras, ele toma a testa e marcha progressivamente a passo, trote e galope. Observa a maneira por que marcham os guarda-cavalos e auxilia aqueles que encontram dificuldades, com a conduta dos cavalos de mão. Para transpor terreno batido pelos fogos faz executar o movimento por lanços, de coberta em coberta, dispersa o grupo por esquadras ou por filas, manda atravessar os trechos particularmente perigosos reunidos ou em formações abertas, conforme a ameaça é de um tiro em rajadas, fogo de barragem ou tiro contínuo e sobre zona.

O comandante do grupo extranumerário encaminha os cavalos de cada esquadra ou do grupo, para os combatentes a pé, na ocasião em que tenham de ser utilizados.

- Se os cavalos só podem marchar ao passo, o comandante do grupo extranumerário ordena os movimento a pé ou manda montar os condutores.

459. O comandante do pelotão manda aproximar os cavalos de mão, sempre que isso é possivel, depois da missão estar concluida ou após o rompimento de um combate. Ao mesmo tempo os combatentes a pé dirigem-se para os cavalos de mão, sem precipitação e em ordem.

Escolhe, em princípio, um lugar coberto, ou ao menos desenfiado das vistas, para o pelotão montar novamente.

Comanda - A cavalo! - mas só inicia a marcha depois de haver dado aos cavaleiros o tempo necessário para arrumar as armas, munição, ferramenta e víveres, se for o caso, assim como para restituir o material que tenha sido retirado do T. C. do esquadrão.

O pelotão deve ser exercitado em apear rapidamente para o combate pelo fogo e montar novamente.

CAPÍTULO III

ESCOLA DO PELOTÃO A PÉ

460. O pelotão é a menor unidade de cavalaria a pé susceptivel de manobrar, isto é, de lançar contra um mesmo objetivo vários elementos constituidos e incumbidos de missões diferentes.

O pelotão a pé compõe-se, da mesma forma que a cavalo, de dois grupos de combate, de uma esquadra suplementar de exploradores e um grupo extranumerário; mas esses elementos têm em combate um efetivo normalmente reduzido, devido a ausência dos condutores dos cavalos de mão, como já foi assinalado na escola do grupo a pé, onde tambem foi feita a conveniente distribuição do pessoal.

Os princípios gerais para a instrução do pelotão a pé são os mesmos já estabelecidos para o grupo. Nos exercícios de ordem unida o pelotão é formado dos 2 G. C. e da esquadra suplementar; os cavaleiros são armados uniformemente (mosquetão) ; os sargentos entram na fileira, à direita e esquerda do pelotão em batalha; o agente de transmissão, graduados e cavaleiros do grupo extranumerário poderão completar os claros existentes no pelotão.

ARTIGO I
Ordem unida
- Formatura.

- Coluna por três.

- Coluna por um.

- Formação em batalha.

- Alinhamento.

- Abrir e unir fileiras.

- Recuar.

- Formação em uma fileira.

- Sair de forma.

461. Os movimentos em ordem unida têm por fim:

1º - Ensinar ao pelotão a pé tudo que lhe é necessário para se apresentar e se deslocar em perfeita ordem em todas as circunstâncias;

2 - Colocar o pelotão a pé na mão do seu comandante e dar ao conjunto a coesão necessária.

Os exercícios de ordem unida devem ser repartidos pelas diversas sessões de instrução, de modo que não constituam, em princípio, assunto para sessões inteiras; assim como para o grupo, devem ser curtos, mas de uma execução absolutamente correta.

Os movimentos de ordem unida são efetuados segundo os mesmos princípios estabelecidos para o grupo a pé.

As formações e comandos correspondem aos do pelotão a valo em ordem unida, mas sem as indicações de andadura.

Nas rupturas as unidades da esquerda marcam passo, até que disponham de espaço para tornarem na coluna os respectivos lugares. Nos desdobramentos são, ao contrário, as unidades da testa que marcam o passo até que a tomada da nova formação esteja terminada.

O pelotão ensarilha e desensarilha armas por esquadras como ficou dito na escola do grupo.

Formatura
462. O pelotão entra em forma normalmente em coluna por três; mas, como o grupo, pode fazê-lo em qualquer outra formação.

Coluna por três e por dois

463. Nas colunas por três e por um, o comandante do pelotão fica a dois passos na frente da esquadra suplementar; se esta não existir, conservará essa mesma distância na frente do comandante do primeiro grupo de combate.

O comandante do pelotão pode deslocar-se de vez em quando, ao longo do pelotão, para certificar-se de que todos os cavaleiros marcham em ordem e nos respectivos lugares.

Formação em batalha
464. Nesta formação o comandante coloca-se a dois passos na frente do cavaleiro do centro do pelotão.

A marcha, em batalha só é executada para pequenos deslocamentos. O cavaleiro do centro marcha exatamente atrás do comandante ou na direção de um ponto escolhido em frente. Os demais procedem como ficou estabelecido na escola do grupo.

O pelotão rompe a marcha e faz alto segundo os mesmos princípios já descritos para o grupo.

O comandante pode dar a voz - "Pela direita (esquerda) perfilar!" - depois da voz de alto, quando tenha executado o movimento com a intenção prévia de colocar a direita (esquerda) do pelotão em um ponto determinado; então os homens perfilam tomando por base o lado indicado.

Ao comando - "Firme!" - os homens olham em frente e retomam a imobilidade.

Alinhamento - Abrir e unir fileiras - Recuar formações em uma fileira - Sair de forma

465. Empregam-se os mesmos processos e comandos já estabelecidos para o grupo.

Na formação em uma fileira o cavaleiro do centro fica a dois passos do comandante do pelotão.

As prescrições para a marcha são as mesmas já indicadas para a formação em batalha.

ARTIGO II
Maneabilidade
- Generalidades.

- Formações.

- Movimentos - Mudanças de frente.

- Passagem de uma formação a outra.

- Mecanismo para execução dos fogos.

- Mecanismo dos movimentos sob as vistas e fogos do inimigo.

- O assalto.

- Exploradores.

Generalidades
466. Os exercícios de maneabilidade do pelotão têm o mesmo carater que os do grupo. Exigindo ainda mais diversidade, uma coordenação mais complexa dos grupos e maior flexibilidade, são geralmente de execução mais difícil e impõem aos executantes, distribuidos em espaços maiores, mais acurada atenção. Realizam-se as mais das vezes subordinados a uma hipótese muito simples relativa à direção do inimigo e à possibilidade do fogo de artilharia, de aviação e, eventualmente, de infantaria.

O comandante do pelotão comanda-o diretamente, quando estiver reunido. Desde o momento em que os grupos e a esquadra suplementar se separam, os seus comandos são dirigidos aos comandantes dessas unidades que, por sua vez, a elas determinam a execução dos movimentos respectivos.

Esses comandos podem ser dirigidos a uma unidade somente que, então, é designada pelo nome de seu comandante.

Os comandantes de grupo e da esquadra suplementar determinam a execução dos movimentos, em princípio, por gestos e, quando empregam vozes de comando, dar-lhes-ão o dispasão apenas suficiente para que seja ouvido por seus homens.

Na parte que lhes diz respeito os comandantes de grupos aplicam as prescrições que foram estabelecidas na escola do grupo.

Quando não for extenso o espaço ocupado pelo pelotão e o seu comandante quiser que todo ele manobre à sua voz, sem interferência dos comandantes de grupo, advertirá - Ao meu comando!

Depois de dar todas as explicações precisas, o comandante do pelotão pode ainda adiantar-se, acompanhado, se necessário, de algum homem que lhe sirva de explorador e agente de transmissão. Em tal caso pode tambem comandar por intermédio deste último; um gesto ou silvo de apito determina a execução das ordens transmitidas.

Formações

467. O pelotão pode tomar variadas formações; a título de exemplo são indicadas as seguintes :

1ª - Em profundidade por grupo ou por esquadras com distâncias variáveis (Figs. 37 e 38) ;

2ª - Em largura, por grupos ou por esquadras, com intervalos variáveis (Fig. 39) ;

3ª - Em triângulo, o vértice ou a base para a fronte (Figs. 40 e 41);

4ª - Por grupos em escalões desbordantes, com a direita ou a esquerda avançada (Figs. 42 e 43).

468. A frente e a profundidade dessas formações não devem ultrapassar de 150 metros (Regulamento de Cavalaria - II Parte).

Dentro do pelotão, os grupos e a esquadra suplementar utilizam as diferentes formações prescritas na escola do grupo; quando não houver indicação especial, as esquadras tornam ou permanecem em coluna por um.

As distâncias e os intervalos são fixados de maneira a não misturar os elementos do pelotão com os dos pelotões vizinhos.

469. As formações indicadas acima não são as únicas possíveis para o pelotão. A necessidade do aproveitamento do terreno, a ação do próprio fogo e o do inimigo, impõem aos grupos posições relativas diferentes das citadas a título de exemplo, dando lugar a número variado de formações.

De qualquer forma é preciso atender aí, que os intervalos e as distâncias entre os diferentes elementos do pelotão não devem ser inferiores a um limite mínimo, abaixo do qual o cone de estilhaços ou de balins de um mesmo projetil possa atingir dois elementos simultaneamente. Por outro lado não devem exceder um limite máximo, alem do qual se torne dificil, sinão impossivel, o comando do pelotão.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 461 FIGURAS.

Exemplo de dispersão do pelotão em profundidade: por grupos a 50 metros, cada grupo em coluna por um; 1º G. C. de direção
Fig. 37
Exemplo de dispersão do Pelotão em largura: por grupos a 50 metros, em cada grupo dispersão em largura por esquadras em coluna por um a 25 metros; esquadra suplementar de direção
Fig. 38


Exemplo de dispersão do pelotão em largura: por grupos a

50 metros, em cada grupo dispersão em largura por es-

quadras em coluna por um, a 25 metros; esquadra suple-

mentar de direção

Fig. 39

ANEXO FIGURA.

ESQUADRA SUPLEMENTAR

Exemplo de dispersão do pelotão em triângulo: 1º e 2º G. C. dispersão em largura a 60 metros, em cada grupo dispersão em largura por esquadras a 25 metros. Esquadra suplementar a 50 metros de distância. 2º G. C. de direção.

Anexo Fig. 40

Exemplo de dispersão do pelotão em triângulo: 1º G. C. de direção; 2º G. C. e esquadra suplementar a 50 metros de intervalo de distância. Em cada G. C. coluna por um

Anexo Fig. 41

Anexo Fig. 42

Anexo Fig. 43

Exemplo de dispersão do pelotão em escalões desbordantes.

A direita avançada, 30 metros de distância, esquadra suplementar de direção. FIG-42

Exemplo de dispersão do pelotão em escalões desbordantes.

A esquerda avançada, 30 metros de intervalo e de distância, 1ª G. C. na direção. FIG-43

Movimentos - Mudanças de frente
470. O pelotão executa movimentos e mudanças de frente pelos mesmos comandos e meios previstos para o grupo (ns. 387, 388 e 389) .

471. As mudanças de direção do pelotão são executadas por imitação do comandante do pelotão ou do comandante da unidade de direção (grupo ou esquadra suplementar). O guia estende o braço para a nova direção e comanda: Direção, tal Ponto! Se o terreno não contem ponto de referência que possa ser designado facilmente, a direção de marcha, é a apontada pelo guia.

O guia, ou o comandante da unidade de direção, coloca-se sem precipitação na nova direção e regula sua marcha de forma que a coluna exterior não seja obrigada a alongar o passo.

Quando o pelotão disperso deva fazer um deslocamento lateral ou para a retaguarda, o comandante do pelotão coloca-o na nove direção ao comando: Em cada grupo (ou esquadra), à esquerda (direita), ou meia volta.

472. Durante a aproximação, enquanto o comandante do pelotão não julga oportuno, ou não recebe ordem para abrir fogo, marcha, em princípio, como guia de seu pelotão; é seguido a cinco metros de distância pelo comandante do grupo ou da esquadra de direção.

Quando as frações se separam, cada comandante de fração se coloca como guia da sua tropa e a conduz de acordo com os princípios, enunciados para a escola do grupo.

Algumas vezes, o comandante do pelotão designa um cerra-fila (graduado ou cavaleiro enérgico especialmente escolhido); o cerra-fila observa a execução dos movimentos; repete, se necessário for, os comandos do comandante do pelotão; preocupa-se, sobretudo, de que nenhum homem se atrase.

473. O pelotão deve ser exercitado, freqüentemente, na execução de grandes deslocamentos nas diversas formações de maneabilidade guiado pelo seu comandante e regulando, cada fração (grupo ou esquadra), o seu movimento pelo da unidade de direção. Aí se praticará a marcha para um ponto de direção afastado, utilizando-se de pontos de direção sucessivos e da bússola.

Durante esses deslocamentos, as formações, distâncias e intervalos, quer do pelotão, quer dos grupos, serão modificados de acordo com as exigências do terreno e a juízo dos respectivos comandantes.

Passagem de uma formação a outra
474. Os comandos para passagem de uma formação a outra devem indicar a unidade base e a posição das demais em relação a ela.

Salvo indicação contrária a unidade base destaca-se para a frente da uma quinzena de metros.

Exemplos:

Para a formação em largura por grupos com intervalos variáveis:

"Base (tal) unidade (esquadra suplementar ou grupo) - (tal) unidade (esquadra suplementar ou grupo) à direita a (tantos) passos - (tal) unidade à esquerda a (tantos) passos - Marche!"

- Para formação por grupos em escalão desbordante, com a direita avançada:

"Base (tal) unidade (esquadra suplementar ou grupo) - (tal) unidade à esquerda e à retaguarda, a (tantos) passos de intervalo a (tantos) de distância - (tal) unidade à esquerda e à retaguarda, a (tantos) passos de intervalo e (tantos) de distância - Marche!

475. Os movimentos são executados dentro dos mesmos princípios consignados para as mudanças de formação dos grupos de combate (ns. 394 e 395).

Mecanismo para execução dos fogos
476. O pelotão, em marcha ou parado, toma as disposições para o combate, ao comando - Preparar para o combate!

Os grupos procedem de acordo com as prescrições do n. 399.

Enquanto o pelotão tiver que marchar sem fazer fogo, o seu comandante o precederá. Quando se tornar iminente a abertura do fogo, ele se colocará no centro do dispositivo, em lugar de onde melhor possa exercer o comando, ver os comandantes de grupos e por eles ser visto.

Os granadeiros atiradores, se necessário, são reunidos e marcham no lugar que lhes for designado pelo comandante do pelotão.

477. Em posição.

O pelotão, estando em marcha, se detém, para atirar em qualquer direção, ao comando: Frente para (tal) ponto - Em posição!

Os grupos que, por sua situação no interior do pelotão, possam atirar, entrarão em posição de acordo com o estabelecido no n. 400; quando, excepcionalmente, um grupo não preencher a condição acima, abrigar-se-á e ficará pronto a se deslocar para uma posição de onde possa abrir fogo.

O comandante do pelotão indicará o lugar a ser ocupado pela esquadra suplementar de exploradores.

478. Caso seja necessário modificar a formação do pelotão, o seu comandante poderá preceder o comando - Em posição! - da indicação dos lugares a serem ocupados pelos grupos e pela esquadra suplementar de exploradores.

479. Se não houver necessidade de abrir o fogo imediatamente, comandante do pelotão comandará: Frente para, (tal) ponto - Preparar a posição.

Os grupos procederão conforme prescreve o n. 402.

Ao comando: Em posição! - o pelotão procede como no n. 400.

480. Qualquer que seja a situação do pelotão (armas ensarilhadas, debandado, bivacado, etc.), deverá ter a flexibilidade necessária para reunir-se e iniciar imediatamente os seus fogos.

Para isto, o comandante do pelotão indicará a frente, os lugares dos grupos e da esquadra suplementar de exploradores e comandará - Reunir! - procedendo os grupos como ficou indicado no n. 403.

481. O comandante do pelotão dirige o fogo de seu pelotão, determinando aos grupos:

- as alças;

- o objetivo de cada grupo;

- o consumo de munição;

- o início do fogo;

- eventualmente, o cessar fogo.

Os comandantes de grupo procedem de acordo com o prescrito nos ns. 407 e 408.

482. Para obter a surpresa, o pelotão deve ser exercitado abrir simultaneamente o fogo de seus fuzis metralhadores, ao comando (voz ou gesto) do comandante do pelotão.

483. O comandante do pelotão dirigirá tambem o tiro da esquadra suplementar de exploradores, indicando ao cabo:

- gênero de tiro (fogo à vontade ou fogo de salva):

- alça;

- objetivo;

- o consumo da munição;

- o início do fogo.

484. Quando sejam reunidos os granadeiros atiradores do pelotão, o comandante do pelotão dá-lhes (ou ao cabo designado para comandar o grupamento) as indicações relativas à execução do tiro: posição, objetivo, distância e consumo de granadas.

485. Excepcionalmente, o comandante do pelotão poderá pregar os fogos coletivos dos mosquestões fazendo atirar, todos ou parte dos exploradores do pelotão, sob suas ordens diretas.

Mecanismo dos movimentos sob as vistas e fogos do inimigo
486. Os movimentos sob as vistas e fogos do inimigo são executados de acordo com os princípios e meios prescritos nos ns. 416 a 424.

487. Tanto na marcha rastejante, como no deslocamento por lanços, os grupos e a esquadra suplementar de exploradores podem partir simultaneamente, à voz ou gesto direto do comandante do pelotão, ou sucessivamente. Neste último caso, o mecanismo da progressão é o seguinte:

O comandante do pelotão designa a unidade, grupo ou esquadra suplementar, que deva começar o movimento; esta unidade segue o comandante do pelotão, detem-se e deita-se ao seu comando; nesse momente a segunda unidade designada progride e pára quando atinja uma posição tal que restabeleça sua situação primitiva em relação à primeira unidade; a última unidade procede da mesma forma. A unidade da testa recomeça então o movimento. A execução do mecanismo assim exposto permite que o pelotão só apresente às vistas do inimigo uma única das suas unidades.

A progressão contínua pode ainda efetuar-se fazendo alternar uma unidade e duas unidades: é então mais rápida mas se torna mais visível.

488. O pelotão poderá executar a progressão por lanços sucessivos, de acordo com o mecanismo indicado acima.

Nesse caso, executado o primeiro lanço, passar-se-á à execução de novos lanços, independentemente de outra ordem, e até o comando - Alto!

489. Quando o mecanismo da progressão do pelotão for por unidades sucessivas, o comandante do pelotão indicará o momento de partida da unidade base e a ordem de sucessão das outras unidades.

Em princípio, cada unidade só iniciará o movimento quando a precedente o tiver cessado. O comando - Preparar para partir! - só será dado pelo comandante da unidade momentos antes da precedente terminar o movimento.

490. A passagem das cristas exige constante atenção; conforme o caso, pode-se transpô-las de surpresa, todo o pelotão ao mesmo tempo, ou por grupo esquadra e até um homem de cada vez, mas em pontos diferentes.

Igualmente é preciso tomar disposições particulares em cada caso, para sair de mato, cuja orla constitua uma linha nítida do terreno.

Os pontos obrigatórios de passagem (ponte, garganta, estrada que seja preciso atravessar, etc.), visíveis de longe, serão abordados com precaução e transpostos de conformidade com as circunstâncias.

491. Qualquer exercício de maneabilidade deve terminar por uma sessão curta de exercícios de ordem unida, destinada a reintegrar a tropa na disciplina da fileira.

O assalto
492. Durante a progressão o comandante do pelotão leva, se necessário, até à linha da unidade mais avançada, as unidades que estejam atrasadas, afim de realizar a formação de assalto do pelotão, seja contra um objetivo comum às três unidades, seja contra objetivos particulares.

O assalto é uma crise violenta e decisiva do combate; deve ser executada com a máxima energia.

Tão logo se julgue possível o combate corpo a corpo, nas condições expostas na 2ª Parte do Regulamento (Combate), o comandante do pelotão faz armar baioneta e arranca com seus homens do comando: Para o assalto!

Os fuzileiros metralhadores continuam a atirar para proteger os flancos da tropa assaltante, ou progridem executando o tiro em rajadas.

Os cavaleiros, aos gritos de "Viva o Brasil!", lançam-se sobre o adversário mais próximo, na posição de guarda ou com a granada na mão.

Todo inimigo que resiste é morto.

As esquadras de fuzileiros ocupam a posição; as esquadras de exploradores a limpam, dispersando-se em patrulhas de acordo com as ordens do comandante do pelotão.

Exploradores
493. As disposições são as mesmas que as prescritas na Escola do pelotão a cavalo (n. 454).

TÍTULO V

O esquadrão de fuzileiros

GENERALIDADES

494. O esquadrão é uma sub-unidade constitutiva do regimento.

Compreende um pelotão extranumerário e 4 pelotões de combate. Em princípio, manobra e combate com o apoio de uma fração de metrabalhadoras ou de engenhos.

A escola de esquadrão tem por fim exercitar os pelotões a executar em conjunto tudo que aprenderam separadamente e ensinar ao próprio esquadrão os movimentos necessários ao seu emprego isolado ou enquadrado no regimento.

O esquadrão emprega freqüentemente a ordem dispersa.

Apeia para combater pelo fogo.

Pode, em certas circunstâncias, atacar a cavalo em batalha ou em ordem dispersa, partindo de qualquer formação.

Os pelotões são numerados conforme os lugares que ocupam, da direita para a esquerda nas formações desenvolvidas, da testa para a cauda nas formações em coluna. Podem, tambem, ser designados pelos nomes dos respectivos comandantes.

As evoluções do esquadrão executam-se aos comandos ou gestos de seu capitão comandante ou por suas ordens, transmitidas pelos agentes de transmissões.

Os pelotões orientam-se, geralmente, pelos movimentos e formações da unidade de direção.

O capitão, durante a instrução, pode fazer-se substituir no papel de guia por um oficial que comanda segundo as indicações recebidas.

O capitão exercita os seus tenentes no comando do Esquadrão e os sargentos no comando dos pelotões; deve ainda, freqüentemente prescrever o uso da máscara durante as evoluções.

495. O pelotão extranumerário, comandado por um sub-tenente, compreende, além de outros elementos (grupo de T. C. ), o grupo de comando, cuja composição é a seguinte:

- 1 terceiro sargento sinaleiro observador, comandante do grupo;

- 1 segundo cabo sinaleiro observador;

- 4 cavaleiros sinaleiros observadores;

- 1 segundo cabo furriel, agente de transmissão junto ao Coronel;

- 1 segundo cabo sapador;

- 4 cavaleiros sapadores;

- 4 cavaleiros clarins;

- 2 cavaleiros agentes de transmissão;

1 cavaleiro ordenança.

CAPíTULO I

ESCOLA DO ESQUADRÃO A CAVALO

496. O capitão conduz seu Esquadrão de acordo com os princípios expostos no título II.

Eleva o braço antes de fazer um gesto ou dar um comando e o abaixa novamente para determinar a execução. Com o braço indica. o sentido do movimento e coloca o seu cavalo na direção indicada, para melhor fazer-se compreender.

O capitão comanda - Sentido! - quando julga necessário prevenir seus pelotões.

Levanta o braço e indica a direção a seguir, quando quer se deslocar livremente (n. 323) . O comandante do pelotão de direção passa, então, a orientar a marcha do esquadrão. A marcha do esquadrão pode tambem ser orientada, sobretudo em ordem dispersa, designando um ponto de direção particular para cada comandante de pelotão.

Os comandantes de pelotões comandam sua tropa de acordo com, os princípios prescritos na escola do pelotão. Em todos os movimentos determinados pelo capitão, fazem o gesto correspondente, colocam cavalo na direção indicada e tomam a andadura prescrita ou necessária à boa execução do movimento.

A voz de comando. com a entonação estritamente necessária. só deve ser empregada pelos comandantes de pelotões quando a poeira, a cerração, a obscuridade ou qualquer outro motivo impede que a tropa perceba suas indicações pelo gesto.

Os comandantes dos pelotões tomam um interesse particular pela conservação da regularidade das andaduras, dos intervalos e distâncias determinadas.

O esquadrão deve ser exercitado nas evoluções com espada desembainhada ou lança na mão, durante alguns minutos.

Em qualquer formação (coluna, linha de pelotões ou batalha) o esquadrão marcha, muda de andadura ou faz alto aos comandos:

Esquadrão em frente (andadura)

Marche !

} ou gestos e sinais correspondentes

Ao passo, ao trote, ao galope,

Marche !

Esquadrão, Alto !

O esquadrão monta e apeia como foi prescrito na escola do pelotão. Os comandantes de pelotão montam ao comando - Sentido ! - só apeiam ao comando - Descansar !

A escola do esquadrão a cavalo compreende :

1º - Exercícios de ordem unida;

2º - Exercícios de ordem dispersa e de maneabilidade;

3º - Exercícios de combate (36).

(36) Os exercícios de combate são tratados na segunda parte deste regulamento.

GRUPO DE COMANDO

497. O sub-tenente e um clarim acompanham sempre o capitão.

O grupo de comando, tendo como guia o 3º sargento sinaleiro ,observador, é fracionado em três esquadras (Fig. 44) .

Grupo de comando em coluna por três

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 469 FIGURA.

1ª Esquadra: 2° cabo furriel, clarins e ordenança com a segunda montada do capitão.

2ª Esquadra: 2° cabo sinaleiro observador, cavaleiros sinaleiros observadores e um agente de transmissão

3ª Esquadra: 2º cabo sapador, cavaleiros sapadores' e um agente de transmissão.

Fig. 44

Em todas as formações, tanto na ordem unida como na dispersa, o grupo de comando marcha em princípio à retaguarda do capitão e ao seu alcance.

Nas formações em ordem dispersa toma formações abertas, se as circunstancias o exigem.

Nas formações de reunião em todas as de combate a cavalo, em batalha e em forrageadores, o grupo de comando constitui o centro do esquadrão e fica à retaguarda do capitão.

Se o capitão abandona momentaneamente a sua posição, como guia do esquadrão, deve designar o pelotão de direção; se esta designação não for feita, o pelotão da testa, no esquadrão em coluna, ou o segundo pelotão, no esquadrão desenvolvido, tornam-se automaticamente pelotões de direção.

ARTIGO I

Exercícios de ordem unida
- Formatura.

- Linha de pelotões por três.

- Linha de pelotões por esquadras por um, justapostas.

- Coluna dupla.

- Formação em batalha.

- Marcha em batalha.

- Desenvolvimentos.

- Coluna por três ou por dois.

- Alinhamento.

- Abrir e unir fileiras.

- Recuar.

- Coluna de grupo: de combate em batalha.

- Ataque a cavalo (carga) .

- Reunião.

- Perseguição.

Formatura
498. A formatura do esquadrão se executa ao comando - Em forma (andadura), em linha de pelotões por três !

O grupo de comando coloca-se a seis metros à retaguarda do capitão; os primeiro e segundo pelotões entram à direita do grupo de comando, os terceiro e quarto à sua esquerda, na ordem normal. Cada pelotão fica a quatro metros de intervalo do grupo de comando ou do pelotão vizinho (Fig. 45) .

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 470 FIGURA.

Formatura em linha de pelotões

Por três

Fig. 45

Os pelotões podem ser Formados em linha de esquadras por um, justapostas; neste caso, o comando - Em forma! - é seguido da indicação da formação.

O capitão pode, ainda, prescrever a formatura - Sem intervalos ! - entre os pelotões.

Linha de pelotões por três
499. A linha de pelotões por três é a formação normal de manobra. Oferece a vantagem de apresentar os quatro oficiais à frente do esquadrão, ao alcance do capitão e facilita os movimentos em qualquer terreno e a passagem rápida para uma formação de ordem dispersa.

Os pelotões, em coluna por três, no mesmo alinhamento, guardam entre si intervalos necessários a seu desdobramento (18 metros).

O grupo de comando, em coluna por três, fica a 1m,50 à retaguarda do Capitão.

A formação em linha de pelotões por três é tomada, partindo de uma formação qualquer, ao comando - Linha de pelotões por três - marche !

O comando do segundo pelotão marcha a seis metros à retaguarda do grupo de comando e os demais comandantes de pelotão marcham, em princípio, à altura do comandante do segundo (Fig. 46) .

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 471 FIGURA.

Esquadrão em linha de pelotões por três

Fig.46

A linha de pelotões por três muda de direção por indicação de um novo ponto de direção ou gesto do capitão.

O comandante do segundo pelotão acompanha o capitão ou avança na nova direção indicada.

Os comandantes dos outros pelotões alongam ou encurtam a andadura, segundo sua posição, e conduzem seus pelotões pelos caminhos mais curtos para a nova direção; regulam-se pelo comandante do segundo pelotão, sem obrigação de conservar os intervalos, durante a conversão, restabelecendo-os, se necessário, no final do movimento.

A meia volta é executada. geralmente, por conversão da testa da coluna de cada pelotão, conforme as prescrições da escola de pelotão.

Linha de pelotões por esquadras por um justapostas
500. Esta formação apresenta as mesmas vantagens da linha de pelotão por três e evolue segundo os mesmos princípios. Permite. pelo aumento maior ou menor dos intervalos entre as esquadras, uma marcha mais fácil pelo campo. É tomada ao comando - Linha de pelotões por esquadra por um justapostas (andaduras), marche !

O grupo de comando e os pelotões ficam dispostos como na linha de pelotões por três, normalmente com mesmos intervalos; segundo as circunstâncias, esses intervalos podem ser aumentados ou diminuídos.

Coluna dupla
501. Cada coluna é formada de dois pelotões sucessivos, em coluna por três ou em linha de esquadras por um, justapostas. Os dois pelotões da coluna subordinada (em princípio, a coluna da esquerda) alinham-se pelos pelotões correspondentes da coluna de direção.

O grupo de comando, a 1m,50 à retaguarda do capitão fica a seis metros de distância na frente da coluna de direção.

Na ordem normal. o primeiro pelotão constitui a testa da coluna da direita e à sua retaguarda fica o segundo pelotão; o terceiro pelotão é testa da coluna da esquerda.

Na formação de reunião, os intervalos são de 4 metros, as distancias de 6 metros; estes intervalos e distâncias podem ser aumentados na formação de manobra (Fig. 47) .

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 472 FIGURA.

A coluna dupla é tomada, partindo de uma formação qualquer, ao comando - Coluna dupla, pelotões (formação, andadura), marche!

Se o esquadrão está em linha de pelotões ou em batalha, ao comando - Marche ! - os dois pelotões do centro tomam, se for o caso, a formação prescrita, ganham o intervalo necessário e seguem o grupo de comando: os pelotões das alas passam à andadura interior e colocam-se, logo que for possível, nos seus lugares, a retaguarda das precedentes.

Se o esquadrão está em coluna, os dois pelotões da testa constituem a coluna da direita, à retaguarda do grupo de comando; os dois pelotões da cauda avançam até à altura dos primeiros e formam a coluna da esquerda.

Formação em batalha
502. A batalha é a formação normal de ataque do esquadrão a cavalo. É igualmente empregada para outros fins, principalmente para abrigar a tropa à retaguarda de uma coberta, etc.

Nessa formação, os pelotões em batalha e o grupo de comando colocam-se lado a lado, sem intervalos, o grupo de comando no centro, dois pelotões à sua direita e os dois outros à sua esquerda. O capitão fica 12 metros à frente do comandante do grupo de comando e serve de guia (Fig. 48) .

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 472 FIGURA.

Esquadrão em batalha

Fig. 48

O esquadrão em batalha numera por três em cada pelotão, tal como foi estabelecido na escola do pelotão (432), ao comando - Pelotões, numerar por três ! O esquadrão monta e apeia, como foi indicado na escola do pelotão.

No esquadrão em batalha, na ala de um dispositivo, o pelotão de ala toma um escalonamento de mais ou menos 30 metros.

Marcha em batalha
503. Na marcha do esquadrão em batalha os comandantes de pelotão conservam os intervalos e distâncias, regulando-se pelo comandante do grupo de comando.

Apresentando-se um obstáculo diante de alguns cavaleiros de um pelotão, eles param e passam atrás de outros à direita ou à esquerda e depois retomam seus lugares, avivando a andadura.

O esquadrão, na marcha em batalha, pode mudar de direção em pequenos ângulos, conforme gesto feito pelo capitão ou por indicação de um novo ponto de direção. As andaduras são modificadas de modo a manter-se o alinhamento do esquadrão durante a execução da conversão.

Devendo o esquadrão em batalha mudar de direção, em grandes ângulos, o capitão retoma primeiramente sua liberdade e depois avança para a nova direção e comanda - A mim, em batalha! Os comandantes de pelotão e o guia do grupo de comando conduzem as respectivas unidades para a direção indicada pelo capitão, e pelo caminha mais curto cada um retoma sua posição na nova linha de batalha. Estes movimentos são executados sem modificação de andadura, salvo ordem contrária do capitão;

O esquadrão em batalha executa um deslocamento lateral ou faz meia volta ao comando - Pelotões à direita (esquerda), ou meia volta à direita (esquerda), marche !

Desenvolvimentos
504. O esquadrão desenvolve-se em todas as direções orientado pelo capitão e seguido pelo grupo de comando.

O desenvolvimento para a frente é sempre em leque (Figs. 49, 50 51 e 52).

Para formar o esquadrão em batalha, o capitão comanda - Em batalha, marche! O capitão continua parado, ou conserva a andadura, se estiver em marcha, imitado pelo grupo de comando: os pelotões tomam a andadura superior ou a aceleram, até atingirem seus lugares na batalha; ou - Em batalha (andadura) marche ! Neste caso o capitão regula o movimento do grupo de comando, segundo o fim que deseja atingir ou fá-lo parar, se necessário; os pelotões tornam ou conservam a andadura comandada.

Se o esquadrão está em linha de pelotões por três ou linha de pelotões por. esquadras por um justapostas, o grupo de comando forma em batalha e toma a distância de 12 melros à retaguarda do capitão; cada pelotão obliqua, se for o caso, da distância necessária, forma em batalha e avança até ao alinhamento do grupo de comando.

Se o esquadrão está em coluna dupla, o grupo de comando procede como no caso precedente; os dois pelotões da testa tomam o intervalo necessário e entram em batalha de um lado e outro do grupo de comando; os dois pelotões da cauda obliquam, um à direita o outro à esquerda, afim de ganharem o intervalo suficiente para que possam em batalha, tomar o alinhamento dos pelotões que estavam na testa.

O esquadrão pode, excepcionalmente, por exigências do terreno ou da situação, desenvolver-se em batalha para um dos flancos e partindo da coluna de grupos de combate, por três ou por dois. Ao comando - Em batalha frente à direita (esquerda) (andadura), marche ! - o grupo de comando, os grupos de combate ou as esquadras, procedem como está prescrito no final do n. 436.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 474 e 475 FIGURAS.

O esquadrão em coluna por três fig. 49

Após a voz de - "Em batalha, marche" ! -os pelotões obliquam, afim de ganharem o espaço suficiente, ao mesmo tempo que as esquadras entram em batalha dentro do pelotão. Fig. 50.

Os pelotões já ganharam o espaço suficiente e já estão em batalha e vão se alinhar ao grupo de comando, afim de constituírem o esquadrão em batalha. Fig. 51.

Coluna por três ou por dois

505. As formações de marcha são as colunas por três e por dois (excepcionalmente a coluna por um).

Na coluna por três os pelotões, em coluna por três, colocam-se uns atrás dos outros. sem distância, ou na distância prescrita pelo comando e na formação constante do n. 428.

Em princípio, o capitão marcha na testa, seguido pelo grupo de comando.

Os comandantes de pelotão podem se deslocar para os flancos ou para a cauda de suas unidades para fiscalizar a marcha.

Estando o esquadrão parado ou em marcha, em linha de pelotões por três. em linha de pelotões por esquadras por um, justapostas, em coluna dupla ou em batalha, para partir em coluna por três, o capitão comanda - Por três, ou Sobre tal pelotão, por três (andadura), marche ! O grupo de comando, seguido pelo pelotão de direção ou pelo que tenha sido designado, acompanha o guia e os demais entram na coluna, seguindo-se sempre juntos os dois pelotões da direita e os dois pelotões da esquerda. aqueles à frente estes depois, se a ruptura for pela direita, e vice-versa, se a ruptura for pela esquerda; cada pelotão forma por três antes de entrar na coluna.

O esquadrão forma em coluna por dois, ao comando - Por dois - ou - Sobre tal pelotão, por dois (andadura), marche! O grupo do capitão e os pelotões formam por dois, devendo estes observar as prescrições da escola do pelotão.

O esquadrão marcha em coluna de estrada por três ou por dois, segundo as mesmas regras estabelecidas para o pelotão.

A coluna de marcha faz meia volta ao comando - Pelotões, meia volta à direita (esquerda) marche! ou Meia volta individual! - procedendo como foi prescrito na escola do pelotão.

A coluna de marcha se desenvolve em linha de pelotões por três ou em batalha. O capitão orienta a testa da coluna para a direção conveniente e comanda - Linha de pelotões por três ou Em batalha (andadura), marche!

A essa voz o pelotão da testa avança e coloca-se à direita do grupo de comando; o 2º pelotão coloca-se à direita do primeiro; os 3º a 4º pelotões obliquam à esquerda e colocam-se em seus respectivos lugares; os comandantes de pelotão formam seus pelotões em batalha, se for o caso. logo que disponham do espaço suficiente.

A andadura para a execução do movimento é regulada no n. 497.

Alinhamento
506. Para o esquadrão, estando em batalha, em coluna dupla ou em linha de pelotões por três, tomar o alinhamento por outra unidade ou em uma direção determinada, o capitão coloca primeiramente a comandantes de pelotão na direção conveniente e os alinha, ficando do lado oposto à unidade base ou à direção escolhida; depois comanda -- Ferfilar !

Os pelotões. conduzidos pelos sargentos, colocam-se à retaguarda de seus comandantes e os cavaleiros tomam o alinhamento em cada fileira.

O comandante verifica o alinhamento. Ao comando - Firme ! - todos retomam a imobilidade.

Abrir e unir fileiras
507. O esquadrão em batalha abre e une as fileiras nos mesmos comandos e prescrições indicadas n. 439.

O capitão volta-se para o esquadrão.

Recuar
508. Para recuar alguns passos, ao comando - Esquadrão, à retaguarda, marche! - os comandantes de pelotão e todos os cavaleiros recuam simultaneamente até o comando - Alto !

Coluna de grupos de combate em batalha.
509. Esta formação é tomada nas circunstâncias e de acordo com os princípios expostos na escola do pelotão (n. 442) .

Ataque a cavalo (carga)
510. O esquadrão ataca a cavalo em qualquer formação: em ordem unida e em ordem dispersa.

Contra uma cavalaria que aceita o combate emprega em princípio, a formação em batalha.

Os cavaleiros estando de lanças na mão ou espadas desembainhadas, o capitão orienta o esquadrão na direção do ataque. Faz tornar o galope e comanda - Preparar para a carga ! e - Carga ! de modo a conservar até o último instante a liberdade de manobra e a obter impulsão na abordagem.

Os comandantes de pelotões e do grupo de comando avançam, aumentando a andadura, até a altura do capitão, à direita do qual se coloca o comandante do grupo de comando e à esquerda do mesmo os oficiais.

Os cavaleiros procedem de acordo com as regras consignadas na escola do pelotão.

Os comandantes de pelotão de ala poderão. por iniciativa própria, tornar certo escalonamento destinado a proteger o flanco do esquadrão.

O ataque termina pela perseguição ou pelo reunir.

Reunir
511. O reunir faz-se em batalha, com a lança na mão ou espada desembainhada.

Estando o esquadrão em uma situação qualquer, ao comando - Reunir ! - repetido por todos os oficiais e sargentos ou ao toque ou gesto correspondente, os comandantes de pelotão reúnem suas unidades (escola do pelotão) e avançam, em andadura viva, pelo caminho mais curto, para junto do capitão.

O grupo do comando constitui o núcleo central, à retaguarda do capitão, e os pelotões se colocam à direita e à esquerda dele, de acordo com a ordem de chegada.

Para formar o esquadrão na ordem normal, o seu comandante dá a voz - A seus lugares ! - e marcha ao passo enquanto os cavaleiros, as esquadras, os grupos e os pelotões retomam os seus lugares habituais na formação em batalha.

O reunir é empregado. principalmente no caso em que estando o esquadrão em uma formação dispersa, deve agir imediatamente contra a cavalaria inimiga.

Perseguição
512. A perseguição faz-se seja com todo o esquadrão, seja com um ou vários pelotões designados pelo capitão, nas direções por ele indicadas, e, em certos casos, até um limite fixado.

Deve ser vigorosa e ardente, sem que, todavia, os cavaleiros escapem ao comando de seu chefe.

É geralmente apoiada por um elemento de fogo (metralhadoras ou fuzis metralhadoras) .

ARTIGO II

Exercício de ordem dispersa
- Dispersão por pelotões em profundidade ou em largura.

- Dispersão em forrageadores.

- Dispersão em losango.

- Precauções contra a aviação.

- Exploradores.

513. Os princípios estabelecidos para o pelotão são aplicáveis ao esquadrão. As formações de ordem dispersa são empregadas segundo as indicações já estabelecidas na escola do pelotão.

O grupo de comando acompanha o comandante do esquadrão a cerca de 12 metros.

O capitão, estando como guia do esquadrão, os pelotões se regulam pelo grupo de comando, a testa do esquadrão, ficando a cerca de 30 metros desse grupo.

Dispersão em profundidade
514. Ao comando - A tantos metros, em coluna, por pelotões (formação e andadura), dispersão! - o pelotão de direção ou o que tenha, sido designado acompanha o guia, a 30 metros do grupo de comando, ou marcha na direção fixada, tomando a nova formação. Os outros pelotões entram em seus lugares atrás do pelotão de direção, imitando-lhe a andadura.

Dispersão em largura
515. Ao comando - A tantos metros, em linha, por pelotões (formação e andadura), dispersão! - o pelotão de direção ou o que tenha sido designado marcha atrás do capitão, a 30 metros do grupo de comando, ou na direção fixada, tendo um avanço de cerca de 50 metros em relação aos outros. Os demais comandantes de pelotão abrem o intervalo prescrito.

O capitão indica a direção, a andadura e, se for o caso, o objetivo; os comandantes de pelotão tomam, por iniciativa própria, a formação mais adaptada ao terreno e mudam-na, se for necessário, durante as evoluções (325) ; marcham na andadura do grupo de comando ou do pelotão de direção.

Os intervalos e distâncias podem ser modificados durante as evoluções à indicação - A tantos metros de intervalo ! ou A tantos metros de distância!

A esta voz as unidades tornam os novos intervalos e distâncias, baseando-se no pelotão de direção.

O esquadrão é exercitado em tomar as formações de ordem dispersa, partindo de uma outra qualquer e deve ficar em condições de empregá-las em todos os terrenos e andaduras.

Deve ser freqüentemente exercitado em se reunir, à retaguarda do capitão, ao galope, de lança na mão ou espada desembainhada.

Dispersão em forrageadores
516. A dispersão em forrageadores só é executada por um ou vários pelotões designados pelo capitão; quando, porém, a formação é em coluna, todos podem dispersar em forrageadores. Executa-se conforme as indicações para o pelotão.

Dispersão em losango
517. A formação em losango reúne as vantagens das dispersões em largura e em profundidade e é a melhor das formações dispersas; é tomada, sobretudo, quando o esquadrão, estando em coluna, em linha de pelotões ou em batalha, for surpreendido por tiros de artilharia, ou pela aviação e quando uma das formações indicadas anteriormente não se impõe.

Ao comando - Em losango, dispersão ! - o grupo de comando e o pelotão que esteja à sua retaguarda, ou à sua direita, seguem o capitão ou marcham na direção indicada o segundo pelotão da coluna, , ou da direita da linha, desloca-se a cerca de 150 metros para a direita e em escalão; o terceiro pelotão da coluna, ou da esquerda da linha, desloca-se tambem a cerca de 150 metros para a esquerda e em escalão; o último pelotão marcha na esteira ao pelotão da testa a, mais , ou menos, 200 metros de distância (Fig. 53) .

Em princípio, os pelotões tomam por imitação, a formação do pelotão da testa: todavia cada pelotão pode tomar, por iniciativa de deu comandante, uma outra formação mais apropriada ao terreno.

Precauções contra a aviação

518. O capitão procede de acordo com as prescrições relativas aos princípios gerais das evoluções e a escola do pelotão ( ns. 45 e 453, respectivamente).

O capitão dispersa os pelotões larga e rapidamente mesmo que estejam sob coberta (matos, pomares, etc.) desde que o esquadrão se torne ou possa se tornar objetivo de esquadrilhas de bombardeio, atacando a bomba.

O capitão pode fazer abrir o fogo de metralhadoras sobre os aviões voando abaixo de 1.000 metros. As tropas só devem contar com os recursos próprios para abater ou afastar aviões voando a uma altitude inferior a 600 metros; esta altitude constitui o limite baixo dos tiros de artilharia.

Exploradores
519. O esquadrão emprega os exploradores e as patrulhas segundo os mesmos princípios já estabelecidos para o pelotão. Alguns exploradores de terreno podem ser postos sob o comando de um graduado ou de um oficial (excepcionalmente), nos terrenos difíceis.

O esquadrão estando em uma formação dispersa reune-se, forma em linha de pelotões, em coluna dupla ou em batalha, como está prescrito no art. I, do presente capítulo (Ordem unida). Os pelotões tomam a formação conveniente antes de entrar em seus lugares na formação do esquadrão.

CAPíTULO II

DISPOSIÇÕES PARA O COMBATE A PÉ

520. O esquadrão apeia para combater segundo os princípios expostos na escola do pelotão (n. 457).

As unidades de combatentes a pé são sempre formadas no quadro das unidades constitutivas. As disposições para o combate pé são tomadas em cada esquadrão, pelotão ou grupo, respeitando-se a autonomia respectiva.

Devendo o esquadrão empregar a pé um ou vários pelotões, o capitão, depois de haver executado, quando possível, um reconhecimento prévio, conduz o esquadrão, na formação apropriada, a um terreno favorável. Explica aos comandantes de pelotão a situação e o objetivo a atingir, designa a missão de cada um deles, na ação a pé ou a cavalo, e dá instruções para o grupo dos cavalos de mão. Toma as disposições indicadas no capitulo VII do titulo IV da 2ª parte (combate do esquadrão) .

Os pelotões designados para combater a pé procedem de acordo com as regras estabelecidas na escola do pelotão, ao comando Combate a pé!

O capitão indica a situação de seu posto de comando e o seu : eixo de deslocamento. Organiza as ligações. Pode ordenar que um ou vários agentes de ligação e transmissões permaneçam com seus cavalos.

O sub-tenente, conforme as ordens do capitão, designa os cavaleiros do grupo de comando que devem guardar os cavalos mão.

O capitão dá diretamente suas ordens ao comandante das unidades de metralhadoras postas à disposição do esquadrão.

O esquadrão monta segundo os princípios expostos na escola, do pelotão.

O grupo de cavalos de mão
521. As instruções estabelecidas na escola do pelotão são aplicáveis à escola do esquadrão.

Os grupos de cavalos de mão são exercitados na execução de deslocamentos.

O comandante do grupo de cavalo de mão (o sub-tenente ou um sargento designado) depois de haver recebido instruções, se for caso, do comandante do grupo de cavalos de mão do regimento, toma todas as providências para executar deslocamentos, estacionar e forragear os grupos de cavalos de mão dos pelotões ; é responsável, no limite das ordens recebidas, pela conservação dos cavalos de esquadrão e tambem pelo reabastecimento desta unidade.

O comandante do grupo de cavalos de mão toma um interesse particular, quer em marcha, quer estacionado, para subtraí-lo às vistas e ataques aéreos, bem assim para manter a ligação com a comandante do esquadrão.

Aplicam-se as prescrições dos princípios gerais das evoluções e, das precauções contra a aviação das escolas do pelotão e do esquadrão.

CAPÍTULO III

ESCOLA DO ESQUADRÃO A PÉ

522. O esquadrão a pé forma e manobra conforme os princípios gerais das evoluções (título II).

Nas diversas formações os pelotões tomam as formações indicadas na escola do pelotão.

A escola do esquadrão a pé compreende:

1º - Exercícios de ordem unida;

2º - Exercícios de maneabilidade;

3º - Exercícios de combate.

Os últimos são tratados na 2ª parte do Regulamento.

ARTIGO I

Ordem unida

523. As formações do esquadrão a pé, os comandos, os lugares respectivos do grupo de comando e dos pelotões são os mesmos que a cavalo.

Na linha de pelotões e na coluna dupla, o pelotão de direção fica 4 metros do grupo de comando; em batalha e nas reuniões, o grupo de comando fica a 4 metros do capitão.

Na linha de pelotões, os pelotões conservam intervalos de desenvolvimento; na formação de reunião, este intervalo é reduzido a 4 metros.

Na coluna por três, os pelotões são colocados uns atrás dos outros, sem distância; o grupo de comando fica a 1m,50 à retaguarda do capitão e a essa mesma distância na frente do comandante do pelotão da testa.

Coluna de marcha
524. O esquadrão marcha normalmente em coluna por três, mas pode fazê-lo em coluna por um e em coluna por seis, isto é, formando uma coluna dupla sem intervalo.

Estas últimas formações são empregadas geralmente em pistas, fora das estradas.

Os pelotões marcham sem distância ou à distância prescrita pela comando.

Durante a marcha o capitão e os comandantes dos pelotões, exceto o do pelotão testa, marcham normalmente na cauda esquadrão. A marcha é então regulada por um sargento, com mesmo equipamento da tropa sob a fiscalização imediata do comandante do primeiro pelotão, que para tal fim marcha com testa.

Passagem da coluna de marcha a uma formação de reunião

525. O capitão precede o esquadrão para reconhecer o lugar de reunião. Determina a formação, o ponto para o qual se deve voltar a frente do esquadrão e coloca-se pessoalmente na direção exata deste ponto, à distância necessária, diante da frente em que a unidade se reunirá.

O esquadrão avança em coluna por três para a posição escolhida; se está, porém, em coluna de marcha, retoma o passo cadenciado e faz ombro-armas, ao comando do comandante do primeiro pelotão, pouco antes de chegar ao local da reunião.

Se a reunião deve ser feita em linha de pelotões por três, o comandante do pelotão testa o conduz na direção indicada pelo capitão, mas de tal modo que a primeira fileira de três fique convenientemente orientada, antes de atingir o ponto em que a cauda do pelotão ficará na formação depois de concluida: o comandante do pelotão comanda - Alto! - no momento em que a testa do seu pelotão chega à altura da testa do grupo de comando e coloca-se na frente de sua unidade. Os outros pelotões entram em seus lugares pelo mesmo processo, o segundo à direita do pelotão testa o os outros à esquerda do grupo de comando.

Se a reunião deve ser feita em linha de pelotões por esquadras por um, juxtapostas, os comandantes de pelotão tomam, previamente, com suas unidades, ainda em marcha, a formação determinada e ocupam seus lugares da mesma forma que no caso precedente.

Se a reunião deve ser feita em coluna dupla os dois pelotões da testa formam a coluna da direita e outros dois a da esquerda.

ARTIGO II

Exercícios de maneabilidade

Generalidades

526. Os exercícios de maneabilidade do esquadrão têm o mesmo fim que os do pelotão e são executados segundo os mesmos princípios.

Consistem em fazer com que o esquadrão evolua, quer reunido, mantendo todos os pelotões as mesmas formações, quer disperso, adotando cada pelotão a formação mais conveniente a sua situação.

Formações

527. As formações que o esquadrão pode tomar derivam da coluna dupla, da linha de pelotões por três ou da coluna por três, variando-se os intervalos e distâncias até os limites da zona atribuida ao esquadrão e fazendo com que os pelotões e grupos adotem as formações abertas que lhes convenham.

O esquadrão pode assim ser formado :

- por pelotões sucessivos;

- por pelotões juxtapostos;

- em coluna dupla;

- em triângulo;

- trapézio;

- em Losango; e

- em quincôncio (Figs. 54 a 60) .

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 483 FIGURA.

Exemplo de formação do Exemplo de formação do

esquadrão por pelotões esquadrão por pelotões

sucessivos juxtapostos

Fig. 54 Fig. 55

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 483 FIGURA.

Exemplo de formação do Exemplo de formação do

esquadrão em coluna esquadrão em triângulo

dupla

Fig. 56 Fig. 57

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 483 FIGURA.

Exemplo de for- Exemplo de for- Exemplo de for-

mação do es- mação do es- mação do es-

quadrão em quadrão em lo- quadrão em xadrez ( ou qui-

trapézio Fig. 58 sango côncio)

Fig. 59 Fig. 60

O esquadrão, quando é empregado numa ala, pode formar em escalão com a esquerda (direita) avançada (Fig. 61)

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 484 FIGURA.

Exemplo de formação do esquadrão

em escalões desbordantes

à esquerda avançada

Fig. 61

528. O capitão indica a direção a seguir, o pelotão de direção, a formação a tomar, as distâncias e os intervalos e, se for o caso, a frente do desenvolvimento. Nos deslocamentos, precede o esquadrão de uma distância suficiente que permita conduzí-lo sem movimentos inúteis, pelo melhor itinerário; logo que o fogo possa ser aberto, mantém-se no interior do dispositivo, geralmente próximo de um dos pelotões da cauda.

O grupo de comando toma, por imitação, as formações dos pelotões: em princípio, acompanha o capitão.

O capitão de direção segue o capitão ou marcha para o ponto de direção que lhe foi designado.

Cada comandante de pelotão conduz sua unidade ao lugar correspondente na formação prescrita pelo capitão; regula seu movimento pelo do pelotão de direção, ou marcha para o ponto de direção particular que lhe tenha sido designado; as distâncias e os intervalos prescritos podem ser momentaneamente modificados de acordo com as exigências do terreno; sobretudo, dois pelotões, juxtapostos podem ter de utilizar, simultaneamente ou sucessivamente, o mesmo caminhamento.

O comandante do pelotão comanda a formação de sua unidade, seja de acordo com as indicações do capitão, seja por imitação da formação tomada pelo pelotão de direção, seja finalmente, por iniciativa própria. Em qualquer caso, não deve invadir a zona dos pelotões vizinhos a ponto de pertubar-lhes o movimento.

529. Quando o esquadrão está em uma formação aberta, com grandes intervalos entre os pelotões o capitão pode assegurar a direção, dando a cada um dos pelotões uma direção particular, ao invés de recorrer ao processo do pelotão base.

Neste caso, o capitão não deixa de indicar o ponto de direção do esquadrão e designa, se fôr necessário, o pelotão que deve tomar este ponto, para seu ponto de direção particular.

530. O esquadrão é exercitado em efetuar grandes deslocamentos, modificando sua formação e fazendo com que os pelotões tomem as diferentes formações que lhes correspondem. A direção é assegurada por um dos dois processos indicados nos ns. 472 e 473 ou ainda, pela bússola.

Em todas as formações de maneabilidade a frente do esquadrão não deve ser inferior de 100 metros, nem exceder de 700 metros; a profundidade tambem não deve ir além de 600 metros.

TÍTULO VI

Metralhadoras e engenhos

531. A instrução técnica relativa à peça, secção e ao esquadrão de Metralhadoras e Engenhos, consta do Anexo " Instrução Técnica das Unidades de Metralhadoras de Cavalaria".

TÍTULO VII

O regimento e a ala de regimento

CAPÍTULO I

ESCOLA DO REGIMENTO E DA ALA A CAVALO

532. A escola do regimento e da ala de regimento tem por objeto exercitar os esquadrões de fuzileiros e metralhadoras e engenhos na execução em conjunto, de tudo que foi aprendido separadamente, e ensinar àquelas unidades todos os movimentos necessários ao seu emprego isoladamente ou enquadradas.

Um regimento de manobra é, geralmente, composto de um estado-maior, um pelotão de comando, de duas alas e de um esquadrão de metralhadoras e engenhos.

A ala compreende um grupo de comando e dois esquadrões de fuzileiros; pode em certos casos, sobretudo quando isolada, ser reforçada por elementos tirados do regimento (transmissões, sapadores, unidades de metralhadoras e engenhos, etc.).

Quando os efetivos não permitem constituir para os exercícios de conjunto mais de dois esquadrões de fuzileiros completos, a tropa de manobra deve ser organizada em ala de regimento completa, reforçada como foi dito na alínea precedente, ou em um regimento a duas alas e um esquadrão de metralhadoras e engenhos nos quais vários elementos são simplesmente Figurados por quadros ; nesses dois casos o grupo de comando do regimento será sempre constituido o mais completamente possível.

A ala do regimento manobra obedecendo aos mesmos princípios do regimento.

533. A escola do regimento ou da ala a cavalo compreende:

1º - Exercícios de ordem unida;

2º - Exercícios de ordem dispersa;

3º - Exercícios de combate.

Esses últimos são tratados na segunda parte do regulamento.

534. As alas e os esquadrões só têm lugar designado para a formatura do regimento. Em princípio os esquadrões ficam associados na mesma ala.

Durante as evoluções tomam os números correspondentes aos lugares que ocupam, contando-se da direita para a esquerda quando em linha, da testa para a retaguarda quando em coluna.

Podem igualmente ser designados pelos nomes de seus comandantes.

535. O coronel dirige o regimento de acordo com as prescrições do título II.

Em ordem dispersa em terreno cortado e coberto, dá geralmente um ponto de direção particular a cada unidade.

Se o coronel quer ter plena liberdade de movimentos faz-se substituir como guia por um oficial, ou mesmo limita-se a indicar a direção e a andadura unidade de direção.

Os oficiais do estado-maior do regimento e o comandante esquadrão ou da fração de metralhadoras e engenhos mantêm-se ao alcance do coronel, afim de poderem transmitir rapidamente as suas ordens.

Sempre que fôr necessário, os comandantes de ala e os capitães reunem-se igualmente ao coronel para receberem suas ordens e fazê-las executar.

536. O regimento, marchando quase sempre em formação largamente articulada, os comandos à voz ou por gestos raramente serão suficientes; em tais casos serão substituidos por ordens transmitidas por agentes de ligação ou de transmissão.

Na falta de ordens do coronel os comandantes de unidades subordinadas atuam por imitação, tomando, por iniciativa própria, as formações convenientes.

Os toques de corneta só são empregados excepcionalmente quando o regimento está isolado.

Quando, excepcionalmente, as unidades devam executar simultaneamente os mesmos movimentos a um comando ou gesto do coronel (ou comandante de ala), os comandantes de unidades repetem imediatamente este comando ou gesto; dão um comando particular, no momento oportuno, quando a ordem dada pelo coronel (ou comandante de ala) não implique em execução simultânea e imediata. Em qualquer caso, cada unidade só executa o movimento ao comando de seu respectivo comandante.

537. Si o coronel quer fazer executar um desenvolvimento ou uma ruptura sobre uma unidade que não seja a de direção normal, comanda, por exemplo - Sobre tal unidade, coluna de linhas de pelotões por três, Marche!

Os movimentos são executados segundo os princípios da escola de esquadrão.

As unidades de metralhadoras tomam, por imitação, formações apropriadas.

538. O regimento, ou a ala, monta a cavalo, apeia e maneja as armas brancas sob o comando do coronel ou comandante da ala.

Nos exercícios de grande duração, o coronel ou o comandante de ala, afim de repousar os homens e os cavalos, faz apeiar a tropa na ordem em que se encontre e sempre que esta deva ficar parada durante alguns minutos.

O grupo de comando

539. O grupo de comando do regimento compreende o estado-maior, os telefonistas, os sinaleiros, os estafetas, os sapadores, rádio-telegrafistas e as ordenanças.

O estado-maior segue o coronel. O pessoal (sargentos, cabos e praças) entra nas formações constituindo um pelotão de 4 grupos de duas esquadras (Fig. 62), comandado pelo oficial de transmissões ou pelo sargento auxiliar do capitão-ajudante.

Anexo Figura pág. 486
Fig. 62

Nas formações em ordem unida, salvo indicações contrárias, o grupo do comando coloca-se à direita quando o regimento está em linha e á testa quando está em coluna. Manobra como pelotão, e cada elemento como esquadra.

Nas formações em ordem dispersa marcha no rastro do coronel e toma formações abertas análogas às dos pelotões.

540. O grupo de comando de ala de regimento compreende um sargento, um cabo sinaleiro, agentes de transmissões, um cabo sapador, ordenanças e eventualmente um destacamento do grupo de transmissões do regimento.

O sargento segue sempre o comandante da ala como seu agente de ligação. O pessoal do grupo entra nas formações constituindo uma esquadra quando só conta com os elementos da ala, ou um grupo de duas esquadras, quando recebe o destacamento do grupo de transmissões do regimento (Fig. 62).

Coloca-se em forma de acordo com os mesmos princípios referentes ao grupo de comando do regimento.

ARTIGO I

Ordem unida

541. A escola da ala e do regimento em ordem unida a cavalo tem em primeiro lugar por fim o estudo dos movimentos necessários para dar à tropa o meio de se apresentar em boa ordem em certas circunstâncias (revistas, paradas, etc.), assim como o estudo das formações de marcha e de ataque a cavalo, nas condições fixadas pelas 2ª e 3ª partes deste regulamento.

Tem tambem por objeto preparar as unidades para as evoluções em ordem dispersa, que constituem o fim essencial visado pela instrução de conjunto a cavalo.

542. O regimento ou a ala de regimento monta e apeia, alinha, abre fileiras e recua aos mesmos comandos e segundo os mesmos princípios da escola de esquadrão.

Qualquer que seja sua formação, em ordem unida, o regimento (ou a ala de regimento) marcha, muda de andadura ou pára aos comandos:

Esquadrões, em frente (andadura), Marche!

Ao passo, ao trote, ao galope, Marche!

Esquadrões, Alto!

ou aos gestos ou sinais correspondentes.

Ganha terreno ou faz face a um de seus flancos por conversão dos - Esquadrões, à direita (à esquerda) ; os intervalos entre os pelotões dos esquadrões são diminuidos, se necessário; o regimento faz meia volta e retoma a frente primitiva por meia volta à esquerda, feita por pelotões.

543. Dentre as formações da ala e do regimento somente algumas comportam prescrições imperativas; são as formações de reunião, coluna de marcha, em batalha e de ataque a cavalo, que são definidas nos números que se seguem.

544. As outras formações de ordem unida, linha de esquadrões ou de alas, coluna de esquadrões ou de alas, resultam da disposição de esquadrões ou alas juxtapostos ou sucessivos. São formações de ordem dispersa em que intervalos e distâncias se reduzem, mais ou menos, segundo as imposições do terreno e da situação. Geralmente estas formações são tomadas por ordem do comandante, que fixa, em caso particular, as distâncias e os intervalos e, se for necessário, o escalonamento e a formação a tomar pelas unidades subordinadas bem como o lugar das unidades de metralhadoras e engenhos.

Na falta de prescrições do comandante, ou se as circunstância o exigirem, os comandantes de unidades subordinadas fazem sua tropa tomar a formação, o intervalo e a distância impostos pela situação ou pelo terreno.

Os esquadrões são formados, geralmente, em linha de pelotões por três ou por esquadras por um, juxtapostas, ou em coluna dupla (ns. 499, 500 e 501).

Formatura

545. Ala - O grupo de comando fica a 6 metros à retaguarda do comandante de ala e constitue o centro; os dois esquadrões, no seu alinhamento, a 4 metros de intervalo, ficam, um à direita e outro à esquerda, em uma das formações definidas no n. 498 (Formatura do esquadrão) (Fig 63) .

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 488 FIGURA.

Fig. 63

546. Regimento - O pelotão de comando fica a 12 metros à retaguarda do Coronel e forma o centro das duas alas: as alas, formadas como já foi descrito, ficam de um lado e outro do pelotão de comando, a 6 metros de intervalo e a primeira fileira dos pelotões no alinhamento do pelotão de comando: a unidade de metralhadoras e engenhos fica à esquerda do regimento, a 6 metros de intervalo, si não lhe foi prescrita a sua colocação à retaguarda (Fig. 64).

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 488 FIGURA.

Fig. 64

Coluna de marcha

547. As formações de marcha são a coluna por três e a coluna por dois.

A ala e o regimento marcham de acordo com as prescrições estabelecidas para as escolas do esquadrão de fuzileiros e do esquadrão de metralhadoras e engenhos.

Em regra, o coronel marcha à testa da coluna, seguido pelo pelotão de comando.

Um oficial marcha na cauda do regimento afim de velar para que a ordem e a disciplina de marcha sejam estritamente observadas.

A distância entre o pelotão de comando e a testa da primeira ala, entre os esquadrões, os pelotões e, si fôr o caso, entre os grupos de combate é essencialmente variável e indicada em cada caso particular pelo comandante (3ª Parte do Regulamento).

Nas estradas os clarins marcham geralmente à testa do regimento, si não forem empregados como agentes de transmissões nos esquadrões.

O regimento ou a ala de regimento estando numa formação qualquer passa à coluna de marcha aos mesmos comandos e segundo os mesmos princípios da escola do esquadrão (505).

O coronel (ou o comandante de ala) designa a unidade que deve romper na testa, atrás do pelotão ou do grupo de comando, o lugar do esquadrão ou da fração de metralhadoras e engenhos (37) e as distâncias. Cada unidade é dirigida pelo caminho mais curto e na andadura conveniente para entrar na coluna atrás da que a deve preceder, e com a distância prescrita. Os esquadrões de cada ala entram juntos na coluna; uma ou várias frações de metralhadoras podem ser intercaladas entre eles.

Formação em batalha (38)

548. Ala - A linha de batalha é a formação normal de ataque a cavalo da ala.

O comandante da ala é seguido a 12 metros de distância pelo capitão comandante do esquadrão de direção. O outro capitão escalona seu esquadrão sobre o esquadrão de direção, a 12 metros de distância e com intervalo de 6 metros. O grupo de comando fica na ala do esquadrão de direção, do lado do centro.

549. Para conservar no ataque toda a coesão, a distância de 12 metros e o intervalo de 6 metros indicados no número precedente, são máximos, podem ser diminuídos, nunca, porém, aumentados. Os erros de direção e de distância devem ser corrigidos progressivamente.

Si se apresentam obstáculos diante de um pelotão, esta unidade fica momentaneamente atrás, retomado em seguida seu lugar na linha de batalha pelo caminho mais curto e acelerando a andadura. Si surgem obstáculos na frente de um esquadrão inteiro, o capitão faz o esquadrão adotar uma formação apropriada, transpõe ou contorna o obstáculo perdendo o menos possível a distância: depois, desenvolve de novo seu esquadrão em batalha e retoma o lugar assim que as circunstâncias o permitam.

A ala de regimento em batalha muda de direção sob pequenos ângulos, efetua um curto deslocamento paralelamente à frente ou faz meia volta como foi indicado na escola do esquadrão.

550. A ala forma em batalha ao comando - Em batalha, marche! ou Sobre tal esquadrão, pela direita (esquerda), em batalha, marche !

(37) Ver Capítulo I do Título VI.

(38) As prescrições dos parágrafos que se seguem, relativas à formação em batalha, à carga e ao reunir, raramente terão aplicação na guerra moderna: porém, como sua aplicação será imprevista e exigirá uma decisão rápida, impõe-se que cada um saiba o que deverá fazer, sem surpresa, com calma e ordem.

O esquadrão da testa ou o designado avança, si fôr o caso, à retaguarda do comandante da ala e se desenvolve: o outro esquadrão desloca-se para o lado indicado e só se desenvolve em batalha quando o capitão tomou seu intervalo e sua direção.

Si a ala dispõe de frações de metralhadoras e de engenhos, estas deslocam-se o mais rapidamente possível para um ou para os dois flancos, de maneira a poderem apoiar e proteger o escalão de choque com seus fogos.

551. Nas marchas em batalha, os comandantes dos pelotões de flancos atuam quando necessário por iniciativa própria para fazer frente a uma surpresa sobre os flancos da linha de batalha ou envolver a ala inimiga que possam desbordar.

552. Regimento - Quando excepcionalmente as duas alas do regimento fazem parte da mesma linha de batalha, na mesma direção, o coronel é seguido por seu estado-maior e pelo pelotão de comando, em batalha, que forma ao centro do regimento; as alas, formadas em batalha, ficam à direita e à esquerda do pelotão de comando e com seis metros de intervalo; os comandantes de ala ficam à altura deste pelotão.

Carga

553. A ala, marchando em linha de batalha, ao galope ordinário, os cavaleiros de lança na mão ou com a espada desembainhada, o seu comandante ordena - Preparar para a carga! e depois - Carga!

Ao comando - Preparar para a carga! - o esquadrão de direção une-se ao comandante de ala. O outro esquadrão junta-se tanto quanto possível ao esquadrão de direção.

Ao comando - Carga! - cada esquadrão procede como foi indicado na escola de esquadrão.

À carga pode também ser feita por esquadrões sucessivos ou ser precedida por uma carga em forrageadores, de um ou vários pelotões.

Ao comando - Reunir! - os esquadrões se reunem como está prescrito na escola do esquadrão.

O essencial, nesse momento da ação, é constituir o mais rapidamente possível uma unidade coesa, susceptível de produzir um novo ataque, de repelir o do inimigo, ou de iniciar uma perseguição na direção e no espaço indicado pelo chefe.

554. O ataque a cavalo do regimento é executado, quando necessário, de acordo com as prescrições da 2ª Parte deste regulamento.

Reunir

555. Ao comando ou ao toque de - Reunir! - repetido par todos os oficiais e clarins, o pelotão (ou o grupo) de comando coloca-se em batalha e forma o núcleo, o centro da formação, atrás do chefe. Cada capitão reune seu esquadro e dirige-se, a galope, para o coronel.

Os dois esquadrões que chegam em primeiro lugar colocam-se à direita e à esquerda do pelotão de comando e à sua altura; os outros escalonam-se à direita e à esquerda sem preocupação de reconstituirem as alas do regimento.

As unidades de metralhadoras permanecem em suas posições ou tomam outras, de modo que fiquem em condições de fazer fogo na frente e nos flancos do regimento.

ARTIGO II

Ordem dispersa

556. As formações de ordem dispersa da ala de regimento e do regimento são empregadas para qualquer marcha de aproximação na zona dos fogos terrestres e em caso de probabilidade de ataques aéreos.

O dispositivo é determinado segundo a missão, o terreno e a largura da zona de ação.

A ala em ordem dispersa pode ter seus esquadrões juxtapostos ou sucessivos, com intervalos e distâncias variáveis, cada um deles tomando uma das formações indicadas no Titulo V (Figs. 65, 66 e 67) .

O regimento em ordem dispersa pode formar com as alas ou os esquadrões juxtapostos ou sucessivos, com intervalos, distâncias e escalonamento variáveis; dispõe-se assim em coluna dupla, em losango, em coluna, em linhas de colunas, etc. As Figs. 68 e 69 são exemplos de formações do regimento.

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 491 FIGURA.

Os dois quadrões em coluna Os dois esquadrões em

dupla de pelotões por três

Fig. 65 Fig. 66

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 491 FIGURA.

O esquadrão de testa em linha de pelotões por três, o de cauda em coluna dupla

Fig. 67

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 492 FIGURA.

Exemplo de formação do regimento por alas juxtapostas:

- a ala da direita por esquadrões juxtapostos;

- a ala da esquerda por esquadrões sucessivos, e

- o esquadrão de mel ralhadoras e engenhos do centro, à retaguarda.

Fig. 68

<>CLBR Vol. 07 Ano 1939 Pág. 492 FIGURA.

Exemplo de formação do regimento por alas sucessivas:

- a ala da testa por esquadrões sucessivos, e

- a ala da cauda por esquadrões juxtapostos

Fig. 69

557. No regimento, as Formações de ordem dipersa são tomadas por orgem do coronel, que faz conhecer:

- a direção e, si fôr o caso, o objetivo:

- o dispositivo de conjunto (por alas ou por esquadrões, juxtapostos ou sucessivos) ;

- o lugar das metralhadoras e engenhos (39) ou seu itinerário;

- si julga necessário, a frente ou a profundidade de cada unidade subordinada.

O comandande de ala prescreve, nas mesmas condições, a disposição relativa aos seus esquadrões (juxtapostos ou sucessivos), o intervalo, a distância e o escalonamento.

Os capitães comandantes dos esquadrões de fuzileiros e o comandante do esquadrão ou da fração de metralhadoras e engenhos escolhem dentre as formações em ordem dispersa indicadas nas escolas do esquadrão e das unidades de metralhadoras e engenhos as que se adaptem ao terreno, à situação e aos fogos e as modificam durante as evoluções, de acordo com as circunstâncias.

558. O coronel dirige o regimento e indica a direção e a andadura como foi prescrito no Título II.

É acompanhado pelos oficiais de seu estado-maior.

O pelotão de comando, em formação apropriada ao terreno e às circunstâncias, marcha no lugar que lhe fôr indicado pelo coronel.

Quando o regimento está disperso por alas juxtapostas e em grande frente, o coronel terá frequentemente que indicar os diferentes pontos de passagem (pontes, desfiladeiros, etc.) a utilizar pelas alas.

Para atravessar um terreno descoberto e exposto ao fogo ou para progredir de abrigo em abrigo, os esquadrões, e mesmo os pelotões, podem ser lançados em ordem dispersa sucessiva e separadamente; à retaguarda de cada abrigo essas unidades param e se reconstituem.

559. O regimento deve ser exercitado em empregar todas as formações de ordem dispersa e em marchar em quaisquer terrenos, modificando suas formações e a andadura. Estes exercícios devem ser alternados com lanços, durante os quais todas ou parte das unidades do regimento recebem missões de combate.

A ala deve ser frequentemente exercitada, partindo de qualquer formação dispersa, em formar a batalha, com rapidez e coesão.

O emprego dos exploradores e patrulhas é realizado de acordo com os princípios expostos na escola do esquadrão.

Reunir

560. Si qualquer circunstância exige a reunião rápida do regimento disperso (ou da ala de regimento), o coronel (ou o comandante de ala) comanda - Reunir! Os esquadrões reunem-se conforme as prescrições do n. 511.

Precauções contra a aviação

561. A ala de regimento e o regimento são exercitados a tomar de improviso, durante as evoluções, as precauções contra a aviação indicadas no Título II e na escola do esquadrão.

As armas automáticas entram em ação por ordem do comandante de ala ou do coronel, por iniciativa dos oficiais metralhadores ou ainda dos comandantes de unidades.

CAPÍTULO II

DISPOSIÇÕES PARA O COMBATE A PÉ

562. O regimento (ou a ala de regimento) apeia para continuar a pé a marcha de aproximação ou para se engajar no combate pelo fogo, nas condições expostas na segunda parte do regulamento (Combate).

Os esquadrões de fuzileiros e unidades de metralhadoras e engenhos apeiam na zona que lhes é indicada e num dispositivo que o mais das vezes decorre do dispositivo da marcha de aproximação a cavalo; o apear só excepcionalmente é precedido de uma reunião do regimento (ou da ala de regimento).

Os esquadrões e unidades de metralhadoras e engenhos designados apeiam como está prescrito no anexo deste regulamento relativo ao esquadrão de metralhadoras e engenhos; conforme as instruções recebidas do capitão ajudante (ou do comandante de ala), o comandante do pelotão (ou do grupo) de comando designa os cavaleiros que ficarão como guarda-cavalos. Constitue o pelotão (ou o grupo) de comando com os cavaleiros que apearam e os conduz ao ponto fixado para o posto de comando.

Os grupos de cavalos de mão e os escalões das metralhadoras e engenhos do regimento são reunidos, si o terreno não permite deixá-los na zona de ação de suas, unidades.

Neste caso um oficial designado pelo coronel (ou pelo comandante de ala) assume o seu comando.

Os princípios expostos no Capítulo II do Título V e no Capítulo VI do Título VI são aplicáveis aos grupos de cavalos de mão do regimento.

CAPÍTULO III

ESCOLA DO REGIMENTO E DA ALA DE REGIMENTO A PÉ

563. O regimento (ou a ala de regimento) a pé forma e manobra segundo os mesmos princípios estabelecidos para o regimento (ou a ala) a cavalo.

Nas diversas formações do regimento e da ala, os esquadrões e as unidades de metralhadoras e engenhos tomam as formações prescritas na escola do esquadrão de fuzileiros e do esquadrão de metralhadoras e engenhos.

564. A escola do regimento e da ala de regimento compreende :

- Exercícios de ordem unida;

- Exercícios de maneabilidade ;

- Exercícios de combate.

ARTIGO I

Ordem unida

565. Os exercícios de ordem unida que devem ser executados pela ala e o regimento a pé limitam-se às formaturas, às marchas em coluna e às mudanças de direção, necessárias à reunião e à apresentação de uma tropa. Não devem ser feitas sessões especiais de ordem unida.

O pelotão (ou grupo) de comando ocupa o mesmo lugar que nas formações correspondentes na escola do regimento (ou da ala) a cavalo.

Formatura

566. Ala - A ala a pé reune-se normalmente na mesma formação que a cavalo, o grupo de comando a 4 metros à retaguarda do comandante da ala.

A ala pode também ser reunida em qualquer outra formação, por esquadrões juxtapostos ou sucessivos, as distâncias e os intervalos sendo fixados pelo comando.

Os esquadrões ficam em linha de pelotões por três ou por esquadras por um, juxtapostas, em batalha ou em coluna dupla.

567. Regimento - O regimento reune-se normalmente a pé na mesma formação que a cavalo, o pelotão de comando a 8 metros à retaguarda do coronel. Pode também reunir-se por alas juxtapostas ou sucessivas, em uma formação qualquer. O comando indica o dispositivo, as distâncias. os intervalos, o lugar das metralhadoras e engenhos e a formação a tomar pelas unidades subordinadas.

Coluna por três

568. Os esquadrões de fuzileiros e o esquadrão de metralhadoras e engenhos (40), em coluna por três, colocam-se uns à retaguarda dos outros, em princípio, a 6 metros de distância.

Coluna de marcha

569. Os esquadrões de fuzileiros e o esquadrão de metralhadoras e engenhos (41), em coluna da marcha (escola do esquadrão), colocam-se uns à retaguarda dos outros, em princípio, a 6 metros de distância. O comandante marcha na testa seguido pelo pelotão (ou grupo) de comando.

Os enfermeiros e padioleiros, si estiverem reunidos, marcham sob o comando do médico, a 6 metros à retaguarda do último elemento; tomam a mesma formação de um pelotão.

Exercícios de maneabilidade

570. Os exercícios de maneabilidade do regimento e da ala preparam estas unidades para seu emprego como está indicado na 2ª parte do regulamento (Combate do Regimento e da Ala).

Os princípios expostos para ordem dispersa a cavalo na escola do regimento (ou ala de regimento) são aplicáveis aos exercícios de maneabilidade.

O regimento (ou a ala de regimento) deve ser exercitado em passar rapidamente de uma formação a outra e em progredir em todas as formações modificando seu dispositivo ou sua direção.

O comandante aplica de maneira geral os princípio: prescritos na escola de esquadrão. Comanda à voz e por gesto ou faz transmitir aos comandos subordinados ordens verbais pelo ajudante ou pelos agentes de transmissão do pelotão de comando. A recepção dessas ordens implica execução imediata sem outro sinal ou aviso, salvo indicação em contrário.

O coronel pode também, depois de ter enviado ordens preparatórias, dar o sinal de execução por um silvo de apito.

As mudanças de formação são efetuadas em todas as direções, avançando (si o regimento está parado), continuando a marcha ou parando, muito excepcionalmente, sobre o mesmo local. A progressão em uma formação de aproximação é realizada no maior espaço de que se possa dispôr.

A partir do momento em que o regimento (ou a ala de regimento) se desenvolve, o pelotão de comando toma uma formação desenvolvida análoga à dos pelotões vizinhos.

Formações de aproximação

571. Os esquadrões em formação de aproximação são dispostos uns em relação aos outros como os pelotões nas formações de aproximação do esquadrão (527). As formações mais usadas são a coluna dupla e a formação em losango que se transforma e formação em triângulo si o regimento está a três esquadrões.

O comandante de ala conserva-se diante da unidade encarregada da direção. Si o regimento (ou a ala de regimento) está isolado ou é encarregado da direção, essa direção pode ser confiada a um esquadrão designado.

Si o regimento (ou a ala de regimento) está enquadrado, a direção pode ser confiada ao esquadrão mais próximo da unidade de direção.

Geralmente, nas marchas de aproximação, a manutenção da direção geral do dispositivo é obtida pela indicação de um ponto direção particular dado a cada unidade subordinada.

TÍTULO VIII

Processos práticos para a instrução a pé das pequenas unidades

I - GRUPO

572. As formações e movimentos a ensinar ao grupo, no início, são:

- Os lanços do grupo em coluna por um, no passo sem cadência, em percursos mais ou menos longos :

- A formação por esquadras sucessivas e juxtapostas;

- Os lanços rápidos nessa formação, por grupo inteiro ou sucessivamente por esquadra ou, ainda, homem a homem ;

- O mecanismo dos movimentos sob os fogos e vistas do inimigo;

- O mecanismo de execução dos fogos.

O instrutor ensina depois os outros movimentos regulamentares, principalmente, as modificações que podem ser introduzidas nas formações, as mudanças de direção em pequenos ângulos, a formação em linha para o assalto, os lanços homem a homem, a marcha rastejante, os fogos individuais, etc.

II - PELOTÃO

573. A formação essencial do pelotão é a em triângulo, com um ou dois grupos em primeiro escalão (a esquadra suplementar sendo considerada como um grupo), é a mais frequentemente empregada no combate.

Nessa formação, em que os grupos inicialmente ficam em coluna por um, os movimentos a ensinar são :

- Os lanços de grande amplitude executados em passo sem cadência, por todo o pelotão ou sucessivamente por grupos;

- Á passagem para a formação por esquadras sucessivas e juxtapostas, seguida da abertura do fogo pelos fuzís metralhadores designados pelo comandante do pelotão;

- Os lanços curtos, executados por todos os grupos simultaneamente, cada qual progredindo em passo sem cadência, por esquadras, por iniciativa de seus comandantes;

- A passagem para a formação em linha pelos grupos da testa e a execução, por estes grupos, de fogos individuais que se juntam ao fogo do fuzil metralhador;

- Os lanços, mais curtos ainda, executados na carreira, na formação em linha.

São estudadas em seguida as outras formações e movimentos da escola do pelotão.

III - ESQUADRÃO

574. As formações essenciais do esquadrão são a coluna dupla e o losango (Exercícios de maneabilidade do esquadrão - Artigo II do Capítulo III do Título V).

Tendo o esquadrão tomado uma dessas formações é exercitado, a princípio, em deslocar-se em bloco e depois por pelotões inteiros e sucessivos; em seguida, cada pelotão progride por sua conta e, si fôr o caso, abre o fogo, sob a impulsão de conjunto do capitão.

Quando o esquadrão já estiver adestrado nesses exercício, o capitão passa às demais formações do esquadrão, em cada uma das quais os pelotões tomam todas as formações previstas na escola do pelotão.

IV - PRESCRIÇÕES COMUNS ÁS PEQUENAS UNIDADES

575. Um princípio capital a incutir na tropa, desde o início da escola do grupo é a importância primordial da coesão das unidades que o fogo do inimigo e a utilização do terreno tendem, incessantemente, em destruir.

O instrutor deve, pois, exigir que o dispositivo em coluna por um (por grupo ou por esquadra), que é o menos visível de longe e o mais fácil de conduzir, seja tomado pelas pequenas unidades e retomado automaticamente sempre que nenhuma das razões previstas no n. 385 lhe tenha imposto desenvolver-se ou continuar em linha: explica que somente a existência de cobertas ou abrigos muito próximos devem induzir os cavaleiros a se afastar um pouco e momentaneamente do ponto em que se encontrar quando a unidade se detenha.

A mesma preocupação de ordem e coesão se traduz, na escola do esquadrão, pela atenção particular dos comandantes de unidades subordinadas em observar os sinais de seu chefe e os movimentos das unidades vizinhas.

576. As indicações relativos a direção são sempre dadas de modo muito preciso e devem ser conhecidas por todos os graduados e cavaleiros.

O instrutor explica aos quadros em que casos se emprega o processo de unidade-base ou das direções particulares indicadas para alguns pelotões. Nos grandes percursos, deve ser dada, além disso, a todos os cavaleiros, a direção geral do esquadrão, caracterizada, tanto quanto possivel, por um ponto nítido bastante afastado, e que em combate, servirá de direção de reunião às frações e aos homens que se perderem.

577. De modo particular, cabe insistir em todos os escalões sobre o mecanismo dos lanços. O instrutor estabelece em princípio, que os deslocamentos de uma unidade são regulados sempre de modo que dissimule ao inimigo, na medida do possível, o conjunto do movimento. Procura conseguir esse resultado com a utilização intensiva do terreno e judiciosa organização da execução dos lanços.

Tendo o chefe dado as indicações relativas à sua amplitude, velocidade e alternância das frações que devem executá-los, os lanços se sucedem de modo contínuo, na direção indicada, sem nova intervenção do chefe. O sinal de partida de cada fração (pelotão, grupo, esquadra) que se deve deslocar, lhe é dado pela parada, na posição deitada, da fração da mesma natureza que alterna com ela.

Nas formações que comportam duas, três ou quatro frações, o comandante manda partir estas, o mais das vezes, alternativamente; si desejar progredir mais rapidamente, manda partir duas frações sobre quatro, ou então, alternativamente, uma fração e duas frações sobre três.

Para certificar-se de que o fim colímado foi atingido, o instrutor afasta-se a uma grande distância da unidade que exercita e prescreve que se ponha em marcha por lanços, dirigindo-se em sua direção. Segundo o modo de alternância determinado, nunca deve, ver simultaneamente mais do que um parte determinada da formação. Os erros que pode ter o mais das vezes de corrigir são: insuficiente utilização do terreno; preparo do lanço perceptível ao inimigo; partida não simultânea dos homens de uma fração que deve fazer o lanço num só bloco; partida de uma fração antes de sua vez, estando a precedente ainda visível; excesso de escalonamento no interior de um grupo; diminuição dos intervalos primitivamente estabelecidos entre os pelotões ou grupos; amontoamento dos cavaleiros.

578. O instrutor vigia ou manda vigiar minuciosamente o preparo e a execução dos fogos simulados das armas coletivas. Exige que a distância de tiro seja avaliada tão exatamente quanta possível: que os movimentos relativos à graduação da alça e a visada sejam feitos com a mesma precisão que no tiro real: que as operações que incumbem aos municiadores sejam executadas em todas as minúcias com o mesmo cuidado que na realidade.

Os tiros individuais são igualmente objeto das verificações do instrutor e de seus auxiliares. - Eurico G. Dutra.